Vera Iaconelli > Os jovens querem sair da casa dos pais? Voltar
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Eu poderia comentar múltiplas e mutuamente contraditórias coisas aqui. Vou só jogar meus dois centavos na balança: a experiência para nós, gays, é dramaticamente diferente. Aliás, na abrangente maioria dos estudos, é sempre o heterossexual o vórtice de contato com a realidade. O que o jovem heterossexual passa é um mar de rosas comparado ao que vivemos - ainda mais em um paÃs em que metade da população quer nos matar: muitas vezes, dentro de casa também. É toda outra categoria de areia movediça.
Vera, você foi pontual. Existem sim condições materiais que impossibilitam muitos jovens de "ter seu canto", como você afirmou. Mas existe também a "segurança" proporcionada pelas conquistas dos pais, como ter um carro e/ou uma casa. Eu vi na internet e adotei o termo "herdeiros de pais vivos", pois é assim que se comportam. Tenho amigas(os) que não moram só por falta de dinheiro, mas estão com o botox em dia. Ter responsabilidade sobre seu sustento é muito difÃcil, mas é libertador.
filho único - problemas na certa .
A classe média em busca de riqueza e ostentação opta por não ter filhos ou quando muito um só com a desculpa de dar tudo de melhor e excelente para o único herdeiro. Criam dentro da sua casa um prÃncipe que pode virar um reizinho e depois um rei mimado e egoÃsta dentro de casa.
O risco futuro são os pais envelhecerem e adoecerem e ficarem dependendo de um egocêntrico.
Como diz a colunista depende muito da classe social. Quanto maior o padrão de vida menos incentivos para deixar a casa dos pais. Liberdade sexual deixou de ser um problema como no passado. Além disso o número de filhos por casal diminuiu muito. Um filho ou filha apenas em casa e vez de 4 ou 5 faz muita diferença. E a redução de natalidade é maior nos mais ricos, daÃ...
Dona Vera, carÃssima, mindeixa expandir o universo delineado pela senhora? Do jeito que o bagúio tá lôko - não só na economia, mas na polÃtica, nas relações humanas, no meio-ambiente - eu nem quero voltar "pra casa dos pais": Mamã, me arruma um canto aà no útero! Se desse pé, pegava um "úbere" (já começava o retorno na escolha do transporte) e ia me esconder de volta lá de onde saÃ. E pensar que fui prematuro, já tive urgências de independência... Ô lôko, criança bbbeesta, sô! Hahahahah!
É óbvio que querem. O momento certo é individual, porém ao término da formação educacional é desejável.
Sim, queremos sair da casa dos pais, e muito. Fui bem educado, sou formado e até hoje não conseguiria ganhar o suficiente para pagar tudo o que os meus pais pagaram para minha formação. Precisamos falar dos salários, do custo de vida, da especulação imobiliária, etc. É fácil dizer que somos mimados, e não reconhecer em como o mercado de trabalho está difÃcil com baixos salários e ainda a precarização do trabalho com a pejotização. Só queria poder ter uma casa própria e viver com dignidade.
Xiiiiiii, Pedro, prezado, pedreiro, vai quebrar ainda muita pedra, infelizmente: casa própria, dá pé, não se preocupe em demasia. Guarde o incômodo filosófico, mental e espiritual pra Dignidade. Essa, tá Soda.
O que se observa é uma tendência crescente de infantilização e imbecilização dos adultos, que preferem se manter infantilizados e imbecilizados a realizar o esforço contÃnuo, necessário, e muitas vezes doloroso, do amadurecimento e desimbecilização. Infelizmente hoje em dia youtubers têm muito mais prestÃgio do que professores, intelectuais e experts de verdade, com sólidas credenciais. Muitos preferem acreditar mais em shortcuts, em vez de trabalhar duro. Uma sociedade doente, infelizmente.
É o resultado de pais frouxos, inseguros de seu papel de orientadores e não de provedores. Quando a geração assumir a herança financeira, irá desperdiçar os recursos pois não sabem a dificuldade de ganhar e o trato em guardar. Serão pobres e palermas, e aos 50/60 não haverá ninguém mais para culpar senão tios idosos que não querem saber deles nem pintados.
N década de setenta era sonho do jovem completar a maioridade, sair da casa dos pais e tomar conta de sua via. Hoje o que se vê é muitos não querendo deixar cama, comida e roupa lavada e passada, tudo de graça.
A gente saiu de casa há 40 anos atrás para ter liberdade sexual, entre outras coisas, hoje não tem mais isso tudo ficou mais fácil ou menos difÃcil, depende de quem olha.
Freud explica que a famÃlia não quer ceder o indivÃduo para o mundo. A mulher não quer o marido no boteco, o marido não quer a esposa no rolê, a mãe não quer que o filho vá embora. É difÃcil à beça, mas c'est la vie.
Vera, ainda que não discorde da sua análise, me parece muito genérica, uma verdade apenas, sem considerar os infinitos contextos que se apresentam, ou como dizia Shakespeare, há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia. Sua verdade até pode ser uma referência, mas cada caso é único e assim terá uma resposta igualmente Ãmpar.
Filhos devem enfrentar o mundo real. Lá seus pais viveram, e será nesse mundo que muito aprenderão, em especial, conseguir a tal liberdade junto com a autonomia financeira.
Ricardo Teles, me diga aonde estão os empregos e os salários dignos por favor. Sim, não saÃmos da casa dos pais porque a opção seria viver em uma favela. É impossÃvel manter-se com os salários atuais, com os juros exorbitantes, com a especulação imobiliária, com o custo de vida e ainda com a precarização das condições de trabalho. Esse é o mundo real Glauber. Uma geração condenada à pobreza por polÃticas neoliberais que prometiam o tal crescimento e só trouxe a miséria pras novas gerações.
Tem emprego sobrando para quem tem qualificação, a classe média tem acesso a isso e os filhos ficam em casa porque é mais fácil.
Não há mais empregos como aqueles da epoca dos pais. Os serviços que existem e podem servir como trabalho não atendem aos anseios dos filhos da classe media e nem pagam a remuneracao que atenda a expectativa da familia projetada em suas crias. Ante o impasse, os filhos nao saem de casa para nao rebaixar o padrao de vida. A classe media esta diminuindo, vislumbrando a sociedade fo futuro que terá só poucos ricos e muitos pobres. Cada vez mais bolsas axilio serao necessarias.
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