Luiz Felipe Pondé > O pecado do pessimismo Voltar
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O ateÃsmo em si não é uma forma peculiar de enxergar uma divindade, mas permite lidar com os desafios da vida como faz um aprendiz. Afirmar que os ateus parecem entender melhor Deus do que os crentes representa outro equÃvoco, já que a crença num delÃrio coletivo não faz parte das condutas tÃpicas de um ateu. O pessimismo é o modo mais racional de ver o mundo não pelas razões dadas pelo Pondé, mas porque há no ser humano um viés pessimista que permite antecipar dificuldades e salvar vidas.
Para entender Pondé: as colunas são sempre as mesmas, à s vezes um pouco mais provocativas. Mas a leitura delas, e dos comentários dos leitores (hoje especialmente), são um alentado exercÃcio de reflexão. Descontem os exageros dos desaforos de lado a lado (até mesmo do Pondé) e teremos contato com algo tão em falta nestes nossos tempos: a inquietação do conflito de ideias para resultar em conhecimento.
Enfim, um comentário que trouxe uma conclusão que já havia insinuado. Me fez sorri. Talvez uma das maiores virtudes do ser filósofo seja a capacidade de dialogar partindo de um lugar muito fixo. tal como uma coluna, aqui, Pondé consegue manter uma solidez fenomenal em diversos assuntos. As hipérboles é o traço rococó dessa estrutura.
Boa reflexão! Na trilha do 'ateu pecador' rrrsss, ou colunista faz ótimas provocações.
- Seu Luis, que texto realista, destaco esse trecho: ''Outra força do pessimismo é que seu oposto, o otimismo, hoje em dia é quase absolutamente idiota e barato como perspectiva. Quase infantil. A grande justificativa desse otimismo barato de agora é o fato de que o desespero nunca esteve tão em alta, ao contrário do que está em voga dizer.''
Camus, no mito de SÃsifo, aquele condenado a empurrrar uma pedra enorme montanha acima e depois correr atrás dela, diz: enquanto SÃsifo empurra-correr atrás da pedra, ele não pensa o absurdo de sua existência. Mas quando ele para pra descansar um minuto, brota no seu pensamento sua condição absurda e trágica de vida. A maioria dos humanos não pensam no sentido da vida porque está grudados com suas pedras. Mas basta um tempinho de descanso e reflexão para....Por isso pastores gritam e falam sem p
Parei de empurrar a pedra no morro, e agora estou atrás de outra. Melhor o relance da falta de sentido do que conversar com o Nada
Distorcer para convencer. Ignorou a Genealogia da Moral de Nietzsche, que pode ser referência para o pessimos que atravesspu a Idade Média. Não comprrendeu junto co Spinoza que a humildade é sentir-se inferior ao que se é! Que entre a humildade e a soberba é melhor a justa avaliação de si.
Por fim, Gadamer só fez dar uma versão secular do que o apóstolo Paulo vaticinara dois mil anos atrás: "1 CorÃntios 2:14 - Ora, o homem natural não compreende as coisas do EspÃrito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 1 CorÃntios 2:15 - Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido." Deste modo, não adianta tentar lhe mostrar as coisas do Céu: é malhar em ferro frio. Tchau tchau!
Caro Ronaldo, definitivamente, não foi isso que Gadamer quis dizer. Segundo: eu nunca disse que fé e esperança são a mesma coisa. Apenas o que a Escritura diz em Hebreus 11:1: a fé é o fundamento da esperança. No mais, a lógica não é privativa dos gregos. O Senhor Deus é o Pai e Criador de todas as coisas, inclusive da lógica e da razão. A Escritura noticia isso. Confira: "Romanos 12:1 - (...) que é o vosso culto racional."
( continuação) 1 Pedro 2:2 - Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;" Vale ressaltar que o termo "racional" grafado acima é a tradução de logikos em grego coiné, idioma no qual o Novo Testamento foi escrito. O próprio Senhor Jesus, o Verbo encarnado, é a tradução de Logos em João 1:1. E não me venha com a velha ladainha de que o Logos é criação de Heráclito, o Obscuro.
Caro Domingos, não entendeste o que Gadamer propôs. Ele pos de lado o pentateuco de teólogos- Agostinho, Aquino, Lutero, Calvino e Arminio -, para reduzir o texto biblico a uma mera iluminação singular e original de cada indivÃduo, fragmentado qualquer possibilidade de universalidade de uma hermenêutica bibilica e Igrejas!
Caro domingos, quando voce se propõe a uma analise logica das vitudes teológicas voce as indertermina, atenta contra o primeiro principio logigo. Pois reduz a esperança à fe. Necessariamente, segundo a lógica, fé e esperanca devem ser distintos.
Caro Domingos, a lógica é uma criação grega, principalmente de Aristóteles, vide a obra Organon. A BÃblia, enquanto verdade revelada, não pode ser avaliada por um conhecimento fundamentalmente humana, e como tal falho perante a propria Biblia.
Caro Domingos nao ponha palavras suas na boca de Spinoza. Ele se declarou panteista. Isso é o que vale, não atribua outro o que voce pensa dele. Não seja um sofista!
Ronaldo, inicialmente, devo esclarecer que Spinoza era ateu. O famigerado deus imanente e panteÃsta dele era apenas um eufemismo para o ateÃsmo. É como se fora um lugar de fala. Até mesmo do ponto de vista lógico, a sua definição de esperança é falha. A esperança cristã nunca é incerta porquanto ela está fundada na fé e, por conseguinte, na certeza (Hb 11:1). Fé é literalmente o oposto e antônimo de incerteza e dúvida. (continua)
(continuação) Até Gadamer, filósofo ateu, autor da obra Verdade e Método, em dois volumes, cada um com ±600 páginas, mestre em hermenêutica e interpretação de obras religiosas, filosóficas e jurÃdicas, recomendado e respeitado nas faculdades de Direito do mundo todo, reconhece a ilegitimidade de ateus para falar sobre questões de fé: "O significado de uma revelação religiosa não é totalmente acessÃvel à queles que não aceitam sua verdade."
A BÃblia tem final feliz, sim, né, Ronaldo. Há a escatologia do final dos tempos, que é a Grande Tribulação. Mas após ela ocorrerá a Segunda Vinda do Senhor Jesus para arrebatar os fiéis para gozarem da Vida Eterna. Após uma vida terrena finita e curta (em média 70 anos) de sofrimento e dificuldades, intercalada de momentos felizes, uma vida eterna feliz no Céu. E-TER-NA. Não consigo entender porque você acha que não é final feliz.
Caro Ronaldo, eu nunca afirmei que a caixa de Pandora foi uma obra filosófica. Inclusive, no meu post, refiro-me a ela, com todas as letras, como mito. Esclareço ali que o mito informou a filosofia, desde que, como é sabido, o ateÃsmo incipiente dos gregos se sentia desconfortável com os mitos e se usavam da alegoria para racionalizá-los à luz da lógica formal. Com isso, introduziram a abordagem de que os mitos não deveriam ser lidos literalmente.
Genial o parágrafo sobre humildade, no sentido de não saber o desdobramento do mundo. O que o Pondé chama de pessimismo eu chamo de realismo: a humanidade não deu certo!
"Data venia", o pessimismo não é a forma mais racional de ver o mundo. Isto porque a FÃsica, mais precisamente a AstrofÃsica, admite que nem tudo é conhecido no universo. Aliás, só 5% da matéria do universo é conhecida. A ciência é feita de verdades provisórias. O desconhecido é que prepondera. Ora, é preciso muita cegueira pra não querer enxergar nesse porvir desconhecido algo de bom, promissor. Pessimismo só vale para quem vê a vida sob a lupa da Lei de Murphy.
Em tempo, respondi suas observações quanto a uma consideração minha, em outro trecho dos comentários do texto de Ponde.
Caro Domingos, o mito grego não é singular, é diverso. Os deuses gregos, pir exemplos, sao a forma mais antropológica de divindidade. Seu deus Jeova, tambem criação de sacerdotes asceticos, apenas pontecializou as qualidades humanas.
Toda a mensagem do evangelho é calcada na esperança. Cf: "Hebreus 11:1 - Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem." Totalmente diferente do mito grego de Pandora, onde em sua caixa (que não era caixa, mas jarro) restou apenas a esperança (elpis), que não foi entregue à humanidade. O pensamento grego, que informou toda a filosofia ocidental, é pessimista.
A grande obra sobre os sentimentos na Grécia foi a Ética à Nicomacos de Aristóteles. A caixa de pandora é mito. Não obra filosófica. Quanto a moral, dividida entre virtude e vicio, Aristóteles não foi pessimista nem otimista. Escolheu a medianez como melhor expressão do existir!
A esperança é uma uma três vitudes teológica, vide CorÃntios 13, 13. Não é a toa. Spinoza diz que ela é uma alegria incerta quanto a um acontecimento futuro. Por isso não existe esperança sem o medo, e o medo é a origem da religião. Nao existe religião sem medo. Por isso a religião é um acontecimento ruim.
Pondé começou bem, mas se perdeu no meio do caminho, isto é, do artigo. Ele começa falando do Deus bÃblico, citando, inclusive, versÃculo do Gênesis. Por uma questão de coerência ele deveria também citar outros versÃculos do mesmo livro que completam o primeiro, demonstrando que a BÃblia não é distópica: tem um final feliz. A assertiva final do articulista destoa completamente do postulado contido em Hebreus 11:6: Sem fé é impossÃvel agradar a Deus.
Final feliz na Biblia? Nela existência é pecado, dor e sofrimento. A própria morte é o preço do pecado.
De acordo com a filosofia judaica, se a tolerância é o motor da vida, a humildade é o seu combustÃvel. Nessa coluna não se vê nem tolerância, muito menos humildade. Luizinho feito catequista, doutrina seus admiradores. E se diz niilista, deve ser caso único no mundo de um niilista crente e pio. E fica a mesma pergunta de sempre: Até quando FSP?
E então eu tenho que ler somente o que vossa senhoria permite? Não conheço Pondé para ter simpatia ou antipatia por ele. Conheço os escritos dele, e me são suficientes para ve lo como a sÃntese acabada do conservadorismo brasileiro, substituto do Olavo de Carvalho. Veja por favor se me erras.
Emerson lê o Pondé toda semana, comenta todos os artigos e diz que não gosta do colunista. Ah, claro, é só para combater a doutrinação…
Ernesto Júnior, mas creio que possa te chamar de Juninho, pois não? Eu penso que podes gastar teu tempo organizando o samba que marcaste para tua casa, assim nem precisarás deixar bilhete.
Marcelo, apesar dos buldogues que Luizinho solta na defesa dele, os chatos estarão sempre atentos e criticando a doutrinação religiosa, pois a filosofia aqui é sempre reduzida a condições transcendentes. Quanto ao horário que escrevo, compete tão somente a mim. Escrevo para Luizinho, não pra ti e teus parças.
Até quando? Continuará enquanto existirem chatos que, embora reclamem, acordam cedo para ler a coluna dele e nunca deixam de comentá-la.
A humildade é um dos piores sentimentos que existe, é julgar-se abaixo do que se é!
Até quando o Pondé for uma das poucas coisas que valem a pena neste jornal, Cesinha.
Sou ateu, mas às vezes gostaria de ter a fé em Deus como a maioria da raça humana. Por exemplo, naquele ataque na escola de Blumenau, ouvi uma mãe dizendo que naquele dia a sua filha não pode ir à escola, e que aquilo tinha sido um aviso de Deus. Mas, assim que ouvi a fala dela, me perguntei: E por que Deus não salvou as 4 crianças também? Só espero que os pais das 4 crianças sejam otimistas e tenham a fé no Deus que eu não acredito, e que isso amenize as dores deles.
Me desculpe, então não es ateu. A tragédia faz parte da existência humana, não existe garantia de nada na vida. Enquanto ateus devemos aceitar a finitude da vida, é doloroso, mas é assim!
Um ser humano pessimista, não é um ser humano, apenas vegeta tal qual um moribundo!
"Enquanto houver esperança não haverá solução."
Frase de efeito profundo. Gostei demais.
Diria que "enquanto houver esperança", existe a possibilidade de se alcançar algo! Um ser sem esperança, só lhe resta a morte!
Isso mesmo, tudo vai dar errado sempre. Pensando assim analisamos muito mais qualquer projeto. Por exemplo, Lula assinou acordos de investimento com a China. Investimento chineses é sempre em petróleo ou minerais, desenvolvidos por empresas chinesas, administradas por chineses e construÃda por chineses. Aos locais resta o pagamento dos investimentos (conhecidos com empréstimos).
Vamos só falar do acordo para desenvolvimento conjunto de um satélite de monitoramento do desmatamento amazônico. Será desenvolvido, na China, por técnicos chineses com participação brasileira, colocado em órbita por foguete chinês sob controle dos chineses. O Brasil paga a conta, gera zero empregos e ganha zero tecnologia. O que é isso?
Será? Toda certeza absoluta, lacradora, pode ser precipitada. Quais são as alternativas?
O pessimista é um doente mental sempre fixado no lado negativo das coisas, é uma pessoa que não consegue ter ( ou dá pouca importância ás) relações sexuais. Não haveria pessimistas se todos conseguissem ter um orgasmo.
Pondé, Camus pessimista? Lembro do lindo, maravilhoso texto camusiano: "No meio do ódio, descobri que havia, dentro de mim, um amor invencÃvel. No meio das lágrimas, descobri que havia, dentro de mim, um sorriso invencÃvel. No meio do caos, descobri que havia, dentro de mim, uma calma invencÃvel E, finalmente descobri, no meio de um inverno, que havia dentro de mim, um verão invencÃvel". Pessimismo zero! (Claudia F.)
É importante lembrar que a humildade referida por Camus não é aquela social, que na maioria das vezes não passa de encenação e demagogia. Trata-se de reconhecer-se como um ser como qualquer outro, sem privilégios, sem poderes extraordinários, apenas um elo no todo, que por ser parte desse todo tem sua importância, não porque produz teorias.
Excelente; quando Ponde escreve sobre teologia, é brilhante. Não apenas o artigo é bom mas aplausos a Folha para expandir o foco do jornal para além do cientificismo social em moda, da exasperação contemporanea e incluir na pauta textos sofisticados sobre religião.
Gostei do texto e gostei do tom. Comecei a leitura preparada para o cinsmo habitual do colunista e tive uma grata surpresa. Estou otimista.
“No coração do pessimismo reside o orgulho de supor ter compreendido todo o enredo das coisas”
Que falta do que falar
Você acaba de comprovar o fato.
Tá se olhando no espelho? O seu comentário é apenas torcida organizada contra o colunista.
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