Marcelo Viana > A matemática nas ciências humanas Voltar
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Uma rápida consulta mostra que houve contribuições importantes como o conceito de infinito, o numeral zero etc. decorrentes de árabes, indianos e chineses...Não faltam referências à matemática em textos árabes, indianos e chineses, isso justificaria a categorizá-la como matemática oriental, pena que temos pouco material em português...
- Seu Marcelo, tu me deixou ansioso, será que teremos mais Dostoiévski semana que vem?
Prof. Marcelo!: Um exemplo vivo da matemática nas ciências humanas: o sumiço do sino da faculdade de direito da UFRGS por um grupo de formandos de 1968 Dele participou um conhecido advogado com formação em matemática. A peça só foi devolvida, se não me falha a memória, quando ele ocupava um alto cargo na República ; e, pelo cálculo dos prazos de prescrição administrativa e penal, ficaram isentos de punição ele e seus colegas. Dizem alguns que o fato é mais uma das centenas de lendas urbanas.
Marcelo, eu sou um engenheiro apaixonado por literatura, e estou relendo Os Irmãos Karamázov pela quinta vez, tal a riqueza desse romance. Eu tenho suas obras completas e, em verdade, os livros de Dostoiéviski são brilhantes ensaios sobre psicologia e filosofia. A respeito dos irmãos Karamázov, Freud disse que é o maior romance já escrito. Concordo. Há uma passagem denominada, O Grande Inquisidor, que é genial. um ensaio sobre a liberdade. Abraço.
Uau, obrigado professor. Descartes sorriria pra um fechamento tão bem exemplificado. Digamos que o Prof. ligou todos os pontos!
Ôôô chefia, faz favor, duplica o espaço do Seu Marcelo, pra nóis num ficá na base da salivação contÃnua? Hahaha! Olha, meu caro, eu, "de humanas", trintanos atrás, defendi um mestrado em psicologia educacional e usei uns métodos estatÃsticos numa análise de conteúdo de entrevistas abertas. Pô, um cara da minha banca, Dr pelo MIT, perguntou pra minha orientadora "Mas ele pode fazer isso?". Não só podia como devia, mas o Homi estranhou. Isso têm melhorado, Graças. Viva os numerinho nas "zumanas"!
Para lavar a alma! De alguém que ouviu uma colega,com certo orgulho, dizer: sabe como é eu sou das artes, precisou de matemática me enrolo mesmo. Era a justificativa por não ter conseguido gastar e, portanto devolver, uma grana da tão combalida receita da universidade.
Nunca usei a falsa dicotomia "exatas" x "humanas". Prefiro a nomenclatura mais atual de ciências sociais e ciências da natureza. Até porque o trabalho de um engenheiro ou fÃsico, por exemplo, tem sempre como alvo o ser humano. A matemática está à parte dessas ou de quaisquer classes; é uma ferramenta e uma linguagem criada pela humanidade para uso de todos. Rio-me do sujeito que escolhe a Sociologia para escapar da Matemática e depois, já na faculdade, dá de cara com uma estatÃstica braba!
Marcão, rapaz, imagino que tinha gente tendo crise de urticária só de ver o sigmão na lousa. Mas você certamente logo descomplicou pra moçada.
Opa, perdão, a conversão de voz em texto inverteu o sentido: "não creio que..."
Ôôô, Ernesto, meu caro, mas na graduação, usualmente, as disciplinas de estatÃstica são muito medÃocres: eu creio ser frequente um esforço para a compreensão da matemática como uma ferramenta útil para representar, sumarizar, extrair relações, explicar o mundo. Mas eu já me diverti dando aula para graduação de psicologia, quando os cabras entenderam quais as possibilidades da estatÃstica na psicologia: faz um tempão, e até hoje encontro alunos que lembram-se das aulas em que a gente se divertia.
Caro prof. Marcelo, Voltaire nasceu em 1694.
Exatamente, quando fiz a conta de cabeça, fui verificar no Google , pois achei 114 muito tempo
Excelente! como sempre são as colunas do Marcelo. Sem falar do estudo da lógica com seus silogismos. Advindos do grego Aristótelis. Na data de nascimento de Voltaire houve inversão ao invés de 1694 foi digitado 1964. Aguardando a próxima semana. Textos imperdÃveis. Parabéns Marcelo Viana.
Chefia, aumenta a coluna do nosso herói Viana! A gente queremos mais!
A vasta obra de Jorge Luis Borges está cheio de matemática também... Numa brincadeira, que fiz com crianças do segundo ano do NÃvel Fundamental, pedi para que me identificassem coisas que não "tinham matemática"... A brincadeira foi longe e, sempre, alguma delas percebia que a tentativa da colega não representava algo "sem matemática"... Depois de uns 15 minutos, concluÃram que "tudo tem matemática"...
Em momento algum, precisei identificar que o que citaram "tinha matemática"; sempre, alguma criança dava-se conta disso...
Matematizar é uma atividade criativa do homem, como a música, mas são condicionadas por decisões históricas. Kurt Gödel mostrou que coisas estranhas acontecem no formalismo de Hilbert. Proposições elementares da aritmética não podem ser deduzidas do formalismo. O significado último da matemática é ainda uma questão aberta. É impossÃvel discutir o realismo na lógica sem usar as ciências empÃricas. Quando as humanidades consideram o realismo, usam a geometria euclidiana e a não-euclidiana.
Os gregos nos deram o insight que a geometria euclidiana é o protótipo da ciência dedutiva. A lógica aristotélica também é um produto da abstração matemática. Lewis Carrol usando a lógica clássica em termos de sÃmbolos, através de seus livros, nos mostra o poder da matemática de detectar falácias, rasgar argumentos ilógicos, encontrados em livros, jornais, discursos e até mesmo em sermões. Lewis Carrol queria popularizar a lógica simbólica.
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