Hélio Schwartsman > Dupla punição Voltar
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As observações sobre comportamentos de mães prejudiciais aos futuros bebês são interessantes. Mas de qualquer forma, criminalizar o assunto certamente não é solução. Como não é para o aborto.
O Homem ( sinto sapiens ) , a sabedoria foi escondida dos doutos , mas revelada aos simples , oois o homem na sua ilusao se sente o dono da Vida , ela esta acima de nos.
Então tá. Mas no caso de criança sem rins ou anencéfala, estará debaixo de nós - a sete palmos - rapidim. Simples assim.
Como alguém pode ser contra o aborto e a favor da pena de morte? Cadê a coerência?
O assunto é complexo, mas a comparação na cabe nesse caso. Mas, só p esquentar, o primeiro é inocente, o segundo culpado,condenado, provavelmente por tirar a vida de alguém.
Mulheres não são incubadoras! Legalização do aborto já!
Como disse o Ponde , o aborto sera sempre uma escolha entre duas vidas , simples assim.
Eduardo, seu comentário também não é correto. Se der um vale refeição a uma criança de 2 anos ela se alimenta sozinha?
Não é simples. Aliás, como toda simplificação, é uma estupidez. Quando o feto pode ser considerado uma vida autônoma? Se der ao feto de 2 semanas um vale-refeição ele se alimenta sozinho?
Nem sempre, Adelaide, prezada: muitas vezes mãe não está em risco, só o feto está condenado a morrer depois de parido. Em outras, a morte é moral, de cunho existencial e não fÃsico, o feto gerado pelo estupro: não há vida alguma em risco. Arriscado é achar que a coisa é simples assim.
É desonesto do ponto de vista de argumentação lógica comparar atividades perigosas com o aborto. O objetivo é completamente diferente.
Absolutamente impecável, como poucos textos sobre o tema, meu caro Hélio. Eu adicionaria meu estranhamento relativamente à extremada preocupação com a vida do não-nascido, quando contrastada à visão liberalizante da posse de armas, instrumento de utilidade única: morte de gente que já nasceu. "Ah, mas é para minha proteção, legÃtima!", pode dizer o fã de revórvi. É legÃtimo, portanto, nos casos de risco, proteger a mãe em detrimento do feto - até porque ela já nasceu há algum tempo.
Claro que no caso especÃfico do texto concordo com o articulista. Entretanto, tendo nascido cego, para mim é impossÃvel dissociar a generalização do aborto da noção de eugenia. Será que queremos uma sociedade onde só viviam os perfeitos? E quem serão perfeitos?
Essa é uma forte questão, carÃssimo Vanderlei. Creio que só se responde a isso com a civilização e a ética: é possÃvel oferecer vida ao imperfeito, à quele que tem uma disfunção? A técnica e/ou a sociedade são capazes de dar conta? O darwinismo só se aplica em casos de ausência de avanço social ou de tecnologia reparadora-assistiva. Ou, evidente, pela presença de uma camada ideológica (tão ideológica quanto esta que acabei de proferir) que justifique a seleção somente dos "perfeitos".
A sua coluna de hoje valeu a assinatura da Folha. Esse acórdão foi uma lição de bom senso ,e acima de tudo, de justiça para quem ama o Direito. Aprendi em minha longa vida, que um Juiz deve ter duas qualidades: bom senso e ingratidão. Juiz grato a alguém ao Julgar, por mais correta que esteja a decisão, vai pairar a sombra da dúvida, teria sido imparcial?É deve se abster. Bom senso: o juiz pode conhecer tudo do Direito, mas, se não tiver bom senso, as decisões não serão justas.
Prezada Neli, não precisa ir ao exterior. Aborta-se ali na esquina em excelentes clÃnicas, médicos muito bem remunerados e autoridades subornadas. Obviamente sem acesso aos pobres.
Sou contra o aborto! Mas , entre deixar nas ruas as crianças sofrendo, que se faça o aborto! Só as mulheres pobres que são prejudicadas! As ricas , bem nascidas vão abortar no exterior. E o aborto legal? Ninguém fala nada das penas penais pÃfias para os crimi no sos .E se homem tivesse filho o aborto seria livre até a termo.
Um bom artigo de jornal joga com a gravidade do assunto e a precisão/leveza no seu tratamento. Sempre crÃtico o articulista (devo dizer que ele tbm não se ajuda, à s vezes), mas hj ele foi melhor que os dezenas de acadêmicos dos longos debates que participei e acompanhei. Helio é isso, um craque q entrega menos do que poderia, mas sempre nota seus golaços.
Código Civil, artigo 2º: "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro." O debate sobre o tema é antigo. Hoje, com preservativos distribuÃdos gratuitamente nos postos de saúde, talvez a discussão mais importante seja a educação se.xual e os riscos de uma gravidez indesejada. Usar preservativos é mais barato e menos doloroso do que interromper uma gravidez indesejada.
Prezado João, não tenho a menor dúvida sobre isso - e há muito mais além dos preservativos a se considerar. Todavia, com a alucinante quantidade de violência sexual, a possibilidade de falha na contracepção e, eventualmente, as má-formações congênitas, a discussão do artigo não é baldada.
A suposta mpossibilidade de impedir que a gestante incorra em comportamentos de risco ao feto, não deve ser motivo para desistir de fazer o possÃvel para protegê-lo. Entendo que dar palpite sobre a barriga alheia, não é correto, mas já é outro ponto. Penso, repito, não ser correto, render-se a uma suposta impossibilidade. Recorrendo a uma analogia, não tão bem como o colunista o faz, é impossÃvel ao Estado vigiar, proteger seus cidadãos contra criminosos dia e noite. Mas, faz o possÃvel...
João, prezado, a analogia entre os comportamentos de alto risco, passÃveis de serem assumidos sem nenhuma sanção, e o abortamento voluntário, criminalizado, não é nem à toa, nem única. As crÃticas morais aos fumantes, alcoolistas e drogaditos crônicos - "gastamos dinheiro do SUS cuidando desses eixcrotos!" - tão frequentes, são tantas vezes feitas por gente que se entope de McDonald's, batata frita e não faz exercÃcio. São paradoxos que merecem atenção.
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