Ilustríssima > Fabricação de supostos gênios desafia atuação dos críticos Voltar
Comente este texto
Leia Mais
Excelente texto. Vivemos um tempo medÃocre onde os grupos se dividem em facções do polegar para cima (joinha) e do cancelamento. Onde a crÃtica é vista como ignorância , seja na música, artes, literatura.Temos gênios em todos esses campos.
Eu tenho certa resistência a tudo que vem embalado com qualificativos como 'grande', 'gênio', 'imortal', 'eterno', porque não corresponde à realidade. O que percebo é que há uma necessidade humana de alçar indivÃduos a um patamar mais elevado, para além de um nÃvel rasteiro, comum, comezinho ou feijão-com-arroz. Não nego qualidades a obras e feitos, nego os qualificativos extra-humanos ou supra-humanos a pessoas de carne e osso.
Pessoas de carne e osso circunscritas no tempo e no espaço.
Lembrei do Millôr: nunca li um livro que justificasse a orelha.
... não se pode ignorar que arte e finanças bailam e cantam as mesmas canções!!!...os humanos operam tanto na arte quando nas finanças, são operadores distintos mas em comunicação/ resonância constante!!!... Operam um sistema dinâmico complexo, difÃcil de explicar mas fácil de navegar ( Eu prefiro esta frase em lÃngua inglesa! - 'These Complex Dynamical Systems are hard to explain but easy to ride!').
Muito importante trazer essa discussão. Em tempos de Influencers como um critério de valor, questões como o uso da linguagem, a forma de narrar ficam relegadas a segundo plano, denegrindo a força da literatura. Pena que os jornais têm dado pouco espaço para os crÃticos literários, olhar fundamental para o aprimoramento de nossas letras.
Ainda bem que li esse texto! Recentemente li um autor cult, dessa nova geração, e me ocorreu que ou perdi o senso crÃtico, ou que o autor não era tudo isso que se propala. Tem talentos, sim, mas tem muita montanha parindo rato...
a crÃtica literária está morta!
A autora do artigo é genial, e suas teses revolucionárias!
Gostei do artigo. No entanto, teria ficado ainda melhor se a autora tivesse dado alguns nomes a alguns bois. Talvez não o tenha feito para não ser massacrada.
Concordo. E vou um pouco além: sem citar nomes ou casos reais, a análise fica parecendo acusação geral e leviana.
Alma invejosa
Bem dito. Perderam-se os parâmetros. Criticar não é opinar. Fazer literatura não é agradar. Publicar não é endossar. E a roda do showbizz tritura. O biscoito fino do Oswald pode ser pedido pelo iFood. Qual o código, por favor?
Acertou no alvo; não deixou escapar nada. É isso mesmo, tudo é questão de mercado, das amizades, dos "gênios" um cobrindo o outro, das panelinhas tipo lei Rouanet, etc. etc.
Concordo plenamente. A imprensa e as redes sociais elegem seus gênios (alguns até escrevem regularmente nesta FSP), e ai de quem ousar apontar qualquer senão em suas obras! O romance já nasce clássico, consagrado, apontando o autor como digno do Nobel e da ABL. CrÃtica negativa a obra de qualquer desses gênios recebe pedradas de todos os lados. E assim caminhamos (alguns, com as quatro patas)...
... tem métrica para se alcançar tal classificação de gênio? Tipo geometria cartesiana? Por que se for tipo geometria fracionária, eu nem sei o que pode se dar!...Giambatistti Vico tem a ideia: 'to introduce geometrical method into practical life is "like trying to go mad with the rules of reason", attempting to proceed by a straight line among the tortuosities of life, as though human affairs were not ruled by capriciousness, temerity, opportunity, and chance'!... mas não que seja irrelevante!
Bravo ! Sem contar que tem muita ficção querendo louros de ciências humanas e sociais.
as igrejinhas dominam e ditam tendências, sempre foi assim e não apenas por aqui, mas em todo lugar. e é curioso: os gênios ou são jornalistas ou amigos de jornalistas. cadernos culturais de jornais e revistas especializadas em crÃtica literária (sic) não passam de jogação mútua de confetes. parafraseando o profeta gentiliza, pode-se dizer que mediocridade gera mediocridade, o que não nos exclui, nós, leitores.
... por que nenhum autor nativo daqui não foi laureado com um Nobel de Literatura, Sra. Amarante? Foi obra de crìticas negativas ou por covardia ou por falta de talento ou por não pôr o pensamento no papel por algum motivo invisÃvel a nós?... foi autocensura?... ou trauma? ... São muitos autores por aqui, muitas estórias, não é???... por que será? ...aqueles que foram agraciados com o Nobel, são gênios mesmo, na sua opinião, senhora???
Concordo inteiramente com o exposto no artigo. Mas talvez ainda mais devastador para a existência de uma crÃtica literária de alto nÃvel em nosso paÃs, pelo menos dirigida ao grande público, seja o fato de que a imprensa em geral relegou esta mesma crÃtica a espaços mÃnimos.
Geovani Martins, autor de "Via ápia", exemplifica o escritor genial. Romance maçante alçado a obra-prima pela crÃtica do compadrio que encontrou nas pautas identitárias o lugar perfeito.
Annie Ernaux desmentiu essa afirmação de que havia gostado do livro, nem sequer o havia lido.
a annie ernaux gostou.
Os reis ficarão nus (?)
Existem verdadeiros clubes de escritores "geniais" sob a benevolência de editoras quase impermeáveis ao que não agrada a massa. Os concursos literários viraram uma reprodução de velhos novos temas. Que lástima!
Hoje a popularidade nas redes sociais e o engajamento contam mais que a qualidade, se não fosse um instagramer autocentrado e megalomanÃaco Machado de Assis nunca seria publicado em nosso tempo.
A crÃtica nasceu, no século XVIII, para ser o "duplo" do autor "gênio", aquele que teria o papel de "traduzir" a obra por vezes "inescrutável" (mentira, na verdade o público popular estava interessado por outros tipos de atividades que não a literatura). Desde então, a casta literária se acostumou a dialogar entre si e achar que suas obras e opiniões importavam ao resto mundo. Parabéns, professora, por emitir palavras tão necessárias a respeito das panelinhas literárias
Era preciso dar exemplos que corroborassem as alegações. Entendo a reserva em fazê-lo porque todos nós precisamos ganhar o pão e mexer com grupos articulados pode causar prejuÃzos à carreira. Em um paÃs em que boa parte do que é lido de ficção são traduções, os crÃticos a mencionam muito de passagem e muito raramente fazem algum cotejo das obras.
Já na década de 50 eu desconfiava da coisa.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Ilustríssima > Fabricação de supostos gênios desafia atuação dos críticos Voltar
Comente este texto