Lygia Maria > Os fiscais de fantasia Voltar
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É o velho ditado: 'Quem não tem o que fazer, só inventa m...."
Irretocável e precisa, como sempre, Lygia.
'...um motorista estressado, um bancário deprimido ou uma dona de casa cansada...' as associações representantes dessas atividades protestam energicamente contra esse grosseiro estereótipo emocional... É um discurso opressor, que tende a perpetuar clichês, gerando um sentimento discriminatório contra a classe dos motoristas, dos bancários e das donas de casa...
Meus Deus que ridÃculo ! rsrsrsrrs
Censura jamais em nenhuma circunstância. Trata-se de uma questão de berço.
A sociedade só o é devido aos ritos. Vc não iria num primeiro encontro com alguém q queira de qq jeito. Aqui não se trata de censura, fiscalização, ou qq denominação fetichista que, num piscar de olhos, torna-se a bola da vez ideológica, a tara proto conservadora de quem se alcunha livre e leve. Para ser livre há contingências, limites que tecem uma delicada colcha de retalhos entre eu e os outros. O “pode tudo” customizado atual mostra os frutos envenenados que estamos colhendo.
De fato essa geraçãozinha mimimi quer limitar até o Carnaval. Sou um progresista por natureza, mas essa lacracão infantilizada já passou dos limites.
Perfeito
Indumentárias como o cocar, no caso dos pajés, são sÃmbolos imantados que, dentro de uma cosmovisão vastÃssima, determinam relações entre entidades de sabedoria, equilÃbrio e manutenção de todo um povo por séculos. Nós, ocidentais, arrogantes e petulantes, pós docs em satisfação autoreferenciada, chamamos isso de fantasia.
Parece que o PT já está com saudade do Bolsonaro. Cruz credo.
Como bom baiano, amante da anarquia toda que é Fevereiro, subscrevo tudo! Aliás, quando nos imitam, usam chavões (sabiam que não dizemos "meu rei"?), quando brincam com a gente, achamos divertido, um gesto de carinho! Lembro o episódio em que a Vejinha, num niver de SP, homenageou minha região de origem com a edição "A Capital do Nordeste", e viveu um linchamento bárbaro promovido pelos recifenses, que odeiam SP por viralatismo. Já nós, baianos, adoramos! Viva a fantasia, o gozo, a pluralidade!
Pois é. Ontem mesmo a moça Suruà nos acusou de dessacralizar sua cultura, aqui na FSP. Depois, quando a tiozada do zap traz um bozo qualquer de volta o povo reclama.
Né? No carnaval, em que se pode fantasiar de padre, de diabo, de jesus, de Krishna, por quê não vale de pajé? Semelhante celeuma aconteceu no aniversário de Donata Meirelles, quando alegaram que a dona da festa dessacralizava um "trono sagrado" do candomblé (sendo que isso sequer existe nas ontologias jeje, ketu ou angola), e era uma simples cadeira Tok & Stok. A própria Elza Soares compartilhou essa nulidade. A fantasia implica na validação semiológica de uma estética: o ostracismo é que mata!
Lygia, realmente, o bagúio de proibir é lôko. No entanto, as pessoas deveriam refletir um 'cadim sobre a coisa: justamente no meio da tragédia, vai botar cocar e sair batendo na boca? Vai botar fantasia de garimpeiro, sair pulando samba e frevo, com barra de ôro na mão? É meio desconforme. Divirta-se, zombe, zumbize, o que bem entender, mas tenha um mÃnimo de cuidado com quem tá morrendo de fome, mercúrio e bala, sô.
Ai, aÃ, João, eu sou o que sou, há *anos*, dia após dia, nessa Ãgora, com meu Marquês, que é muito meu e ninguém me tira. Cresça e apareça pra ser grosso com mais categoria.
Marcos, no meu entendimento o texto é mais amplo. Achar que é insensÃvel sair de indÃgena por conta do que a necropolÃtica brasileira fez nos últimos 4 anos é uma coisa, mas e sobre se fantasiar de gueixa, ou de africano? É como as pessoas de bem e famÃlia quando reclamam de algo que não gostam aparecer na mÃdia. Não gosta, vá fazer outra coisa e deixe os outros fazerem o que quiserem. Se alguém ultrapassou os limites da lei, entre na justiça e prove sua tese sobre o fato.
Com esse portuguezin de meia tigela forçado você tentou (mas não conseguiu) esconder seu lado lacrador.
Opa, concordo em gênero, coloração e etnia, Vanderlei: eu acho um bagúio bem lôko esse negócio de proibir fantasia. Vai investigar falcatrua, criar mecanismos pra promover desenvolvimento cientÃfico, qualquer coisa útil e bÃpede. E deixa a gente sair peladão, se houver disposição pra isso; e que as pessoas reflitam se sua peladeza pública e/ou fantasia não ofende quem merece compaixão, mas isso é por conta e risco do freguês do Carnaval.
Marcos: concordo contigo, mas se um governador de estado de fato entrou nessa de veto, acho complicado. O Estado tem funções bem mais importantes do que ficar discutindo se vou me fantasiar de presidente do Banco Central ou participar do bloco Unidos da sonoterapia, meu favorito.
Pois é… mas Vai argumentar com os “chates”… donos da verdade… vão fuzilar quem for contra eles… chatice inatitucionalizada
Pois é... Nem o Carnaval da Dra. Bernardes e do enfermeiro Túlio escapou dessa patrulha chata que quer proibir tudo. Já tá um saco isso...
Dentro dessa lógica não devemos ter festas juninas em escolas, pois elas satirizam a figura do caipira. Muita gente pode se sentir ofendida.
Ou a chamada arte drag, porque é uma intersecção da palhaçaria e, automaticamente, ridicularizaria homens gays.
O texto vai ao carnaval medieval para comentar o atual. Faz jus. No carnaval brasileiro senhores seguem sendo servidos e pintar a cara de preto enquanto uma senhora preta cata a lata que vc jogou fora ou usar cocar enquanto yanomamis morrem não é transgressor, é manutenção das hierarquias sociais. Aliás, quem somos nós para dizer o que ofende ou não outros grupos, se somos os servidos, os dominantes, o padrão? Não se trata de censura, mas de respeito. Não há diploma capaz de ensinar.
Meu caro, não se trata de proibição. É como o direito. Não te proÃbe de nada, mas impõe sanções para que possamos viver com um mÃnimo de civilidade. No carnaval também se normalizava assediar mulheres. Aceitaremos em nome da anarquia? A consciência social avança, a passos rasos, mas outras vozes surgem e precisamos respeitar para que não sejamos os inadequados, os eternos tiozões da sukita. A criatividade do povo brasileiro é infinita. Precisamos espernear para usar cocar de indÃgena?
Creio que tô na direção que você segue, prezada Jéssica, embora sua crÃtica seja mais profunda.
Jéssica, não é proibindo uma fantasia, mudando a palavra de "favela" para "comunidade", etc. que nós vamos corrigir as injustiças deste paÃs. Eu estava no Carnaval em 2020 fantasiado de Ãndio do estilo apache - nada semelhante ao indÃgena brasileiro - e pra quem não sabe há muita diversidade entre os chamados "Ãndios" e um garoto veio me dizer: "migo, isso não é fantasia que se use!". Oras, ele pode determinar o que eu uso ou não? Isso é autoritarismo!
Texto excelente. Isso ainda abarca aquela conversa furada de "apropriação cultural", negando a verdade antropológica incontestável de que as culturas estão em permanente intercâmbio cultural.
Bolsonaro, o Heleno, o Mourão o Ricardo Salles e o governador de Roraima e seus sócios jamais se fantasiaram de Ãndios; pergunte aos Yanomamis o tipo de "respeito" que eles receberam dessa turma.
No Rio de Janeiro, a regra é sainha de tule ...
Mas nem no Carnaval esses chatos dão sossego... rsrsrs É proibido proibir minha gente!!
Ainda teremos uma guerra civil por causa da ditadura dos movimentos identitários que mistura alho com bugalhos em qq ação do indivÃduo e no fim desligitima as verdadeiras lutas sociais das minorias!!!
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