Ruy Castro > Você já entregou hoje? Voltar
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Me dou por satisfeito por ainda não terem convertido - a exemplo de performar - o "entregar" em "deliverar".
Algum jogador do Flamengo deve ter dado entrevista, após a decisão de ontem, e dito que o time não entregou. Daà a ira rubro-negra do grande Ruy Castro contra o verbo na acepção farialimer. Tinha que descontar em alguém ou algo a frustração da derrota. Sobrou para o verbo. Os gênios são assim: brilhantes mesmo nos piores momentos. No ensejo, este rubro negro, que também sofreu muito, gostaria de entregar um grande abraço ao Imortal.
Os portugueses tem restrições à invasão de expressões idiomáticas estrangeiras. Chegam até traduzir nomes próprios. O Rei Charles lá é o Rei Carlos.
E o Flamengo, hein, Rui, entregou ou entregou?
- Sensacional.
Adoro quando o Ruy Castro faz essas colunas para falar do sentido de alguns termos que a gente meio que esvazia.
Ruy Castro melhorzinho quando não se mete a falar de polÃtica. Depois de ter apoiado o golpe e fritado Dilma, agora virou o paladino comunista contra o boz oloide que ajudou a eleger. Artiguinho bom esse de hoje, mas lembrando o revisor que o trema de alcaguete, deixou a lÃngua portuguesa em 1990!
O Ruy Castro vai se esforçar mais, Júlio Alves, até atingir o nÃvel que lhe agrade. Foi muito importante saber sua opinião.
Focar na contenção e entregar o jogo .
Pior é entregar sem contrapartida. Lula entregou cargos e grana para o Congresso e, até agora, só recebeu crÃticas.
Boa! Também tem "realizar" (perceber) e "endereçar" (dirigir a, focar, atacar (um problema etc)...
Sensacional.
O uso de palavras "difernciadas"ou "ingleisadas"principalmente nos jornais,naturalmente nos revela que o complexo de vira lata continúa bastante presente ainda...aú-aú-aú aú...vaicurintiá...porque o Flamengo deixou de ir...Alelúia Nelso Rodrigues...
Ora, se expressões gerúndias/gerundivas como "o vamos estar fazendo "já são coisas do passado, como todos os modismos do léxico, o " entregar "também segue o mesmo caminho,. E a "narrativa", o "lugar de fala" nada mais são do que a visão do sujeito que as expressa.
Ruy, faça uma sobre "arcabouço". O jornalismo e a polÃtica piraram com a palavra. Virou moda.
Tá parecendo coisa dos inteligentinhos do Pondé.
eu não entendo este fenômeno linguÃstico, da apropriação de palavras em inglês na lÃngua portuguesa, que parece ocorre de forma espontânea. quando se vê já estão falando com a maior naturalidade - delivery , bullying , etc. complexo de vira lata linguÃstico? tão bela é a lÃngua portuguesa.
Depois que o povo do erreagá inventou o performar, verbo utilizado à larga pela CNN, vale qualquer coisa.
Se o sincretismo linguÃstico viesse do tupi guarani esse escriba não reclamaria nem ironizaria. Mas se vem do mundo corporativo e foi absorvido pela turma do futebol, o sarrafo desce. Precisa ler Latm em pó.
Esse deve ser dos que entregam.
Ôôô Ruy, mas pegar o seu Herbert Richers pra nomear o fenômeno tortuoso foi mardade, hein? À minha infância, pelo menos, o seu Herbert prestou um servição, junto - mas não somente - à dupla do seu Hanna e Barbera. O bagúio tem nome, carÃssimo, é "corporativês", uma mistura de mais português e inglês, que pretende distinguir seus falantes do resto da humanidade. E, fato, distingüe mêmo: quando performam em corporativês, entregam-se legal...
Não esqueça que quem nos entregava o futebol no cinema era o seo João Manzão.
Aliás, se algum(a) colega souber qual hilário artigo do Sérgio Rodrigues trata do mesmo tema e puder colocar aqui o link, a risadaria agradece. Procurei agora e não encontrei, jurava que era de2022...
No Brasil os polÃticos sempre entregaram o ouro. Agora entregam tudo, principalmente o que não é deles. Inclusive entregam até o outro, os colegas, para ficarem em seus lugares e nem precisam sujar o local, ele já é entregue sujo, tipo poleiro de patos, baixo e sujo...Em tempo, agora estão tentando delivere de golpes...
Trema?
Coisa ainda mais curiosa porque o primeiro sentido de to deliver, em inglês, o sentido original, é o de parir. The baby was delivered …
Boa noite, Ruy. Você tem um ponto.
Ou, como dizia a placa flamejante de uma pizzaria em Curitiba: "entregamos por delivery".
Boa, só rindo com smile...
Hahahahah, essa foi ótema! Putz, esses daà deliveram de verdade, hein? Hahaah!
Aproveitando o ensejo. Sua coluna poderia entregar mais. Foi aquém do esperado.
Concordo plenamente. Produção em massa não é pra qualquer um não!
É o português brasileiro inglês. Vai piorar.
Meio surrealista! Será falta de vocábulos brasileiros! Kkkk
Mais chato que esse "entregar" é a adaptação do "about". Em vez do "trata-se de", sempre vem o agora inevitável "é sobre". Aprender inglês parece pressupor desaprender o português.
O saber providencial. Base para afastar leigos do conhecimento técnico de uma profissão. Termos jurÃdicos, termos médicos, termos da engenharia. Assim pretendem também os Administradores de Empresas: entregar, performar. O mantra agora é "sentir as dores doa clientes". A cada dia me convenço que vivemos a era da mais pura marquetagem.
Show. Spectacular. Great chronic. Amazing performance. It is controvesial questions about the correct use of Potuguese. Anglicisims are cultural penetration. Yankees: Go home now your bastardas imperialists. Ha ha ha.
Adorei a crônica! O português brasileiro virou uma espécie de dialeto de gente metida, que acaba sendo reproduzido até pela imprensa, com termos ridÃculos como CEO, bullying, stalking, "endereçar" um problema, "pedir um delivery", "compliance" (conformidade). E agora, mais essa, de "entregar".
Perfeito. E agora tem o tal stalking, como bem observou. Demorei a entender do que se tratava, após ler uma matéria a respeito de sua atual recorrência. Precisamos nos preocupar com o stalking, o stalking no ambiente de trabalho etc. Achei que fosse algo ligado ao regime stalinista, o que até corresponderia ao sentido então captado, mas, não, era apenas mais um anglicismo debiloide.
A entrega boa é a aquela que participamos do processo, com o compromisso de termos a coparticipação, correlação, não algo a alguém e pronto, sempre seremos parte de um todo, nunca um fim em si mesmo.
Foi muito condescendente. Vamos perdendo a capacidade de pensar como latinos culturais e, pesadelo dos pesadelos, começaremos a pensar e a reagir como estadunidenses não nova-iorquinos. As escolas e creches já o sentiram. Ah sim, latino, neste humilde comentário, não designa o cucaracha genérico, mas alguém que ordena sua inserção no mundo como herdeiro do Lácio, da cultura democrática greco-romana. Entreguei bem, ou “deu ruim”…?
Falamos cada vez mais um portuinglês de péssimo gosto, inclusive com construções anglicistas que nada tem a ver com a lÃngua de Camões e Pessoa, como o "vou estar enviando" dos serviços de atendimento telefônico.
Nelson, se vc voltar a estar citando o m4l dito gerúndio, estarei perdendo o respeito e o senhor poderá estar aguardando que vou estar te xing ando. Em "ingleis"
"Falhar miseravelmente" é outra praga que assola nossas orelhas!
Caro Ruy ótimo texto,falando em futeboles o nosso está mais falado que jogado,é a diferença entre a era da pedra lascada e a era dos metais,exemplo futebol Inglês e alemão.
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