Antonio Prata > Cães de aluguel Voltar
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Vou confessar uma maldade que costumo fazer com os donos de cães do meu prédio, que latem por qualquer motivo. Moro no oitavo andar e no fim de semana, logo cedinho, não pego o elevador para ir ao parque fazer minha corrida matutina. Desço pelas escadas do prédio correndo só pra despertar a cachorrada e, consequentemente, seus donos. Tenho perdão?
corrigindo: os cães latem, os donos passam...
Por conta do seu, digamos, nojinho, não prive suas crianças de experimentarem, caso se mostrem animadas com a ideia, de terem um animalzinho em casa. É sadia demais essa convivência! Uma adoção bem pensada, avaliada, responsável e amorosa é benefÃcio que muitas vezes nem a melhor terapia concede.
Sustente essa opinião até experimentar o amor canino. Toda essa sua certeza vai por água abaixo. Falo com a propriedade de quem por algumas décadas criticou o namorado (hoje marido) por viver a salvar e adotar os cães estropiados que cruzavam o seu caminho. As filhas vieram com o DNA amor por cachorro do pai e mancomunados (ele e elas) lutaram por um SRD. Tudo virou. Minha vida é dividida em AC e DC (antes e depois de cachorro) porque nada me modificou mais como pessoa do que ser mãe de pet.
Eu pensava assim. Até me apaixonar por uma vira lata caramelo. Hoje ela faz o que quer de mim.
Tamu junto!
Nossa q bom quando a gente encontra alguém q vê o "q quase ninguém vê" e se incomoda com as mesmas coisas q a gente vê. Dá um alÃvio, a gente não se sente a pessoa + ChatGPT do mundo. No meu bairro aqui em BH acho q vão ter q criar pistas para pets antes de pistas para bikes. Adoro cães, gosto mesmo, mas do jeito q estão caminhando as coisas (e pasmem elas já caminham com a IOT), o ChatGPT vai se aliar aos pets - em breve tatuados - para cassar o Prata, e não vai ser para lamber o pescoço não!
Eu quero morar nessa coluna!!
Tive a infelicidade de me cair nas faces um vÃdeo no qual a dona do cão o repreende pelo seu desempenho na escola canina. Pasmem, mas existe uma ficha avaliativa com ossinhos no lugar de estrelinhas, com quesitos como soneca, alimentação, socialização, comportamento. O cachorro foi repreendido por comer a ração do coleguinha.
Hahahahah, se o vÃdeo foi a sério, algo de uma estupidez árida, inútil: horas depois do comportamento ser emitido, "mamã" repreende seu petiz canino... Minha cara, não é só o bagúio que tá lôko, não, as gentes também o tão. Essa "humanizacão" é exasperante, né não? Eu tenho sinais "combinados" com meu cão, dos dois lados: quando ele quer comida, quer sair etc., bem como ele conhece os meus, de recusa ou aceitação dos pedidos. Tudo bem estabelecido: meu cachorro me ensinou direitinho! Hahahahah!
Será que um dia irão, mediante esse percurso escolar, construir a bomba atômica sugerida pelo Vanderlei, a fim de se livrar desses maledetos humanos que perturbam a tranquilidade de sua vida canina, de quem só deseja uma volta no quarteirão pra depois cochilar na soleira?
Não tenho nenhum animal de estimação, jamais pet, mas fiquei tentado em ter um cão pra chamá-lo de saquinho de likes.
Benassi, posso imaginar. Infelizmente, os humanos são assim, sempre julgando os demais a partir das próprias convicções.
Nem pernilongos me irritam tanto quanto as carimbadas molhadas e geladas de narizes caninos nas panturrilhas. Se seu olfato é assim tão desenvolvido, por que os cães precisam cheirar tocando os narizes molhados nas minhas pernas? E esses alpinistas sociais ainda trabalham para a polÃcia, ofÃcio a que um gato nunca se submeteria - e também não morro de amores por estes.
Aqui não. A patroa foi criada com cachorros e gatos, mas costumamos viajar prá fazer pesquisas no Peru, Argentina e Chile. Então concluÃmos que era melhor não ter. A filhota reivindicou um gato, mas dissemos não. Não seria ela quem cuidaria. Portanto aqui a resistência tem sido eficaz.
Hahahahah, que horror, Jove! Hahahah! Cara, eu acho tão simpático um nariz molhado... Hahahah! Tô rindo demais com os colegas que, putz, tão sofrendo pacaramba nesses tempos animalÃacos! Tem bicho em tudo que é casa, meu caro, não deve estar fácil aà proceis, não.
Caro Vanderlei, pois saiba que, se você declara em público não ter pelo menos um cachorro, os olhares que você atrai contêm um misto de compaixão a um pobre coitado com o de censura a um facÃnora.
Bem, a filha não foi planejada e me dá muitas alegrias. Já tem sua renda própria, não mora mais com a gente, mas sempre que preciso me ampara. E informo: cachorro não faz resumo em inglês, nem salva minha lavoura quando eu tenho dificuldades prá lançar coisas no classroom. Como veem, Clarinha não faz bomba atômica e é muito importante prá mim.
Bom, Rogério, quando eu declaro não ter filho BÃpede, nem ter tido nenhuma vontade de tê-los no passado, à s vezes, tomo um desprezo na fuça.
“só tenho cá para mim que a troca de fluidos, entre ou intraespécies, deve ser sempre previamente negociada e consentida por ambas as partes.” Perfeito! é isso e ponto. Te amo. Amo cachorros também e outros seres vivos, mas, eu, particularmente detesto qualquer troca não consentida
Não gosto de animais. Bem entendido, não explodiria a Suipa, benemérita entidade, que cuida de animais abandonados aqui no Rio. Simplesmente sou especista e me priorizo. O dia que um cachorro construir uma bomba atômica voltamos a conversar.
Putz, Vanderlei, caneca auto-esquentavel também seria sinal de alta engenharia canina, e não explode! (Bem, depende do engenheiro, claro) Se algum dia vieres a minha casa, esteja tranquilo: meu cão é mancadÃssimo e sabe deixar humanos quietos. Capaz de projetar, com alguma sorte, um carrinho de rolimã... Hahahah!
Falo da bomba atômica, porque é um sinal de inteligência. Inclusive possibilita a nossa extinção rápida, dando ao planeta de terra, ou ao que sobrar dele a possibilidade de se refazer.
Seu último argumento é bom e a partir de hoje usarei como parâmetro de desdém. Até que venha este dia, quero distância deles e de seus gelados carimbos nasais.
Hahahahah, é Vanderlei na contracorrente do PET-ismo! Abaixo a cachorrada! CarÃssimo, a única coisa produtiva a te sugerir é mudar o parâmetro: basta criar uma rede inflável/auto pendurável, ou uma caneca que esquente o lÃquido servido nela, tava de ótimo tamanho. Fique tranquilo em desgostar de cães até que dêem conta dessa engenharia. Em Bomba atômica, é bobagem botar pilha. Vai por mim, seu amigo digital cãomunista garante.
Perfeito Prata. O resumo da ópera é o que você escreveu: "Um espelho de Narciso a abanar o rabinho". Nas calçadas do bairro onde moro, várias vezes preciso caminhar na rua para que o cachorro e seu dono desfilem com a corda atravessando a calçada. Nem passa pela cabeça do dono, puxar a guia para que ambos possamos caminhar em segurança.
O que espelha a situação lamnentável que vemos todos os dias: basta ver a cena de longe e perceber quem está no comando do passeio, quem passeia quem. É ridÃculo!
Ay, Prata, como você me representa! Acrescentaria apenas que, recentemente, descobri os "pets ostentaters": são aqueles que compram raças super exoticas (siberianas, alaskiana, etc), com pelos totalmente inadequados ao nosso clima, para desfilarem pelas ruas procurando olhares de admiração e passarem horas explicando como foi dificil e caro conseguir aquele espécime, como ele requer cuidados e tem comportamentos "sofisticados"...
Oh, céus, Pratinha, descobri finalmente algo que, além do desnÃvel no talento literário, nos diferencia: camarada Pratowski, Praticamente comuna; eu, um Cãomunista convicto. Nesse bagúio dos fluidos, sou adepto do Dalai-Lamba: não fornico, mas admito beijo na boca - tá, não chupo lÃngua - e babada. Todavia, não impinjo a conviva ou amigo algum meu amor, meu cão chama-se Akira (evito nomes comuns, pra não ter confa), é contido na expressão dos afetos, só converso em voz baixa e em português.
Prezado Marcos: tudo bem, mas dos cachorros mantenho uma distância, segura.
Do Dalai-Lamba, eu sou adepto; do Fhelai-Xhupa, não! Hahaha!
Uhaha! Dalai-Lamba foi soda!
Eu gosto de cães, mas optamos por não ter dado o trabalho que dá e nos impedem de viajar sem preocupação. Mas vejo esse excesso de carinho por pets como sinal de uma sociedade doente: não pensa em famÃlia, filhos, relações humanas deixadas de lado porque o humano é chato, requer compreensão e paciência. Melhor o dog abanando o rabinho pra tudo. A raça humana caminha para a extinção.
Principalmente sobre os cães sempre exerceremos poder, salvo raras exceções. Outro dia ouvi o cidadão de uma rádio espÃrita, exaltando a bondade dos cachorros: "Você bate nele e ele fica contigo." Certo, que ele tentou se corrigir, dizendo que não era prá bater, mas já tinha dito o essencial.
Daverson, não deixo de reconhecer que a trabalheira foi um componente de minha recusa em procriar. Todavia, o pior seria ver minha loucura refletida ali naquele(a) tampinha. Meus cães, pelo contrário, sempre foram mentalmente mais saudáveis do que eu. Pra cachorrada, fui excelente pai, creio.
Amo filmes, crianças e cães.
Inda por cima, lê Antonio Prata? Eita homi bão, sô! Hahahahah!
Fui comissário de bordo da extinta Varig. Nas rodas de conversa, o pessoal mostrava as fotos dos "filhos" e eu dizia: -mas isto é um cachorro! Escândalo geral. E quando eu dizia ter três filhos humano, escândalo geral também. O que passa é que tá faltando homem com atitude pra mulherada, perdoe a sinceridade.
Prezado Marcos: como digo sempre em sala de aula, não é que não consigo ser vegano, eu não quero ser vegano. Gosto de ir à Argentina, pelos livros, vinhos e bife de Chorizo. Respeito os vegetarianos, deixam mais carne prá mim. Sou muito feliz com minha Clara, pessoa humana muito gente de carne e osso.
Hahahahah, Max, certa vez fui ao açougue perto da hora do almoço, entupido de senhoras, no maior tricô. Depois que o açougueiro me serviu o frango que pedi, perguntou se não queria "uns bifes de contra, que tão ótimos!" Agradeci, veemente: "Não, obrigado, cadáver de quatro patas, hoje, não". Silêncio sepulcral no balcão, com olhares horrorizados. Uai, o que elas achavam que iam comer no almoço? Derivado de petróleo? (Em tempo: sempre digo que tenho 2 filhos, só que quadrupedes)
Às vezes me encontro em alguma roda de conversa em que o assunto passa a ser os pets de cada um. Até que alguém me pergunta se tenho cachorro e, quando digo que não, sou fuzilado pelo olhar de todos e a pergunta vem em coro: "você não gosta de cachorro??!"
Bem, Rogério: aqui tenho uma vantagem: podem me fuzilar com o olhar à vontade, porque sou cego.
Perfeito, a análise final de Antonio Prata foi bem na mira do que penso. IncrÃvel, parabéns, adoro seus textos.
Admiro os cães pelo seu parentesco com os lobos e pela história de parceria com o ser humano na luta insana pela sobrevivência. Se ambas as espécies estão onde estão, é em grande medida devida a essa relação. A parte disso, tenho no meu Tinder, não aceito fumantes, nem donas de pets. É condição sine qua non.
Ôôô, Cristiano, fumante, vá lá, dá bafo, câncer etc. Mas a moça dona de cão ou gato pode ser um partidão, meu caro... Ponha um sarrafo diferente, tipo elimine aquelas que chamam o bicho de "filho", sacumé? Isso filtra aquelas *muito* convictas, sem dar um Crau em gente que pode ser interessante... Hahaah!
Fiquei em choque incrédulo a primeira vez que vi uma mulher passeando o cãozinho em um carrinho de bebê em Higienópolis. Tantos petshops falam muito sobre a enorme solidão de muita gente.
CarÃssima, mas aà passa da conta, faláverdade? Excrusive porque o cachorro precisa se exercitar, e Madama, destarte, o impede de fazê-lo. Co'didoido, sô!
Excelente!!!
Caro Prata, genial como sempre. Mas temo pela sua integridade após esse texto.
Gostar ou não de cachorro é como gostar ou não de qualquer outra coisa e, nesse caso, serviu para entregar o texto para publicação. Nem todos os dias estamos inspirados para entregar coisa melhor.
Ôôô, Alcides, mas cachorro é bão dimais, dá muita prosa, nem que seja pra meter o Fal. Tem mais graça que panela gourmetizada, carro velho, carro novo, sogra, muita coisa. Se bem que, pra fins de crônica, até de caracol no muro sai coisa, com o talento do camarada Pratowski...
he he he he
Genial!!
Perfeito!
Genial e corajoso!
Nunca tive bicho de estimação, tais como cães e gatos. Eu e meu irmão tivemos um peixinho de aquário quando crianças, mas não durou muito. Não chego perto de cães que latem (nervosos), adoro quando eles se aproximam devagar ou assanhados ("assediadores sexuais", hehehe), e percebo que esses mais amigáveis gostam de um cafuné (e eu gosto de fazer cafuné).
Cara Paloma, você iria adorar o Akira, meu Akita-Vira(latas): mancadÃssimo, não fica insistindo se não for desejado; reconhece quem gosta de cachorro e quem não - é bom avaliador de gentes, não chega perto de eixcroto. Aquilo que você der a ele, pode fazê-lo com tranquilidade, ele *nunca* morde a mão: pega delicadamente dos dedos e vai comer de lado. Um amor. Passou três dias no portão até ser aceito na casa, pacienciosamente. HumÃlimo, sabe seu lugar canino; altivo, não aceita ordens ou coação.
Pesquisem sobre o humorista português Rouxinol Faduncho e seu vÃdeo Cães de Loiça . Tudo a ver com a bela coluna de hoje da Antônio Prata.
Aqueles que corroboram com o fato de que esta onda petmanÃaca é um “pet no saco” , pesquisem sobre o humorista português Rouxinol Faduncho: “Se tu gostas de animais, cães de loiça Que não sujem os quintais, cães de loiça São "bobbies" bestiais, cães de loiça São cãezinhos mal tratados, de olhos esbugalhados e nada saltitõesbriar hill ave map Nunca se vão babar, nem ganir, nem ladrar, nem ferrar os ladrões”.
Hahahahah, excelente. Só dispenso aqueles que, de loiça ou não, ficam nos painéis de automóveis, a balançar a cabeça presa numa mola... Hahaah!
Cara, estava eu a me sentir um pária por achar bicho uma coisa muito sem graça. Parece quem tem mais umas lampadinhas nessa escuridão!
Ôôô, João, mas nóis têmo carente mêmo é de quem goste de gente. Portanto, tá bão demais.
Taà ! Um ótimo texto, para quem sente prazer em ler.
IncrÃvel como alguém conseguiu colocar num texto tudo que eu sempre pensei a respeito do assunto. Muito bom!
Perfeito.
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