Antonio Prata > Máquina de moer gente Voltar
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Muito real a percepção do colunista. Acho que a famÃlia dele é de Friburgo; se for, conheci muito o pai dele, que tinha a mesma percepção.
A conclusão: telenovela não dá preparo para a vida, ao contrário descapitaliza o saber adquirido ao longo dos séculos junto à natureza. O rumo estava meio perdido, veio a pandemia, por dois anos as pessoas se acomodaram às restrições, isso trouxe consequências, aumentou a pasmaceira e o desinteresse geral, o que fazer para restabelecer a iniciativa e o dinamismo? Como dar às crianças bom preparo para uma vida alegre e construtiva?
o que vcs nao entendem é que a absoluta minoria das pessoas fora retiradas das suas atividades caiçaras no litoral norte de SP. Comparem o crescimento populacional da cidade de São Sebastião em 20 anos com o cresimento médio do próprio Estado de SP. Mais de 90% das pessoas que mudaram para lá foram atras de oportunidade de emprego. é um cenário bastante ruim de desigualdade do paÃs, como as periferias desordenadas das grandes cidades. essa comparação está muito, mas muito longe da realidade lá.
Em 1988 perdi o risco da bunda nas 56 horas que passei num busão convencional também da São Geraldo entre SP e Natal (RN). E da�
É impressionante a quantidade de comentários que tentam desqualificar o Antônio Prata da manjada forma ad hominen. Não refutam seus argumentos, mas, como diriam os militantes das representatividades, ele não teria "lugar de fala" para criticar os brancos ricos que tomaram as terras dos caiçaras e os reduziram a serviçais por ele próprio ser branco e rico (???). Aà seria "culpa", "pose", "lacração" etc. Bem, por tudo que li do autor nos últimos anos, acredito que ele seja sincero. E que estilo!..
Também não simpatizo nem um pouco com esse papo de "lugar de fala", tanto que o empreguei de forma um tanto irônica. Mas você não consegue ler um texto de forma não reativa, não é mesmo? O A.P. fez um texto belo e excelente, pois foi capaz de explicar um fenômeno geral a partir de uma situação particular. Em muitos casos isto é forçação de barra, mas neste funcionou magnificamente. Não é para qualquer um. E a sua exposição de fragilidade aos 16 anos é prova de maturidade, não de auto-indulgência
Também considero o "lugar de fala" uma estultice. Mas, enfim, a questão não é essa. O ponto é a presumÃvel falta de autenticidade na argumentação. Pinçar uma experiência pessoal e transformá-la em uma ficção social soa, assim, meio cabotino, entende?
Mais um texto de autoexpiação do autor. A impressão que tenho é de que o Antonio Prata está sempre tentando deixar subjacente em seus artigos a seguinte ideia: "Olha, gente, eu sou paulista, bem apessoado, bem criado, bem assentado financeiramente, mas, mesmo assim, sou um cara legal, viu? Por favor, não me cancelem, não desgostem de mim!"
Valeu, Prata. Sua coluna, de tão vigorosa, pode ser uma viga!
Fiquei emocionada com essa crônica Antônio. Você é necessário!
Perfeito!
Mais um texto de autoexpiação do autor. A impressão que tenho é de que o Antonio Prata sempre está tentando passar a seguinte mensagem subjacente: "Olha, pessoal, apesar de eu ser paulista, branquinho, bonitinho e riquinho, também sou um cara legal, viu? Por favor, não me cancelem, não desgostem de mim!!!!" É ou não é?
Zé Gonçalves, não fica alegrinho não. O Jove está sendo sarcástico com imenso incômodo que o Antônio Prata lhe causa. Deixa eu adivinhar: você não tem casa na região, mas adoraria ter e morre de inveja de quem tem. DaÃ, por um mecanismo nada sutil, você passa a atacar todos que deploram a situação de profunda injustiça social causada pelo tipo de ocupação no local. Se você estivesse por perto, se juntaria aos "condôminos de luxo" que atacaram a jornalista do Estadão.
Puxa, você captou perfeitamente o Prata e o presente texto dele, que é uma porcaria. Ele é assim mesmo, pequeno, menor, (e mesquinho, branquinho, bonitinho, riquinho) furtivo, fingido, morno, pedestre, metido, envergonhado, principalmente envergonhado com a opinião que você tem dele. Que leitura fina e sutil essa sua, de arrepiar pela sensibilidade. E tem muito medo, ele, de ser cancelado. Cara, você foi perspicaz!
Há muitos discursos bonitos, engajados, convincentes, porém estéreis. Tá certo que grande parte da responsabilidade do bem estar dos indivÃduos é da polÃtica partidaria/ideológica, mas polÃtica pode e deve ser feita por entidades civis e indivÃduos, há uma lacuna enorme entre discurso e ação. Tenho a utopia de um dia haver menos desigualdade.
"A nossa elite é incapaz de viver sem a dependência permanente de uma senzala". Uau! Darci Ribeiro não sintetizaria melhor. Grande Prata.
A conversa fácil de que tudo depende de vontade polÃtica. A solução é polÃtica, a vida é polÃtica, as tragédias são polÃticas. Não, não vamos andar com pensamentos assim.
Antônio, você leu o texto e o entendeu da forma que lhe foi conveniente para desqualificá-lo. Este é antes uma reflexão sobre experiências pessoais ante uma situação geral que é uma tragédia diária invisÃvel porque foi normalizada. Às vezes a tragédia torna-se visÃvel de forma literalmente arrasadora. Me parece que podemos mudar com textos assim.
As comunidades tradicionais de pescadores sempre foram pobres, e a vida de pescador arriscada. Basta ver algumas letras do Dorival Caymmi. Certamente alguns pescadores se mantiveram na atividade, com capital e tecnologia. Melhores barcos, frigorÃficos, pontos de comercialização. Mas poucos deles conseguem uma produção pesqueira que antes exigia grandes comunidades.
José Cardoso, a vida dos pescadores artesanais de fato sempre foi pobre e arriscada, mas esta pobreza era econômica, não cultural, como o Prata descreve magnificamente. Acredito que para você esta "riqueza cultural" seja bobagem, o que interessa é grana. Pois a esmagadora maioria destes continuaram pobres, perderam sua cultura e mesmo a dignidade, passando a viver uma vidinha servil: este é o ponto! Não que eu ache que não se possa mudar nada, mas seria possÃvel mudar de maneira menos absurda.
Complexo de culpa de rico é dureza
Comentário sem nexo e desagradável!!!!
O Antônio Prata é rico? Talvez de talento e sensibilidade...
A maioria dos ricos nao tem um pingo de complexo de culpa. Acham q sao ricos porque merecem. Aliás, e a maioria da classe média tb, e ainda acham q estão muito mais proximos dos ricos q dos pobres.
Muito melhor que a indiferença né?
E o caiçara foido pra ganhar dinheito e deixar o paraiso extrativista
Outro comentário sem nexo e desagradável. Pior que bolsonaro , só quem o apoia.
florentino (com minuscula mesmo)é só um classe merdiazinho pendurado em 1/2 duzia de cartões ,masnão consegue viver se não for sendo servil e babando os ovos os ricos.
Florentino, que eu saiba, as construtoras de condomÃnios chegaram nas terras desta gente, expulsaram todo mundo, fizeram os "paraÃsos à beira mar" para os ricos e até para os da classe média mais abastada, se lixando para as questões ambientais. Aà os caiçaras, expulsos do "paraÃso extrativista" ficaram doidos para ganhar dinheiro para sobreviver, construÃram barracos nas encostas, pois era o espaço que sobrou, e passaram a trabalhar para o pessoal dos condomÃnios. Legal, né? É o "progresso"!
E o rico de São Paulo esquece que sua riqueza vem dos incentivos fiscais pagos também por nordestinos, nortistas e tais.
Apesar do saudosismo da velha guarda esta mudança afeta todo o tecido social, ricos ou pobres, nada a ver. Qual o jovem rico hoje que sabe fazer sua comida, trocar lâmpada, recuperar um entupimento, matar um rato, pintar uma parede? Hoje ricos e pobres se igualam no seu trabalho de serviços "civilizados" e se divertem com seus celulares e selfies. O mundo mudou não apenas para os caiçaras ...Só os brinquedos sim são diferentes para cada classe social. E viajar continua sendo muito bom.
A favor dos roedores, vida longa aos ratos
talvez vc esteja falando do pobre e do rico urbano. Deixa te contar: sim, ainda matam ratos na comunidade, ainda usam gambiarras pra fiação elétrica, ainda cozinham arroz e feijão quando há! as vezes em latas e lenha velha... gas ta caro.
Que texto maravilhosos Prata! Lindo e triste! Obrigada e um ótimo domingo para você!
A cada parágrafo você nos faz refletir, continue nos instigando a repensar e observar com mais detalhes e transformar em atitudes esse olhar mais apurado
Prata, que sensibilidade é esta?! Produz magia com nosso cotidiano, nem sempre belo.
Sem contar que o estado fechou no positivo... poderia ter gasto mais nas polÃticas públicas, na prevenção...
Cinquenta por cento do pib amigo, oitenta por cento dos royalties do petróleo e mais de setenta por cento das receitas de icms concentrados entre rj e sp tu quer o quê, estamos numa escalada crescente de desigualdade, que uma boa reforma tributária já ajudava, mas rj e sp vão abrir mão de receitas? mesmo com esse flagelo todo de migrantes por lá, inclusive bolivianos, os cariocas e paulistas acham lindo isso, manter as maiores riquezas do paÃs nas suas cercanias, tudo tende a piorar
SP com 18,3 milhões de s up er av i t em dezembro de 2022... em cima da população.... vários setores sem manutenção, ausência de recursos em polÃticas públicas.
Por isso que o Kardecismo dá tão certo no Brasil. A ideia de que o pobre tem que se lascar. Uma pessoa próxima tinha mil problemas com um marido abusivo. Alá Bento Carneiro, o Vampiro Brasileiro pinchava a seguinte maldissão: "Vai reencarnar mulher, preta e pobre." Eu ainda completava: só falta ser cega. Quando dizÃamos isso estávamos garantindo que estas pessoas tem que ser lascadas e subservientes.
parte 2: Meu filho não desistiu não! Ajudou a fundar o "Raposas negras", instituição que apoia estudantes negros do Insper nas suas dificuldades. Mas não é uma mudança fácil. Dói. É necessário a sensibilidade e a coragem pra mudar...
Isso é transformar e transformador. Parabéns pelo filhão que arregaçou as mangas e certamente mudará a realidade triste muitos.
Quando meu filho voltou de um programa de intercâmbio onde aprendeu fazer cerca, tosquear ovelhas e ganhar uns trocados, primeira coisa que disse quando voltou: quero trabalhar mãe! No sábado foi à feira e ficou ma barraca do amigo vendendo pastéis. Fedendo a óleo veio triste: o pai deke me pagou metade do que deu a ele. Perdi meu jogo de futebol. O resto da turma ficou me zoando. Resultado, foi pro Insper fazer economia. Lá, de preto que é, foi massacrado. DifÃcil quebrar paradigmas!
CertÃssimo, Prata!
Búzios no RJ era uma aldeia de pescadores.
Vai passear lá pra ver o que se tornou, apesa de bela. Amo a cidade, acho aconchegante, porém extorsiva.
Meu caro, não sei o porquê, mas quando o Renato Terra fala sério, Mindá meda; você, tristeza; o Tuga Ricardo Pereira, eu ainda não defini bem, ele fica sério muito raramente. Sei lá, entende? Broxei - mas pelo menos não foi de Bozofrenia.
No Brasil existem duas classes de pessoas: proprietários e quem trabalha alugado ,(como ainda se fala no Nordeste). De você tiver tido o supremo azar de ter nascido pobre aqui, só existe um caminho: lute com unhas e dentes para se tornar proprietário e juntar dinheiro. Ou veja seus filhos serem triturados pela máquina de moer gente que é este PaÃs fora de mão. Pronto: nu e cru.
Ah! Que bonito ver alguém se extasiar com o Bom Selvagem....
Mil vezes melhor se extasiar com o bom selvagem do que com o " mito e seus mitoides ". Pior que bolsonaro , só quem o apoia!
Que feio defender os selvagens maus, o nossos poderosos há 500 anos...
Seu breve comentário (irônico e insensÃvel) sobre o texto (direto e sensÃvel) não permite um debate racional de ideias. Aliás, seu breve comentário é simplesmente provocativo e esquivo. Em nada contribui para a necessária reflexão que o autor propõe ao expor sua experiência e reflexão.
Perfeito!!!
Como uma paulistana que saiu de SP há quase 30 anos pra viver na praia, posso dizer que o sentimento do Caiçara, ainda q viva do dinheiro do rico, é e total exploração e alienação... Uma pena q a gente não aprenda nada
Itaúnas ainda tem alguns caiçaras. Não asfaltaram suas ruas da Vila. Mas, infelizmente, acho que é só uma questão de tempo. A estrada,que dava acesso foi recentemente asfaltada. Isto é só o começo para a especulação imobiliária e o apartheid.
Posso assinar em baixo? Tomo a liberdade. E ainda cito: A nossa elite é incapaz de viver sem a dependência permanente de uma senzala
Mamãe outro dia mencionou a diferença que Zeca Camargo faz entre ser turista e ser viajante. Buscar experiências sensoriais, ou só sair da rotina cotidiana? Conhecer as pessoas que moram no local, ou ficar ilhado numa estrutura de conforto e segurança? O resort, para mim, é a expressão máxima de ser turista. Existem projetos (raros) que proporcionam uma visita que respeita o meio ambiente, a população e sua cultura e não moem as pessoas, pelo contrário, procuram valorizar o modus vivendi local.
Muito bom o texto ! Só investir milhões em mecanismos de previsão não vai adiantar. A galera tem que sair das encostas, temos que reflorestá-las porque essas "bombas de chuva" serão cada vez mais frequentes. Os descendentes do Tatu se aglomerando nas favelas em Itaúnas e SPaulo, haja poder público. De qualquer forma, sempre é tempo de mudar. O meio-ambiente se organiza rapidinho sem o homem. É que achamos que estaremos sempre aqui. Ledo engano !
Parabéns pelo texto. Preciso.
Wow! Que texto!
Disparado, sua melhor coluna até hoje!!!
Disparar, sua melhor coluna até hoje!!!
Esse texto foi um sucesso retumbante! Deu vontade de reler O Velho E O Mar. E de escutar a música do Chico Buarque : "Por me deixar respirar, por me deixar existir, Deus lhe pague".
Espero que pelo menos tenha distribuido boas gorjetas ao Tatu.
Pescadores viraram meros serventes de turistas a beira mar faz muito tempo. Deve haver poucas comunidades livres no litoral do Brasil. Já as pessoas de comunidades sertanejas tem sido continuamente usadas como mão de obra escrava em fazendas Brasil afora. As vinÃcolas gaúchas são uma parte Ãnfima dessa tragédia.
Pratinha é um alquimista. Suas palavras transformam-se em puro ouro.
Análise perfeita. O brasileiro metido a rico não vive sem uma casa grande e senzala. Sobre Itaunas, também estive lá na mesm época, em fev de 1995, com 19 anos, e era assim mesmo, uma vila caiçara. Duvido que tenha resistido assim.
Hoje já tem até "hotel de charme" pra quem pode pagar 700 ou 800 a diária.
E assim tem acontecido em Jericoacoara, Canoa quebrada, Galinhos, Pipa, Porto de Galinhas, Maragogi, Praia do Francês, Morro de São Paulo, Barra Grande, Itacaré e Itaunas!! A mudança de status (para pior) das sociedades locais! O mesmo modelo de ocupação!!
Concordo, Geraldo, é o mesmo modelo de ocupação, transformando essas pequenas vilas (outrora de pescadores, ribeirinhos, artesãos etc.) em cidades turÃsticas. Mas também verifiquei que é possÃvel fazer circuitos alternativos nessas localidades, de modo a conhecer o que ainda restou das comunidades tradicionais e do modo de viver que foge ao circuito padronizado. Temos que aprender a consumir: qual circuito estamos "fomentando"? O que mói gente, ou o que valoriza as comunidades tradicionais?
Estou aplaudindo essa coluna de pé
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