Alguém aí ficou convencido? Alguém aí contemplado na comparação com o México? Alguém aí satisfeito com o uso da referência móvel dos “últimos 12 meses”? Alguém aí saiu da leitura convicto de que aqui não se pratica as maiores taxas de juros reais do mundo?

O título do artigo pergunta se o Brasil é campeão mundial de juros. Mas o artigo entra em minúcias para concluir apenas que a taxa de juros real do Brasil é igual à do México... Falaram, gastaram toda a sua sapiência, mas... Não responderam objetivamente à pergunta. Ou será que o mundo dos autores se resume ao México?????? Um bom exemplo da arte de falar muito e não dizer quase nada.

Uma coisa é a Selic. Outra coisa a consequência sobre o serviço da dívida. A primeira é o rabo, a segunda o cachorro. O Brasil já chegou a pagar o equivalente a 14% do PIB em juros e encargos financeiros sobre a dívida pública interna no final da Era FHC. Sem falar na dívida externa, que eram outros 500, pelo menos até 2007. Assim, não resta dúvida de que o BC, tanto antes quanto agora, não pode errar como já o fez no passado remoto e recente. Chegou a hora da auditoria geral: BC; JURO; DÍVIDA!

O México tem 18% abaixo da linha da pobreza, enquanto o Brasil tem 29,4%. Grupo esfera representa os endinheirados, que não pagam impostos, que conseguem empréstimos com juros subsidiados e que se apossam do dinheiro público por serem acumuladores gananciosos. Como tem coragem de publicar tecnicalidades totalmente desconexas, que estando certo ou errado não muda em nada o fato dos juros altos brasileiros estarem enchendo os bolsos dos ricos e impedindo o país de produzir.

Os juros reais de curto prazo do BC do México estiveram em 1.1% em média ao longo dos últimos 10 anos, contra 3.1% em média no Brasil. Realmente somos campeões históricos. Mas nos últimos 4 anos a coisa se inverteu: 1.6% lá contra 1.1% aqui em média. A situação atual é anômala, e tem um pouco a ver com a desconfiança do compromisso do governo em relação às contas públicas e à inflação. O populismo de lá parece mais responsável que o(s) daqui.

Parabéns ao colunista, trouxe uma informação nova (pelo menos para mim). É sempre bom entender que problema complexo não tem solução simples. Uma pena que os comentários sejam sempre críticas e agressividade quando não corroboram as opiniões pessoais de quem comenta.

"Não reclamem dos juros, pois, comparados ao México, até que estamos bem." É isso? Se essa é a conclusão, fica difícil saber para que perder tempo com argumentos. Ficamos aguardando a demonstração de que, comparados a Botswana, até que estamos bem. Se tiverem um tempinho, demonstrem também que um Banco Central que tem como uma de suas metas o pleno emprego está justificado a subir a taxa Selic para um nível no qual apenas o México, depois de muita contorção, consegue nos fazer sombra.

Lindo artigo, só prá dizer quem está pior, Santos ou Ituano?

Puxa, que peninha, Senho@s. Quanto às previsões, é o que poderemos ver, um dia após o outro: não se esqueçam de voltar a estas páginas em 24 meses, tá? Aí aquilataremos o valor pitonísico do artigo. Até lá.

Aí concluímos que o Brasil está ruim, mas talvez, o México esteja pior. Seria mais interessante saber qual a população mais endividada do mundo e qual a relação deste endividamento com os juros altos? Para (não) variar, os pobres sofrem mais com essa política maluca de juros estratosféricos do que os ricos.