Sérgio Rodrigues > Você vai aonde a língua te leva Voltar
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E agora na lingua escrita convivemos também com uma estranha barafunda no uso do pronome oblÃquo em terceira pessoa: "Eu já o disse que eu lhe amo".
a-do-sua coluna
Nós Te damos o maior apoio. E o que seria do cancioneiro romântico sem o te? Roberto Carlos tava lascado : Eu te proponho; Eu te amo, te amo; Eu te darei o céu meu bem e o meu amor também. Tim Maia não escapava : A semana inteira fiquei esperando pra te ver sorrindo, pra te ver cantando. E já que estou aqui : como é ruim escrever ideia sem acento. Fora as joias que vieram no voo.
Idéia, sem acento, nunca é brilhante: fica sempre diminuta, incoruscátil! Hahahahah!
Para resolver o programa grave e profundo do ensino da gramática no Brasil, o autor sugere que se viva no caos e não se ligue a isso. Ninguém acha que os brasileiros devam falar como em Portugal se fala, muito menos os portugueses, mas seja qual for a solução que prossigam, que seja coerente. Caso contrário, daqui a uns dias, também se institucionaliza o “nois vai”.
Milton, você contradisse-me para depois concordar comigo. Qual das partes prefere que eu dê mais atenção?
Mas não há nada de agramatical em nóis vai, seu Alberto. Acontece a mesma coisa com todos os verbos, sem nenhuma exceção. Concorda que tem uma regrinha aÃ? Perceba: Pero Vaz dizia eu vou, D. Pedro dizia eu vou e nóis dois diz eu vou. Já nós, bem, nós vamos, nós vamo e nós vai. Não é incrÃvel? A variação linguÃstica é incontornável, e a mudança uma consequência dela. Porém, nem tudo varia, como o eu, e quando varia, como o nós, não é de forma aleatória. E se varia, pode mudar. Eu disse pode.
Oh, SapientÃssimo, não tenho sequer uma nesga de perturbação onÃrica por conta de purismos como esse, Graças dou a Zeus. Confesso, ignoro completamente a gramática: pra mim, particÃpio passado é chegar atrasado em festa, anacoluto é nome de gremlin e mesóclise, doença na lomba. E, rasteiro, minha lÃngua me levará mesmo é ao Comida de Boteco, festival que começará semana que vem. Tu vai? Hahahahah! (Ah, Serjão, muito grato: corusquei justo hoje, na coluna do Conrado Hübner. Achei lindo!)
E a vigilância ridÃcula sobre a pronúncia de nomes estrangeiros? Vale um artigo aqui, hein?
Mas parabéns ainda tem o acento gráfico.
Mas a lÃngua falada pode incomodar os ouvidos. Há polÃticos que nunca colocam "s" nos substantivos, apenas nos artigos.
Não só os polÃtico, Telma: os brasileiro quase tudo. Detalhe: com todos os substantivo. Percebe uma regra aÃ? Uma regularidade, uma normalização? Ela diz: mantenha os artigo no plural e deixe os substantivo na deles; tudo as pessoa vão entender. Não é incrÃvel?
Excelente e pertinente artigo. Como há chatos arrogantes por dominar neuroticamente a complexa e difÃcil lÃngua portuguesa. Seria um dos motivos do atraso dos paÃses que compõe a Comunidade dos PaÃses de LÃngua Portuguesa? Apego doentio a detalhes que desviam a atenção e energia. O inglês parece ser mais pragmático, razão de ser adotado mundialmente
A propósito, sobre o pragmatismo do inglês, estou à s voltas com um livro delicioso de John Godinho: "Once upon a time um inglês...". Quem estuda uma lÃngua (qualquer delas) é obrigado a enfrentar dois idiomas que não param de brigar entre si, o falado e o escrito. O livro mostra de forma bem humorada a atribulada formação do idioma de Shakespeare e seus truques, tiques e incoerências. Certamente, o mesmo pode ser extrapolado para outros idiomas.
Belo texto, tu tá de parabens
Hahahah, excelente. Teja parabenizudo!
Eu raramente corrijo o português de alguém, pois ainda estou aprendendo essa lÃngua dificÃlima, porém há casos em que eu não aguento, mas eu corrijo pra ajudar. Ex: "mais", em vez de "mas". Há muita gente que aboliu o "h" do verbo "haver".
Telma, prezada, e eu que, pra fugir da sençurofrenia aqui da phôia, fiz o contrário, acrescentando agás, como em "hidiota"? Dia desses, me peguei escrevendo assim num email - óia que coisa de véio, e-mail - e quase que mandei pra frente. Inda bem que deu tempo. Mas tô sempre em risco, uma hora eu caio. A ver. Hahahah!
"em cuja direção (Portugal) nossos normativos gostam de se ajoelhar." É uma das consequências do velho viralatismo brasileiro. A maioria dos portugueses está nem aà para as nossas misturas. Comunico-me com portugueses a toda hora, e posso dizer: eles adoram a nossa versão da lÃngua. No Brasil, considera-se o português padrão Lisboa, como se fosse homogêneo em todo o paÃs, mas não é bem assim. Os nortenhos (o pessoal do Norte de Portugal) e os raianos (os vizinhos da Galiza) têm variações.
Ah, pode crer, Paulo, lá nos entendem perfeitamente - as novelas fizeram um servição - e, o inverso, bem sempre. E tem outra coisa, não sei se reparou: gente lá de baixo despreza o sotaque do norte, dos minhotos, por exemplo. Meio que nem aqui em São Paulo se despreza um magnÃfico sotaque de Pernambuco, coisa mais sonora que há. E dizem-nos grosseiros, no que há uma ponta de razão, mas não tanta.
Nosso paÃs é continental, o que significa que padronizar a lÃngua é tarefa para Hércules! Ou melhor, para o tempo e os costumes. E não apenas no sul o "tu" sobrevive, mas também no Maranhão (particularmente, para os ludovicenses). Com a particularidade de ser usado na segunda pessoa. Lembrei-me agora da atual polêmica sobre a linguagem neutra ou inclusiva. Não se trata de proibir e nem de impor. O tempo (e o uso) se encarregarão desta padronização. Ou não, como diria Caetano.
Putz, Hélio, grato pelo "ludovicense", não conhecia, que lindo! Quanto à linguagem neutra, Jesus da Goiabada Cascão que nos proteja: ainda sou mais por respeitar e cuidar nos atos do que nos termos. Não creio que alguém se sinta ofendido em minha companhia - mas observo e me corrijo, se necessário for.
Nunca corrijo ninguém quando escreve errado. Quem sou eu para corrigir o próximo. Nem português sei falar, escrever; ler, sim! Tive que aprender na raça, se é que aprendi! Adoro sua coluna.
Ah, Geraldo, eu diagnóstico em lugar da cara Neli: é pobrema de ênclise, se fizer um pouco de Herodes, melhora pacaramba. Cuidado mêmo é com a próclise, diz-que depois dos quarenta é bom ficar de olho no terceiro olho. Tenho me cuidado deverasmente. Hahahah!
Geraldo: essa, passo! Fiz medicina apenas um ano. Medicina legal! De medicina só conheço por minha experiência: ca. Aà digo: a quimioterapia é um santo remédio...!Minha defunta mãe, então viva, dizia: tô com dor na cacunda e nada cura!
Já que vc adora a coluna, por favor me ajude. Estou com uma dor crônica na minha, faço Pilates, masagem, Fisioterapia. Mas não vejo sinal de melhora.
Interessante. Realmente, conforme a norma culta seria:"Deixai as vossas malas aqui".
Hahahah, eu tenho uma hipófise "Sergiana" sobre isso: é por conta do linguajar. Nosso querido articulista menciona a escrita Brazuca mais próxima do coloquial do que da norma culta; eu carrego comigo um "compadre zombeteiro", que se esconde detrás do figo, que é quem responde às mensagens e artigos. E todo mundo tem um compadre/comadre zombeteiro em sua história, tem não? Fica familiar - às vezes, pro mal, reconheço.
Que de norma não tem nada (ninguém fala ou escreve o que ela preconiza) e nem de culta, senão considerar-se-ia inculto tudo o que nela não se encaixa. Convenhamos que isso é deveras cabotino.
Hahaha. Marcos, às vezes tenho a impressão de que te conheço pessoalmente.
Telma, tá difÃcil pra caramba seguir a norma, culta ou não: votamos, dois turnos, o Luloverno assumiu, passaram-lhe cem dias e não conseguimos deixar a malas por lá. Teimam em seguir-nos, as tais das "vossas senhorias"! Hahaah!
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