Esporte > Há 50 anos, o maior valentão do futebol morria para defender grupo de gays Voltar
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A minha paixão pelo futebol e pelo Flamengo começou em um jogo no qual Almir foi o protagonista. Era o final do 1º turno do carioca de 66. O Bangu vencia por 1x0. Chovia uma barbaridade. No final, Silva Batuta empatou, logo depois, Almir de peixinho cabeceou, a bola voltou, segundo peixinho, desta vez com a cara na lama, Fla2x1. A primeira decisão que assisti no Maraca foi o 3x0 descrito. Almir correndo atrás do Ladeira e pisando em seu peito. Distante e inesquecÃvel memória dos 6 anos de idade.
Seria a versão divulgada pela folha à época consequência de censura ou foi só apuração incorreta mesmo ?
Fernando, nem seria necessária a ação da censura nesse caso, era simplesmente autocensura. Em 1973, nenhum "jornal de famÃlia", como se dizia na época, se atreveria a escrever que um homem morreu para defender homossexuais que ele nem sequer conhecia. Até os anos 90, gay só era notÃcia em jornal grande nas páginas policiais, ou como criminosos ou como personagens bizarros.
Possuo até hoje um livro sobre a biografia deste jogador, editada pela extinta Placar (Almir Gabriel, o Pernambuquinho). Numa parte, Almir dá a entender, que o árbitro da 3a partida do Mundial de 63, foi comprado, por isto, fez tudo que fez, e não foi expulso.
Almir Pernambuquinho, assim como André Catimba (1946-2021), fez parte da classe dos jogadores raçudos, valentes, que não tinham medo de nada, dispostos a tudo em campo, sem se preocupar com as consequências. Ainda há alguns como eles. Um desses é Nathan Cachorrão, jogador do Fluminense do PiauÃ, o qual recentemente causou uma confusão ao lamber o nariz de um adversário e depois levar um soco dele, que foi expulso. Cachorrão comemora seus gols imitando um cão a urinar na bandeira de escanteio...
A matéria do dia da morte na capa da Folha reproduzida neste texto dá outra versão sobre a morte: diz que ele morreu ao protestar contra comentários sobre sua mulher e após um amigo ser assassinado a tiro.
Quem viu a revanche do SANTOS em 62 com o Maracanã possuÃdo por mais de 120.000 pessoas não esquecerá jamais o jogo de maior público da história de todos os mundiais de clube. O Santos perdia de 2 a 0! Virou em 4 a 2. Uma chuva torrencial! Pepe, o canhão da Vila, maior artilheiro do Santos depois de Pelé, numero 11 à costa, fez 2 golaços de falta. Disparou dois torpedos que rasgaram a rede encharcada de chuva. Almir deu seu maior espetáculo naquela noite. Lutou feito um Leão com a zaga do MILAN!
ERRATA: o ano era 1963. Colho do instante para registro da época. As redes não eram de plástico, mas de cordas de atracação com fios usados nos cais dos portos. Quando a chuva era torrencial os fios das redes ficavam empapuçados. Com o tempo degradavam e, não raras vezes, "os canhões de Pepe" rasgavam a rede. Uma perplexidade ver, detrás do gol, o canhão da Vila "estufar a rede molhada". Os fios espirravam milhares de pingos d'água. Uma explosão de água brilhante que somente Pepe soube fazer!
Eu me lembro dessa partida. Eu tinha 9 anos. Houve transmissão ao vivo pela TV em SP e nos reunimos na casa de minha tia. Vitoria inesquecÃvel do Santos sem Pelé. E olha que sou são-paulino.
1963.
Que orgulho do futebol brasileiro, não conhecia essa história. Por que isso não é divulgado tanto quanto o último penteado do Neymar?
Almir figura Ãmpar de nosso futebol,jogador de uma técnica diferenciada e de uma raça gigantesca,o Milan que o diga, Santos bi campeão mundial.
Almir, um personagem fascinante e interessantÃssimo do nosso futebol. Muito diferente dos tipos anódinos que correm pelos campos atualmente.
Eu tinha 13 anos e ouvi num rádio de pilha este jogo num lugarejo localizado em Santo Expedito, interior de São Paulo e sei que naquela noite, ALMIR O PERNAMBUQUINHO, fez de tudo em campo, fez gols, brigou e a sua morte alguns poucos anos depois me deixou chocado, ao ler esta nota confesso que me emocionei demais, Afinal um sujeito valente como ele era, perdeu sua vida por causa de ofensas que alguns desordeiros faziam contra gays, algo que sabidamente não era praia dele e tampouco minha.
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