Michael França > Pobreza não é somente ausência de renda ou de trabalho digno Voltar
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Sr Felipe Braga, o que resolve a exclusção social não é cota em Universidade, pois atinge pouca gente. O que resolve é educação pública de qualidade. Isso parece que não será resolvido tão já.
Quer dizer que a culpa ainda é do pobre por suas decisões? O capitalismo está certo. (Abner Nazaré Cândido)
Uma desvantagem quando se tem pouco ou nenhum patrimônio é que qualquer esforço de poupança parece não valer a pena, e tudo o que se ganha vai para o consumo. E muitas vezes não há nem a perspectiva de receber algum dia uma herança dos pais. Talvez, em vez do auxÃlio brasil, fosse melhor destinar um montante a ser recebido de uma vez quando o jovem completasse 21 anos para começar a vida.
Quem nasceu povão pra conseguir oportunidades melhores tem q se sacrificar muito, senão não sai da pobreza. Muuiiito esforço, trabalhando e estudando, eu que o diga, famÃlia pobre, destruturada, tem q buscar forças imagináveis e vontade férrea, mas ao final vale a pena. Infelizmente é para poucos.
Professor Michael, como sempre, apontando o diagnóstico, mas nunca apresentando alguma solução.
Eita, carÃssimo, dois viézes da psicologia cognitiva, de raÃzes bastante distintas: Johnson-Laird propõe a noção de "modelo mental", construto que envolve a conformação cultural e comportamental ampla, e condiciona a compreensão e ação no mundo. Outro, Bandura, propõe a nocão de autoeficácia, a crença de capacidade, que condiciona ação e motivação. Resumo: quem observa um mundo onde todo mundo é "inferior", como conseguirá alçar vôos maiores? Só as exceções. A regra é ficar na mesmÃssima.
Só um pequeno exercÃcio mental...pensa um trabalhador do setor de serviços que mora a duas horas de seu trabalho ( cidade de são paulo ) serão 4 horas de deslocamento, 8 horas de trabalho; que descanse 8 horas por dia ( sabemos que isso é impensável para a maioria; principalmente mulheres) elas tem talvez 4 horas para se arrumar a casa, fazer marmita, cuidar das crianças e acompanhar seus estudos, talvez se educar, ir para o culto da igreja...etc como procede a meritocracia nestes termos?
Ir ao culto na Igreja? Então, você está, corretamente (infelizmente) associando pobreza com o Pentecostalismo. Essas igrejas alienam o povo. A única saÃda para a pobreza, nesse caso, é o estudo e as universidades públicas já dispõe de ações afirmativas para ajudar o povo. Porque ir ao culto dar dinheiro para pastor não vai melhorar o paÃs (vai eleger outro Bolsonaro e manter os pobres onde estão).
Ai MichaelÂ… me dói muito essa realidadeÂ… e ainda escutar que não querem trabalhar para receber dinheiro do governoÂ…e, à s vezes nem percebem que são exploradosÂ…eu preciso fazer um pouco maisÂ… isso é imprescindÃvelÂ…
Michael obrigada pelo texto. Para pensar.
Perfeito Michael. É triste e lamentável que seja assim.
Sei que é um pensamento raso, mas a pior escolha dos pobres é se encherem de filhos, isto inviabiliza a seu futuro e dos que foram por ele gerado. O estado nunca vai substituir a familia e nestes casos as famÃlias sem recursos e cheia de filhos são uma armadilha para a pobreza contÃnua..
Ao Valdo, as pessoas precisam ter responsabilidade também: conheço um monte de evangélicos que moram em favelas enchendo a casa de filhos...
Paulo, me parece que ter muitos filhos não é, necessariamente, uma escolha, mas uma consequência do descaso das autoridades com a saúde pública e o contexto de vida dessas pessoas, conforme colocado pelo colunista. A carência educacional desse segmento da população, aliada a um irrisório investimento em saúde e planejamento familiar pelos nossos governantes leva a esse estado de coisas.
Texto profundo
É a falácia da meritocracia. Basta querer e não ser preguiçoso que você vai conquistar tudo o que quiser. Se a meritocracia fosse verdade, não teria existido apenas um único Pelé ou Messi. Quantos treinaram e se dedicaram até mais que eles e não chegaram aos seus pés.
O texto traz justamente essa dimensão que falta aos jovens presos ou apegados à sua bolha econômica.
Em SP onde empresarios controlam quase todo o serviço publico, ate no Iamspe onde servidor publico paga uma parte dos custos saude, e deveria ter um tratamento humanizado, o atendimento virou culto ao desespero, meu pai aguarda a nove meses chamada cirurgia RTU prostata com sonda uretra, obrigado trocar todo mes, isso esta causando problemas na bexiga e da uretra. Que os apoiadores do modelo de economia paulista, nunca precisem passar pelo que estamos passando
Claudio, lamento pelo seu pai e pela sua famÃlia, por não terem escolha, tendo de se submeter a um tratamento paliativo que apenas lhes traz sofrimento. Como bem coloca o colunista, precisamos ter direito a escolhas dignas.
Sem contar que, quando nascemos pobres, vivemos numa lata de caranguejos. Os outros batalham até a morte para que nenhum se sobressaia. É um fenômeno mundial, do Bronx às Filipinas.
Texto maravilhoso. Ele ME representa. Hoje mesmo, vivi isso. No ônibus, o motorista dirigia mal, com freadas bruscas e arrancadas igualmente bruscas. Ônibus velho e quente. Em um dado nome tô, uma senhora pediu se podia descer em um local perto do ponto de ônibus. O motorista não respondeu. Ela perguntou novamente. Nada. Ela insistiu. Nada. Custava dizer: senhora, não posso parar fora do ponto. Esses micro mais tratos fazem parte da trajetória de milhares de brasileiros.
Seremos um paÃs desenvolvido quando algo muito próximo da totalidade da nossa população tiver acesso à escolhas mais fáceis, escolhas não relativas à sobrevivência, mas à trajetória de vida.
São as tragédias de São Vicente e de vários outros lugares.
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