Oi Bernardo, a cada texto você se supera. Que enorme prazer é poder ler suas reflexões sobre a nossa indigência de pensamento. O homem ficando cada vez mais vazio e desnecessário pode mesmo ser substituído pelos arranjos lógico- matemáticos da técnica e dos algoritmos. O poder da fantasia anestesia e impossibilita seu confronto com o Real. A cada dia um novo delírio é colocado para turbinar e capturar o buraco da ausência de inteligência e imaginação. O cinema se une na empreitada da captura.

Puxa Bernardo, que texto lucido, refugiar na família é também o ultimo refugio dos velhacos, como dizia Nelson Rodrigues. Na verdade, correr atras do tempo, desvela o cinismo de nossa época, tudo é discurso sem sentido, o filme é caótico sem ser jamais um Godard, ou Glauber, onde saiamos do cinema com reflexões. Multiverso é exercício para os idiotas que produzimos hoje, de baixa cognição, baixa informação e totalmente desamparados! Realmente, estamos próximos do fim da história, novamente!

Uia, Bernardo, eu não tava com a menor vontade de ver o tal Winner, quem sabe agora? Se tiver na tv, encaro. Grato da resenha interessante!

Não vi o filme, mas não duvido que seja ótimo como entretenimento. Gostei da análise do colunista porque ela tem a ver com uma ideia minha sobre esse tema. A visão do mundo como uma diversidade pura e caótica remete à infância, onde os pais são a unidade que dá sentido a tudo. Daí a uma visão da realidade onde Deus está acima de todos é um pulo. É uma escape e uma revolta contra a visão científica de um mundo onde as conexões são tão reais quanto as coisas.

Que malabarismo pra explicar o óbvio. Em outras palvras. O roteiro é bom, criativo. A execução é uma parafernália bizantina e esquizofrênica. Poderia ser impactante com 40 minutos a menos.

Resumindo: o filme é tão ótimo que espero vê-lo outras vezes.

Resumindo: o filme é tão péssimo que nem consegui chegar à metade da projeção. Penso que deveria ganhar o Oscar de pior filme.