Estou lendo, extasiado, os "Contos Completos" da CL. Que belo presente a Ucrânia deu ao Brasil!

E tem o conto da Clarice, "Legião estrangeira", no qual ela cria um pintinho. A filha da vizinha mata o animal por acidente, e Clarice mentalmente diz a ela: "às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro!". E eu, em lágrimas, retruco, não, a gente nunca esquece!

Muito bom.

[ó, phôia, se o eis não soltarem meu épico galináceo-conjugal, eu vazo. Num é poçíveu que essa sençura de Herda jogue um comentário tão inocente, familiar e agroecológico na ponta da praia. Façam o favor. E não machuquem muito, nada de bater no rosto: só choques nos genitais e planta do pé. Povo bbbeesta, sô!]

É, caríssima, só posso responder em relação ao meu caso particular: no princípio, eram as aranhas. Não as tarântulas, peludas, assustadoras, de filme, não; menores, esguias, quase heroin-chic, mas venenosas de fato, armadeiras, rapidíssimas. "E se" eu botasse umas galinhas pelaqui?, perguntei-me. "Saio eu", respondeu Maria Clara - filha da D. Gema, olha só que esposa de origem galinácea. Junqueira da roça, sabe de tudo que a Clarice aprendeu na marra, e me cortou. Sigo eu, de chinelo na mão.

Pois se foi manchete em todos os jornais semana passada : "Falta de ovos transforma galinhas em pets nos EUA".Lembrei que na pandemia havia o Rent a Hen. E a Clarice tem duas frases ótimas : "que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho; até cortar os defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro". Como ela era gata com aquele jeito de quem sabe o que quer e o que não quer.E a ilustração da galinha ficou bonita.