Ilustríssima > Aceito a expressão, mas racismo não é estrutural no Brasil, diz Muniz Sodré Voltar
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Senti falta de uma pergunta ao Muniz Sodré sobre a visão de Jessé Souza sobre o conceito "racismo multidimensional" (diferente do conceito de Silvio Almeida) existente no livro Como o Racismo criou o Brasil. Quem sabe o editor leia esse comentário e faça uma entrevista com o Jessé, para termos uma discussão mais ampliada, já que não se promove no Brasil nenhum debate sobre idéias relevantes. Vai se cola !!!
Excelente sugestão. O debate é sempre bem vindo e enriquecedor.
BelÃssima entrevista.
Em todos os ciclos econômicos, a mão de obra escrava foi quem traduziu a madeira, o ouro, a borracha, o café todos em espécie. E essa potência transformou o paÃs no maior traficante de escravos do planeta. É estrutural, na medida em que um golpe de estado de 2016 devolve a população negra à fome e miséria, recuperando assim o poder de acumulação da classe financeirizada. Se o modelo é reproduzÃvel, há elementos estruturais.
Exato Ney Fernando, obrigado pela sua intervenção. Estatisticamente o pleno emprego deve ficar em torno de 4% de desempregados. O Brasil atingiu a 29% da população abaixo da linha da pobreza no governo anterior, mas tinha sido excluÃdo desse clube na gestão do PT, com certeza com resÃduo atribuido a turnover fisiológico. O que afirmei é que o golpe ressuscitou a escravidão, como modelo histórico de sucesso econômico liberal. Portanto estrutural.
Salvo engano de minha parte, antes de 2016 a população negra também não estava livre da fome e da miséria. "O seu comentário não pode ser publicado automaticamente. Há palavras no seu texto indicando que uma moderação prévia será necessária. Caso queira publicar seu texto assim mesmo, clique em Enviar."
Estranhei o tÃtulo - a tese de Muniz Sodré. Mas ouvindo-o na entrevista, posso dizer que o que ele descreve é o que eu imagino quando do uso do termo "racismo estrutural". Ou seja, continuamos juntos. É um assunto antes teórico que prático. Parabéns pela matéria.
Um intelectual negro que exalta a sua religião (candomblé) e a cultura negra (?). Isso me lembra um intelectual branco que exalta a sua religião (cristianismo) e a cultura branca (?).
Mas, que eu saiba, o Candomblé e a cultura negra nunca quiseram subjugar o Cristianismo e a cultura branca. Faz diferença?
Acho que os estruturalistas discordam.
Se eu pudesse, gostaria de cumprimentar Muniz Sodré pela lucidez, inteligência e conhecimento. Eles resultam em clareza e simplicidade na análise de uma matéria recheada de incógnitas. Parabéns à Folha pela qualidade da entrevista. Acho que foi a melhor abordagem já vista sobre racismo no Brasil. A visão cientÃfica é precisa e preciosa. Certamente comprarei o livro. Sou um tipo de leitor voraz que corre atrás dos raros talentos que sabem o que se sabe. E também o que não se sabe.
É talento em extinção, esse, admirável mesmo...
Essa coisa do medo associado ao candomblé é muitas vezes surpreendente. Ouvi uma vez um chefe de manutenção mecânica, branco, reclamar que não foi avisado antecipadamente de que alguém que ele tinha tratado mal 'batia tambor'. Supostamente se ele soubesse teria pegado mais leve...
Não é necessário ser institucional para ser estrutural.
O debate é rico e deve ser estimulado. Principalmente nas salas de aula.
Essa estrutura ainda existe. Mas velada.
Tive a grata oportunidade de interagir com o professor Muniz Sodré, embora à distância, como pesquisador da Cátedra Otávio Frias do IEA/USP, durante meses nos anos 2021/2022. Passei a admirar a sua luminosidade intelectual, a ler seus livros e artigos publicados na Folha (há um comentário meu em cada um deles). Agora descobri, a par do conteúdo do novo livro, que é faixa-preta de caratê; eu sei de quanta disciplina e dedicação precisei para obter minha faixa-preta em 2001. OSS!
Hahahah, devagarzinho é que a gente vai conhecendo os colegas de Ãgora! Eita, privilégio dos bons, hein, meu caro? Invejei...
Se é institucional, na prática não termina sendo estrutural também? A Lei Ãurea não acabou com a estrutura escravista no Brasil. Essa estrutura se mantém vivÃssima em todas as instâncias de poder.
Boa pergunta! Sodré não define instituição... qual seria a diferença com a estrutura?
Muita rica e cientÃfica a visão e a proposta de Muniz Sodré sobre o racismo no Brasil. Interessante o contraponto que faz em relação à ideia do "racismo estrutural", sugerindo a noção de "forma social escravista", assim como a diferença entre "sociedade" e "forma social". Só lendo a reportagem aprendi muito, vou agora beber mais diretamente no seu livro. Bravo.
O entrevistado desenhou bem o r4ci$mo estrutural.
Que pensamento claro, inteligente e propositivo! O Muniz Sodré é talvez o nosso melhor pensador atual, que sabe pensar o Brasil como ninguém
... O que se vê por aqui é: ... hoje é escravo, amanhã se torne dono de escravo!!!... este com desejo de melhorar sua vida se torna um operador de donos de escravos, se passa a ater escravo e nunca deixando de ser escravo, dois em um corpo só!... a propaganda é gigante na atmosfera, todos estão bailando e cantando esta canção por aqui!... Do we have slaves???- Indeed, we do!!!...
Hahahahah, boa, teve graça. Escravidão e ditadura é sempre aquilo que acontece no paÃs dos outros.
Pelo que entendi, o conceito de instituições do entrevistado, se é que ele o enuncia no livro, não coincide com o que é utilizado pela ciência polÃtica e economia, o que acaba um gerando discussão metodológica com certa repercussão relevante. Mas não posso criticá-lo sem antes ler o livro.
Orra, que entrevista excelente! O sêo Muniz é uma potência, mas nunca o havia visto: agora, aquela imagem magrinha, ágil, com a informação de que é judoca, bateram perfeitamente com a percepção de um pensamento de luta, de intelectual público. Foi muito bom, mas é muito denso: preciso deixar de lado a preguiça e LER Muniz Sodré, não só excertos do pensamento aqui na folha. Que alguma divindade afro me inspire e me dê forças!
Talvez não seja estrutural , mas é estruturado .
Única polÃtica brasileira - PolÃtica racial de migração em massa para reformas trabalhistas, polÃticas e principalmente étnicas, represália à migração Europeia do Século 19 e 20, retirar o branco europeu das empresas...
Aliás: represália forte à imigração europeia ao Brasil houve: Getúlio Vargas proibiu aos convidados a falarem suas próprias lÃnguas em sua nova pátria.
?
Foi ironia ou essa frase é burrice em seu estado cristalino?
Observe que ninguém se diz racista, mas muitos tem plataforma de campanha como deputados, vereadores e até presidentes se afirmando abertamente homofóbicos. É tão grave a situação que os próprios negros e mulheres nos demonizam e excluem em todos os ambientes possÃveis - já presenciei de tudo, inclusive trabalhando no judiciário e em comissão do TCU.
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