Vera Iaconelli > Cabe um filho aí!? Voltar
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O sistema tem necessidade permamente por escravos. Não tenham filhos!
Hahahahah, ô perguntinha capciosa, hein? Não, aqui não cabe, não. E nem é porque sejamos tão doidinhos, no senso habitual: nossas condições empregatÃcias e logÃsticas são incomumente flexÃveis e a divisão sexual do trabalho tá revirada desde o inÃcio, com vaivéns constantes. Esse negócio de lidar com a "miragem de nós mesmos", em sentido amplo, é que dá muito trabalho - ainda precisamos de muito esforço. No dia em que inventarem pÃrula pra isso, tô na fila. Hahahah!
E eu aqui pensando que ter filhos fosse decisão só do casal. Como eu sou inocente.
Filhos? No Brasil de Lula, Bolsonaro, Nikolas, Hoffman, Zambelli e Boulos? Nem a pau, muito obrigado.
nem todos mereciam ter nascido ... nem os citados, nem quem os critica e/ou quem vota neles .
Pois é, criamos um sistema produtivo incompatÃvel com o sistema reprodutivo da nossa espécie. E, em vez de repensar a estrutura econômica, estamos jogando os bebês fora junto com a água da bacia. Triste realidade!
Acho que ter pelo menos um filho muda nossa visão de ver o mundo, nos ensina a ser menos egoÃstas e egocêntricos, nos torna pessoas melhores de alguma forma. Mas diante desse mundo maluco, principalmente o Brasil, não critico quem não queira ter.
muda, com certeza. Não sei se para melhor. E também não é motivo para se ter um, existem outras formas.
Desculpe-me, mas prefiro insistir no erro de que ter ou não filhos é assunto exclusivamente de foro Ãntimo. Por que tê-los por outro motivo? Para depois perceber que não era aquilo que se queria? Certo feminismo irá colocar a culpa pela infelicidade no patriarcado, na Virgem Maria, nos filmes da Disney etc. Não há um congênere no lado masculino, mas é comum simplesmente o homem abandonar a famÃlia. E o mundo continuará sendo o mundo, cheio ou vazio
é assunto de foro Ãntimo, mas as polÃticas existentes em relação à s crianças podem fazer os casais mudarem de ideia. Para os dois lados.
Ainda que com recursos econômicos limitados ,tivemos dois - que vão muito bem , obrigado - e terÃamos ao menos mais dois , se nossa idade nos permitisse . Não experimentamos , até agora , em média vinte anos depois do nascimento do primogênito , qualquer dificuldade em sermos paÃs . Pode ter sido sorte , ainda que seja , alguns amigos já nos pediram para escrevermos um livro sobre o que fizemos e fazemos .
ela quis dizer margarina, suponho. Eu não acredito em maternidade/paternidade sem conflito, a não ser que não haja real envolvimento. Mas o que eu penso ou deixo de pensar não tem muita importância nesse caso. Mas a satisfação em "ter uma famÃlia perfeita" é o sentido da vida de muitos. Pena que o custo é alto para os envolvidos.
Não entendi a falta de educação da mocinha abaixo . Nós também tivemos, com a graça de Deus, dois filhos , a quem amamos muito .
Qual é a marca da margarida?
O mundo atual não dialoga com a maternidade. Simples assim. Uma vida sem filhos é uma vida de liberdade. Se possÃvel, não tenham filhos.
liberdade para ser egoÃsta ?
Quem tece esse tipo de comentários sobre maternidade e paternidade, realmente não merecia ter nascido ! Aliás, sequer merecia ter sido concebido , quanto mais nascido vivo !
Adotar crianças abandonadas o senhor não quer, né?
Uma revista alemã (Scala) que também publicava em português previu há uns 30 anos que o próximo cisma cultural seria entre os com-filho e os sem-filho. Hoje em dia há muito finger-pointing entre homens e mulheres mas o problema está no contexto imediatamente maior. Eu tive um filho só, fiz vasectomia tão logo quanto possÃvel após o nascimento dele, e para ele aconselho que não case nem tenha filhos, porque as cobranças e expectativas não compensam.
que pensamento triste ! algum motivo especÃfico para isso ? alguma doença grave ? Eu tive problema de subfertilidade, tivemos muita dificuldade para ter filhos, mas, Deus nos permitiu ter dois , uma moça e um rapaz , ambos com saúde . .
Deficit demográfico? O mundo tem muito mais gente do que deveria ter. Não desejo psicose puerperal nem para o pior inimigo.
Que texto valioso! Parabéns, todo mundo deveria ler. Abordou aspectos sociólogos e também econômicos. Se antes havia o temor de gente de mais, agora é o de gente de menos. Provavelmente mais paÃses irão aderir à ideia do baby bonus.
Vejo com ótimos olhos o déficit demográfico num mundo de 8 bilhões, que se multiplicou exponencialmente no último século. O sistema econômico que encontre saÃda pra lidar com isso, a humanidade vai ter que reformular esse modo de produção insustentável.
Nosso modo de vida gerou uma espécie de esquema de pirâmide humana. Já estamos nos 8 bilhões e ainda é pouco. Precisamos colocar mais e mais gente no mundo pra sustentar quem já está aqui. Um mundo inseguro e assustador, diga-se de passagem.
Definitivamente, não, não cabe filho nenhum aqui.
mas a romantização da maternidade - não, não foi o meu caso de forma alguma - só faz algumas pessoas perceberem que não cabia quando já tiveram. Eu sempre tive como pagar o que foi necessário, mas reconheço hoje que mesmo assim, pode ser inviável. Muitas mulheres que vão para a informalidade depois de serem mães o fazem simplesmente porque não conseguem dar conta de manter um emprego formal e cuidar dos filhos. O custo é muito alto, e não é o custo financeiro.
Vera, gostaria muito de te agradecer pelo texto. Acho que se não conseguirmos discutir estes assuntos a partir dos efeitos do neoliberalismo e encararmos as questões com maturidade e espÃrito crÃtico, a sociedade poderá entrar numa espiral destrutiva. A sua análise, para além do individual, mostra o quanto é importante a solidariedade e a visão coletiva de mundo. Muito legal.
Bingo, Vera. O novo ser humano que passou a habitar aqui em casa foi um divisor de águas entre a projeção que nós tÃnhamos de nós mesmos e a realidade em si. Foi difÃcil, mas também profundamente libertador. Paradoxal e ambÃguo, como quase todos os sentimentos que envolvem a maternidade e a paternidade.
Relatório do Clube de Roma em 70: 4 bilhões de terráqueos e o planeta explodiria em 2050. Seremos 10 bilhões em 2030 e seguimos "a todo o vapor ao colapso", na dicção de Robert Kurtz. Em lugar da promessa de um "american way of life" idealizado para todos - após a II Grande Guerra com os "anos dourados" de 1948 a 1972 -, o que foi entregue? A "brasilianização" do mundo com extremismos de desigualdades e a precarização do quadro laboral e polÃtico-econômico. Não há mais lugar social a "bebês"!
o mundo endoidou . e crianças de cinco anos , digo, robôs, quinze horas por dia com um celular ou tablet na mão
Excelente texto ! Parabéns ! Fui completamente representado: pai de 4 filhos e viúvo antes dos 30 anos.
Enquanto o acento enviesado estiver nos homens "que saem para comprar um cigarro", as "mães solo guerreiras" vão ter muito o que penar. Estamos jogando a criança com a água suja da bacia (representada pelos homens enquanto pais!). "Parentalidade" cai como uma luva em uma mão que adora criticar o neoliberalismo enquanto com a outra replica seus pressupostos nefastos. Agora não se tem desejo de filho, é "projeto parental" ou cálculo de bolsa de futuros ("é caro", "demanda investimento"...).
Não podemos dizer que há um declÃnio demográfico no Brasil. Está lotado de crianças abandonadas. FamÃlias de baixa renda cheios de filhos. Podemos dizer que as classes sociais mais elevadas estao diminuindo a natalidade. Há de ter uma discussão social sobre isso.
Ainda não, mas caminhamos para isso como os demais paÃses.
Ter filho é carÃssimo e demanda tempo, atrapalha a vida profissional da mulher. Enquanto não houver polÃticas de apoio q mulher profissional, as classes mais levadas irão continuar no declÃnio de natalidade.
Ter cachorro também é muito caro . Nós tivemos dois filhos - agora adultos - e agora temos uma poderosa cadela shi-tzu - a despesa é enorme .
Uma solução do passado, para que as mulheres não fossem prejudicadas em sua carreira, era a babá de tempo integral. Como isso se torna cada vez mais caro, a solução de mercado seria a creche desde bem cedo, onde a produtividade é maior, já que um adulto pode cuidar de várias crianças. Só que esta (pelos menos as decentes) também é carÃssima por enquanto.
não dá para colocar 40 crianças em uma sala de creche. Bebês até um ano, no máximo 12 com 3 atendentes, e olhe lá. Tem q dar mamadeira, comida, trocar fralda, o tempo todo tem algo para fazer. Claro, isso para ser bem cuidado. E mesmo os maiores, tem q ter 2 atendentes o tempo todo. Porque se uma vai atender uma criança que cai, tem que ter outra para ver o que os demais estão fazendo.
Não é fácil. Uma creche que funcione numa casa pagando 5 mil de aluguel, com 2 funcionários ganhando 2.5 mil cada um, e com 10 crianças, custa mil reais por criança, sem falar em outras despesas. Com 40 crianças, cai para 250 reais, mas eles darão conta?
Nos primeiros meses da minha filha, eu ficava tão mas tão cansada, que achava que a maternidade tinha me emburrecido. Não me concentrava em nada, porque não dormia direito. Tinha todos os sintomas de depressão, que, como um milagre, passavam quando eu conseguia dormir o suficiente no final de semana. Não é viável, eu tenho vontade de vomitar quando leio que "o q importa é o tempo de qualidade". Que qualidade o tempo da mãe (ou do pai) se tem quando o trabalho nos suga dessa forma?
Mesmo com creches de turno integral para todos que precisem, as contas não fecham. Minha filha foi com 6 meses para a creche, das 7h30 à s 17h30, pois eu trabalhava das 8h à s 17h. Quem leva no médico, quem fica com a criança quando ela adoece? Depois na escola "de verdade", quem fica nas férias escolares até eles poderem ficar sozinhos? O nosso modo de vida é incompatÃvel com cuidar das crianças. Mudar de emprego não estava nos planos - e nunca esteve.
Babá é solução de paÃs pobre onde a classe média consegue se safar pagando uma miséria. Bastou uma pequena melhora de renda no Brasil pra ficar claro que não vamos a lugar algum sem polÃticas públicas adequadas.
E a solução para o filho da babá?
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