Ilustrada > A polêmica decisão de reescrever trechos de livros de autor da 'Fantástica Fábrica de Chocolate' Voltar
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Mao nunca saiu de moda e pelo visto, a novalÃngua está cada vez mais popular. Simplesmente vergonhoso, para deleite dos neo-fasci- puritanos.
Sou a favor de que se mantenham as obras como no original, excetuando eventuais mudanças nas próprias palavras (como ocorreu no português, trocando o "ph" por "f") ou de versões mais modernas das lÃnguas (a exemplo do inglês da época de Shakespeare para o inglês atual). O conteúdo original serve não só para situar as obras no seu devido tempo, mas também para estimular uma leitura crÃtica de acordo com o espÃrito do tempo atual.
O mundo realmente está mudando: para pior. Essa mudança desmedida em obras literárias já consagradas configuram um verdadeiro genocÃdio literário. Vão suprimir daqui a 30, 50 anos tantas palavras e expressões, que a obra perderá toda a sua originalidade. E para quê? Para se adequar a nova geração que se emb$urrece a cada ano? Que não tem mais $aco sequer para ler um bom livro? Tudo será tão artificial que perderá o gosto.
É o mundo contemporâneo. Amazon deletando livros e capÃtulos (descobri ontem, por exemplo, que todas as revistas TIME e The Atlantic que comprei ao longo dos anos foram apagadas do Kindle), iTunes e streamings diversos tirando faixas dos álbuns, como ocorreu com "Do What You Want" de Lady Gaga em "Artpop". A informação eletrônica é cada vez mais dissoluta e mercurial. Trabalhei numa comissão de digitalização da CGU também e posso dizer que não há segurança alguma em documentos públicos digitais.
Em algum momento, terão alterado tanto o passado, que as pessoas não saberão o que realmente ocorreu. Lembro sempre de Aldous Huxley. A mudança do passado com a manupilação do presente. Não vivemos a era Fordiana, mas o futuro dará outro nome outro nome para esse fenomeno. Quem sabe um outro calendário também, porque não?
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