Hélio Schwartsman > Idioma pétreo Voltar
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A ideia é interessante, mas inconsistente. Encara a lÃngua como um monte de palavras isoladas e não como um sistema de palavras q se correlacionam. Qual a lógica, como já ouvi, de “Bem-vindEs, é um prazer tê-lOs aqui”?
Essa chamada linguagem neutra é como gÃria. Funciona em determinados nichos. Algumas palavras passam a ser utilizadas por pessoas fora do nicho e são aceitas com naturalidade. A maioria cai no esquecimento.
Boa, ótimo: gÃrias, falares de nichos próprios, esquisitices. Deixa, o tempo resolve isso.
É engenhosa essa linguagem neutra cujo uso alguns grupos minoritários querem impor ao povo brasileiro. Mas ela (elu?) parece insuficiente para agradar a totalidade dos oprimidos revoltados com o fato de a humanidade ter adotado o hábito de qualificar alguém como homem ou mulher. Logo será preciso criar novos patoás a fim de contentar pessoas que não se veem em nenhum dos dois sexos mais conhecidos enquanto também acham malpropÃcio, desconfortável e simplista o rótulo de não binárias.
Cada um é livre para se comunicar (ou tentar fazê-lo) como queira. Mas a escola existe para ensinar a lÃngua oficial, segundo a norma culta.
O caso é mais complicado do que você descreve. Trata-se de uma escola pública, pelo que me conste, que estava ensinando a linguagem neutras para os alunos.
Quando criança, eu tinha um amigo que tinha que estudar esperanto, para seu desgosto e gosto do pai. Era da mesma forma uma tentativa bem intencionada de mudar o mundo mudando as palavras. Meu nome por exemplo era iosefo.
Podiam proibir a ABL de se meter também. Já fizemos tantas reformas ortográficas nos últimos anos que ninguém mais tem certeza de escrever corretamente. Saudades de um bom e útil acento diferencial...
Eu tô na sua - ao menos, na sua descrição: já não sei direito nem o novo nem o velho. Quanto à nova ortografeia, simplesmente a ignoro, uso quando bem entendo - como a entendo mal, uso pouco. A velha, agora, dela já não tenho certeza. Nesse estado de incerteza, portanto, escrevo esculhambadamente e malemá, mantenho-me à tona. E sem o menor pobrema: é tudo portugueis.
Esse negócio de vestir azul e rosa nas palavras é uma confusão. Será que A Ãrvore em português quando atravessa a fronteira com os hermanos se sente ofendida por ser tratada no masculino (el arbol). Pior ainda O Leite. Uma substância que essencialmente só é produzida por fêmeas ser tratado no masculino no nosso idioma. O espanhol é mais racional onde La Leche é substantivo feminino. Engessar a lÃngua sempre dá ruim...
Xiiii, meu caro, nem que fale a lÃngua dos Anjos, fala sem amor - e não só porque não ligam pra São Francisco, mas por vocação familiciana...
Caro Benassi, em BrasÃlia havia uma primeira dama que dizia entender de LIBRAS. Ela também se dizia entendedora da linguagem dos anjos embora não visibilizasse em sua figura nenhuma auréola. Não confundir com aréola, que é outra coisa.
Hahahaha, eita confa. E em portugal, onde "o sanduba" é "a sande"? Tamo tudo perdido, Zé Carlos, melhor aprendermos Libras! Hahaha!
O idioma é um ente vivo, que evolui; e quanto mais inclusivo for, melhor. Pessoalmente evito, por exemplo, usar o termo "homem" para designar a espécie ou coletividade humana, preferindo "ser humano" ou "pessoa". Se há pessoas que se identificam com o gênero neutro, não vejo problema em utilizá-lo. Em tempo: o STF não legislou sobre o assunto: dentro de sua atribuição, apenas considerou inconstitucional legislação proibitiva.
Ah, "last but not least", a sençura da phôia! Aqui, é lei: as palavras no Index Proibitorum Folhotrônico são 'tomática e arbitrariamente enviadas à tortura, junto com suas colegas todas do comentário, inocentes, 'tadinhas. E todo mundo leva um Fal, eventualmente (em português) chegando à morte. Ô Hélio, desregulamenta a lÃngua e os dedos do pessoá aqui, sô, luta por nóis! Hahahah!
Ééé, meu caro, eu também prefiro que nossos legislacoisos não metam seus dedos na lÃngua. Se o fizerem, como punição, que os levem adiante, até a göela, e se virem com o mal-estar decorrente. A nova ortografeia, que é outro exemplo de "legislatura" sobre o idioma, também não colou pra mim, achei feia pacaramba. Outra feiúra ambulante é o corporativês, que "endereça" pobremas e troca "ao fim" por "eventualmente". Pra isso, contudo, basta o Sérgio Rodrigues, não carece lei, não.
Se colocarmos x, @, resolveremos nossos problemas sociais , assim como a frase "bandido bom é bandido morto", resolveu a criminalidade no Brasil. 2 lados da mesma moeda.
Xiiiiiii, Paulino, a frase é véia pacaramba... Teremos que esperar tudo isso pra averiguar se linguagem neutra cola ou não? Que desânimo... Mas eu gosto da arroba, de verdade, com moderação, tipo uÃsque.
Usem e abusem da linguagem neutra todos que quiserem participar da pauta identitária. DaÃ, torná-la regra ou evitá-la com a força da lei, vai uma imensa distância. A lÃngua portuguesa é viva, diz o clichê. Mas são tantos os ataques à norma culta que escancaram uma enorme preguiça do brasileiro em conhecer o idioma e Fernando Pessoa.
Caro Hélio, o problema não é o masculino ou o feminino. Em um auditório lotado com a grande maioria de mulheres e meia dúzia de homens o palestrante tem sua fala no masculino. Isso é um absurdo linguÃstico. O uso do neutro se encaixaria muito bem nessas situações. Eu, por exemplo, usei em várias situações o feminino. Mas isso incomoda os machistas. Nossa lÃngua precisa evoluir.
"Absurdo linguÃstico" é um absurdo. A lÃngua é aquilo que se fala. Forçar o (estranho) idioma neutro é um absurdo.
Vou fatiar esse debate em 2 partes. Facchi agiu certo? Sim, um estado não deve legislar em cima do curriculo de ensino federal, imagina se amanhã o rio de Janeiro decide que não vai ensinar multiplicação para os alunos enquanto todo o resto do pais está aprendendo.Agora a segunda parte é: linguagem neutra deve ser ensinado nas escolas? Acredito que não, imagine se amanhã aparece no Twitter alguém falando que a lÃngua portuguesa é burguesa e a expressão "a gente somos" deveria estar correta. D...
DeverÃamos ensinar "a gente somos" na escola como uma expressão correta?Acredito que a lÃngua é mutável, mas para algo mudar a maioria da população deve já estar usando. A lÃnguagem neutra só está sendo usada no twitter. A impressa tem que parar de dar tanta importância ao twitter, eles são um segmento pequeno da população, são bem barulhentos mas são muito pequeno.
Concordo com o colunista e com o STF, porém ao mesmo tempo que não cabe ao estado proibir mudanças no idioma, tb não cabe a este mesmo estado utilizar de seu aparato para enfiar goela abaixo a linguagem neutra, se democracia é feita pela maioria, Cabe ao estado respeitar, quem quiser que use a llinguagem neutra mas não nos orgaos oficiais, isso é passar o carro na frente dos bois, forçar uma mudança antes da pp mudança, há que se cuidar da proteção das minorias, isto sim é urgente e necessário!
Ótimo texto. Se o STF fez bem em legislar, não creio, mas já é um hábito, dizem, democrático. Linguagem neutra (já está virando piada) é um crença de luxo, que produz o efeito oposto ao pretendido ao criar guetos ao invés de combatê-los. Maritacas impondo uma nova ostentação, já que o Rolex saiu de moda, em uma demonstração de pseudo-virtude, como bem colocou Rob Henderson. Causa problemas? A torre de Marfim não se importa, logo passa para a bobagem seguinte. A choldra? Essa, que se dane.
Brilhante resgate. Simples assim desde Babel. Se fosse complementar teria q acrescentar q a lÃngua também é embate. Por isso se move.
Muito bem, Doutor. E o STF não estã legislando sobre idioma, quando proÃbe um ente federativo de proibir a imposição autoritária e ideologicamente orientada de uma nova lÃngua? Como se chama a lingua oficial do Brasil, grande linguista? Já ouviu falar que a CF determina que se chama LÃngua Portuguesa? A lÃngua - não o idioma - não é pétreo, claro. Mas as mudanças NUNCA foram impostas. Jamais alguém conseguiu criar uma lÃngua e impô-la guela abaixo na marra.
Concordo que essa invenção vai virar mesmo curiosidade histórica. Tanta preocupação com essas palavras e aos poucos vai se integrando na lÃngua expressões como selfie, zap, wifi, e até a fake news (no passado era boato), e ninguem se importa. Em todas as novelas atores exibem camisas sempre com expressões inglesas. A briga pra empurrar essa aberração de linguagem neutra é pura necessidade de protagonismo de uma esquerda que não sabe ler nem escrever.
O problema é que alguns processos de criação de palavras sinalizam, como diria Ivan Lessa, que "o brasileiro vive com os pés no chão - e as mãos também"... Náo preciso citar os casos em que a ignorância presta homenagem à cultura, como em usos de 'paradigma', 'minimizar', 'complexo', etc. Vejam o caso escabroso do vocábulo brazuca 'mÃdia' (que não existe em Portugal e paÃses hispânicos). Recolhemos uma palavra latina pela forma fônica como é emitida por falantes não-latinos! ( plural: mÃdias?)
Lembro só da expressão, Ayer, mas nunca tinha ligado os pontos, não. É, os tugas são mais elegantes no idioma, e mais rigorosos na fala, aderem mais à norma rÃgida. Gostei do delenda Cartago, mais uma etimologia pro bagageiro! (se o 'lemão não sumir com a informação, claro)
Caro Benassi, os patrÃcios sabem que media (assim mesmo, com pronúncia de 'café com leite') é o plural de medium... E deletar é uma nobre palavra de raÃz latina ("delenda Cartago", lembra?)
E, inda por cima, escrevi e larguei paradinho no jornalomóvel, o dispositivo de ler jornal na mão. Cabei de mandar. Mas havia me esquecido d um treco: salvo engano, os Tugas falavam "os média" pra se referirem à s mÃdias, quaisquer. Também eles incorporam os "deletar" da vida, a lÃngua lá é móvel como a nossa, embora mova-se de modo mais educadinho, parece. Se bem que, no norte, são bem bocudos, gostam d um palavrão.
Ôôô, carÃssimo, fico paradigmaticamente alegre ao topar convosco aqui na Ãgora: nunca minimizo o valor de keitores-comentadores complexos, Hahahah! Ruim mêmo é termos que ser resilientes em nossa luta pra se comunicar: mesmo escrevendo direitinho, o que tem de gente que teima em não entender obviedades...
Se o orador deseja usar a tal "linguagem neutra", que use. Mas induzir/obrigar alunos ao uso na escola é piada pronta. Não vejo relevância em forjar uma linguagem para atender uma minoria cuja inclusão depende sim de ações protetivas contra discriminação sócio-economica e não uma utilização de linguagem neutra.
Parabéns. Análise perfeita. Daqui a uns cinquenta anos ,se viva estiver, quero ver se a linguagem neutra pegou...! Particularmente, não estarei viva e a linguagem neutra, como bem o disse, certamente, estará na reciclagem da história. Falta do que fazer no Legislativo, por isso, há muito, proponho a redução de seus membros: estadual, federal, distrital, vereadores e de Senador. Democracia não se faz com inflação de polÃticos.
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