Marcelo Viana > Para que serve o problema do passeio do cavalo no xadrez? Voltar
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O Xadrez é tão estratégico, matemático, lógico e exercita o raciocÃnio antecipando jogadas e seus efeitos, que deveria fazer integrar as cadeiras escolares, como atividades extracurriculares, a exemplo da música.
Enxadrista e doutor em administração falando aqui: a evidência cientÃfica existente atualmente não demonstra qualquer vantagem significativa em aprendizado de matemática entre aqueles que fizeram e os que não fizeram xadrez, mesmo controlando para anos de estudo do jogo, gênero e outros controles importantes. Triste, mas...
O movimento do cavalo tem algo de rotacional, ao contrário de todas as outras peças, que se movem linearmente. Isso fica claro no caso de um tabuleiro 3 x 3, onde o passeio é fechado mas não é completo, deixando a casa central vazia, 'circulando' por toda a periferia.
Recentemente, um cavalinho repleto de joias passeando de avião originou também um problema para um certo casal que nem a matemática mais avançada consegue resolver...
Apesar do exagero do elogio, muito obrigado Sra. Maria Antonia .
Comentário genial.
a aplicação mais evidente da bagaça, é treinar pesquisadores matemáticos. objetos de pesquisa não precisam eles mesmo servir prá muita coisa, o maior produto da pesquisa acadêmica é o pesquisador treinado que vai ficar porraà ajudando o povo a fazer melhor as coisas. treinado vai ajudar a empresa a desenvolver produtos tecnológicos, vai treinar mais macacos prá fazer mais pesquisa e produtos, vai entrar num ciclo virtuoso.
Isso me faz pensar no enquadramento da realidade pela investigação cientÃfica. Os tabuleiros são a expressão desse enquadramento, considerando que a ciência oferece um procedimento, um protocolo de como conduzir uma pesquisa, o que fazer com seus achados, como interpretá-los, enfim, chega a conclusões ou soluções para um problema. Diante da absoluta falta de sentido da existência, os cientistas oferecem um enquadramento da realidade que torne tudo mais suportável.
Até que não se tenha lÃngua/solução melhor, só nos resta a gramática/explicação cientÃfica.
Estimada Paloma, sua dúvida é também a minha. A matemática explica, em teoria, a aleatoriedade, mas o acaso lhe escapa. A sequência de Fibonacci explica o arranjo das sementes do girassol, mas a Royal Society diz só um em cinco girassóis segue a sequência. O fÃsico de Berkeley Leonard Mlodinov no livro o Andar do Bêbado mostra como o acaso determina nossas vidas. O modelo determinÃstico de Fibonacci não é suficiente.
Isso me faz pensar também na aleatoriedade ou acaso, o que sai pela tangente, o que não é facilmente objeto de enquadramento. E o mais fascinante é que a própria matemática se ocupa dos fenômenos aleatórios, ou seja, nada escapa, tudo pode ser enquadrado pela matemática, pelo que observo. É uma forma de dar sentido para o que não tem sentido. Ou devo entender que os matemáticos e cientistas pressupõem que exista uma ordem preexistente ou sentido preexistente no mundo ou no universo?
Hahahah, seu Marcelo, ficou todo mundo instigado com a aplicações práticas! Vossa marcê antevia que ia ter boquejamento?
Ótimo e instigante, obrigado.
É por isso que gosto da Folha. Vários assuntos são abordados. Esse problema, particularmente, me chama atenção porque adoro Matemática e FÃsica, embora seja um jogador mediano de xadrez. Mas o que importa é a diversão.
Quais problemas práticos?
Professor, começou fascinante, dando um gostinho de seguir lendo, num crescendo, pra descobrir pra que diacho serve afinal. De repente eu vejo que as três estrelas que caracterizam o fim de uma coluna na Folha apareceram e penso "É agora!" e ... nada :( , tem um veja bem pode ser uma solução pra rede neuronais, coisa tão intangivel qto o problema do passeio do cavalo.
Eita, seu Marcelo, só faltou enunciar quais os problemas práticos que podem ter soluções com base nessas redes neurais. De todo modo, um treco fica cada vez mais claro: um matemático tem que ser, obrigatoriamente, um curioso. "Um curioso" pode ser qualquer coisa, e muitas outras profissões não demandam curiosidade, mesmo que envolvam matemática - não me lembro de conhecer algum contador curioso, embora os metódicos sejam regra. Mas Matemata conformado, num dá pé.
Georges Perec era um amador em matemática que tinha amigos matemáticos. No seu romance há enigmas e quebra-cabeças como no Ulisses de Joyce. A série de Fibonacci 0,1,1,2,3,5,8,13,21 o encantava pois explicava a criação de coelhos, a proporção ideal de uma concha ou a disposição mais coerente das sementes do girassol. Nossas vidas não vivem de regras mas numa realidade regulada pelo acaso.
Vito obrigada por me ensinar a sequência de Fibonacci. Um abraço.
CarÃssimo Marcos, quanto à s sementes do girassol, eu como filho de apicultor, sempre planto flores no meu quintal. Nas flores de girassol as sementes se agrupam em espirais horárias e espirais anti-horárias. Se você contar o número delas dará 34 e na outra 55, que são números da sequência de Fibonacci. Porém estudos modernos indicam que uma em cinco segue Fibonacci devido ao acaso da natureza, ou seja a matemática sozinha não pode explicar a aleatoriedade; a Royal Society investiga o acaso.
InteressantÃssima! Acho que não fiz matemática ou engenharia porque não tive professor que botasse pilha. Matemática e fÃsica explicam o mundo, quer coisa mais interessante que isso? Fui estudar psicologia, que só explica as exceções: as gentes. Aliás, malemá. Mais ainda vou ao chatGPT, pra perguntar das sementes do girassol e matar a curiosidade de ver se ele vai dar explicação que preste. Grato, Vito!
Caro Marcos, no livro Liber Abacci, Fibonacci propõe o problema dos coelhos. No mês zero só há um coelho macho e uma fêmea. Só no segundo mês o casal gera um casal misto e assim sucessivamente. Supondo que nenhum coelho morre. Pronto, temos a sequência de Fibonacci, com os números citados. Cada número na sequência é a soma dos dois anteriores. A matemática aplicada é interessante.
É, meu caro, eu - que sou uma bbbeesta, mas curioso - bati o olho na sequência e levei uns minutinhos a entendê-la. Plim!, fez-se a luz sobre a proporção da concha, mas não os coelhos e as sementes do girassol. Vou pedir ao chatGPT que me explique, vejamos como ele se sai - mato três curiosidades com uma só perguntada!
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