Demétrio, vc deve ter escrito este texto há uns 4 dias, né? Pois a sua primeira versão prevaleceu. Haddad tomou a cena pra si.

Se Lula pensar no país e na sua biografia, vai seguir a primeira hipótese e terá uma chance de ser lembrado como o maior presidente que o Brasil já teve. Mas Lula/PT só têm chance em eleições se o adversário for bolsonaro, e vice-versa. Se Lula apostar na polarização, elegerá Moro ou Micheque e será lembrado apenas como "o ladrão", título que grudou nele de tal forma que sua rejeição pelos eleitores é de cerca de 50%, apenas um pouco menor que a do bolsonaro.

Se a primeira versão fosse plausível, Bolsonaro ainda seria um deputado do baixo clero. Ele é só a outra face da moeda populista.

É claro que a segunda hipótese de concretizará, mas talvez de modo diferente. O PT e outros comissários se encarregarão do embaté bélico, enquanto Lula e Governo se encarregarão de mostrar que se movem para a frente. Quem decidirá se Lula e governo se junta ou não ao PT será o nível da oposição no congresso nacional.

Por enquanto está prevalecendo um pedaço da primeira. O governo não deu bola para o ex-presidente e a vida está seguindo. Nos sites bolsonaristas resta gritar pelo superpedido de Impeachment, golpe de 2016 versão revista e ampliada, já que como em 2014 a UDN reencarnada só aceita resultado de eleição quando ganha.

Excelente e entristecedor.

Agora bateu uma dúvida. Quando o colunista fala em relógio da história, está se referindo ao Rolex ou aos Chopard? Ao Chopard do Bozo ou da Micheque? Tem muito relógio nessa história, mas todas as histórias deveriam dar cadeia.

O colunista faz malabarismo para não explicitar a necessidade de apoio ao governo para se contrapor à ameaça autoritária e retrógrada do Bozo. Em vez de supor q o relógio da história voltaria para trás, deveria perguntar qdo o Rolex vai ser entregue, esse é o relógio da hora.

Hahahahah, tá engraçado, Demétrio, prezado, temo ter que concordar. Sua recém-colega Dona Kramer aposta tudo no caminho da confusão. Vejêmo.

Interessante Demetrio reconhecer a relação entre Bolsonaro, operadores bolsonaristas, Roberto Campos Neto, o BC e a taxa Selic. Mas como se dizia antigamente: os cães ladram e a caravana passa. Eles passarão.

Menos! As "voltas" estão mais para uma linha descritiva de Henry James em "A Volta do Parafuso". A tecitura reflete em muito uma época em que certas coisas não eram ditas claramente. Tudo ficava muito subentendido e nas entrelinhas. Henry James seguiu isso à risca, deixando inúmeras migalhas, ao longo de um livro cuja tensão é crescente, de modo que o sentimento que paira no ar é o que vai acontecer algo que não é bom, ao contrário. Henry sabia ser a angústia inevitável. Igual à neurose!