Acho que já li essa coluna. Por que será!?

Não tem como não se emocionar com seus textos. Este então...

Miriam, tenho 71 anos e comecei a me reinventar: comecei com o álcool zero, reclamação zero, direção de veículo zero. Recebo elogios inesperados frequentemente.

Outro amigo, já falecido, chamava-se Ernesto Kuhlmann, Filho - nome de rua na Campinas velha, o sênior era um cara importante. Eu dava "aulas de informática", e um cliente me indicou, sabendo que eu me dava bem com velho. Amamo-nos. Eruditíssimo, um espanto; de direitaça, azedo, um humor cortante como navalha; adorável, excelente bebedor, bom ouvido pra conversa e música. O quanto o Kuhlmann me enricou a alma, nada paga. Uma época, nos perdemos; nesse período, morreu. Velho tem dessa, tem pressa

[oh, sençura, da phôia. Que nada que faço te cura, da nóia. Quisera eu dar-te uma dura, por-te tipóia. Mas nada te apura, ceis nem óia. São mêmo uma Herda, não valem o esforço esculhambativo. Vão fão.]

Ai, ai, dona Mirian, que saco... Eu acho um espanto esse povo que não aproveita os velhos, que os esculhamba: que burrrice, velho tem história e estórias, tem repertório, divirtam-se! Admito, velho reaça é chato, mas até eles, quando têm bom humor, dão um caldo saboroso. E, quando é lóki, é hilariante: tenho um velho amigo velho, basco anarquista, R. Roldan-Roldan, escritor, meu private pornógrafo, que é a diversão incarnada: culto, poliglota, incréu e irreverente. E me ensina pragas em francês!

Ser idoso é um privilégio que nem todos o alcançam .Como a canção de Violeta Parra : Gracias a lá vida que me há dado tanto ....

Cara Mirian, mais um ótimo artigo .parabens

Cabe abrir um parênteses: existem muitos velhinhos q se acham a última bolacha do pacote e tentam empurrar "o conhecimento e a experiência" goala abaixo alheia, ainda exigindo um respeito que lhe é devido pela mera idade avançada. Como diz um amigo meu, "é perfeitamente possível acumular bur*ice e prepotência ao longo do tempo".

Cabe abrir um parênteses: existem muitos velhinhos q se acham a última bolacha do pacote e tentam empurrar "o conhecimento e a experiência" goala abaixo alheia, ainda exigindo um respeito que lhe é devido pela mera idade avançada. Como diz um amigo meu, "é perfeitamente possível acumular burrice e prepotência ao longo do tempo".

Cultura... difícil

Belo artigo. Miriam, se pudesse te convidava para pra sair ! Acho que muitos desses jovens com essa velhofobia não passam de uns estúpidos desmiolados e sem direção na vida, uns inúteis.

Essa velhofobia é de um ridículo atroz. O velho nada mais é do que o jovem mais a frente no tempo. E o tempo passa para todos. Desde que nascemos.

È horrivel. Tenho 33 anos r finalmente vonsegui fazer faculdade de composicao no Santa Marcelina. Um grupo de alunos, todos os dias me chamavam de velho. Todos os dias. Uma vez um deles disse para eu voltar a ficar deprimido e me matar. O Santa que tem 200 anos nada o fez o protegeu esses alunos.

Pelo que vejo, jovens de 20 anos já estão passando por procedimentos estéticos, até candidatas a miss. Ou seja, não é só velhofobia. O problema é muito maior.

Pelo que vejo, jovens de 20 anos já estão passando por procedimentos estéticos, até candidatas a miss. Ou seja, não é só velhofobia. O problema é muito maior.

O tempo passou e já não representamos mais o futuro, visto que é a morte quem mais nos acerca. Nosso passado foi encoberto pelas excessivas e muitas vezes inúteis pirotecnias tecnológicas, que fizeram nossas pequenas vitórias cotidianas pequenas demais para serem lembradas ou respeitadas. E agora vem a velhofobia, que nos tira o direito de apenas viver o que nos resta do presente.

Nunca tive problema com a idade, sempre acrescentei um ano a mais, pra ir acostumando. Aniversário de 58? digo que tenho 59. Mas Envelhecer não é brincadeira. A menopausa chegou há pouco, isso complica um pouco mais. O que mais me pira é a quantidade de vida e desejos de realização que nem sempre o corpo acompanha. Reaprender a estar na vida é a lição do dia. Quando tinha 25, me preocupava o que os outros pensavam sobre mim. Hoje, aos 60, os outros são só os outros AgorSou eu comigo mesma

Passei por uma situação parecida com uma dermatologista. Fiquei extremamente ofendida e nunca mais pus os pés naquele lugar que vive para mapear defeitos no público feminino.