Mirian Goldenberg > A amante do meu pai Voltar
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Em complemento ao meu primeiro comentário: My Heart Belongs to Daddy é uma canção escrita por Cole Porter para o musical de 1938 Leave It to Me!, que estreou em 9 de novembro de 1938. Foi originalmente interpretada por Mary Martin, que interpretou Dolly Winslow, a jovem "protegida" de um rico editor de jornal. A canção foi interpretada também por Marilyn Monroe no filme Let's make love! ela que teve vários daddies.
Adorei a interpretação
Será que a dor é somente apanhar ,ou sentir e ver a amante do pai ? Vivi isso ,sei como você se sente ,é a mesma dor que carrego comigo . Meu pai no geral não era violento ,mas bebia e vivia brigando com minha mãe ,se separaram trocentas vezes e ele voltava às trocentas vezes e minha mãe aceitava . Isso foi a muitos anos ,mas nunca me esqueci ,e talvez nunca esqueça .
A maior dor foi testemunhar impotente a dor da minha mãe
Parabéns pela coragem. Seu relato serve para que outras pessoas não se sintam tão sozinhas em suas tragédias. É uma catarse. Também tive uma infância extremamente sofrida, com violência inenarrável. Foram duas tentativas de suicÃdio, felizmente fracassadas. Uma mistura de Os Miseráveis, Crime e Castigo e Personagens de Charles Dickens. Sobrevivi. Superei. Tenho um bom emprego, uma filha inteligente e bem sucedida. Sou bibliófilo. Filósofo. Hoje aos 56 anos sou uma pessoa feliz com cicatrizes.
Parabéns a você também, pela filha e pela superação. Lendo esses relatos muitos, vejo com o quanto nós que não vivemos esses dramas, reclamamos da vida, sem problemas efetivos. Digamos que somos felizes e não percebemos.
Feliz com cicatrizes. Linda descrição
Pasmo com o grau de violência relatado. A gente vê isso em filmes e acha que é mais cinematográfico. Que bom que vc sobreviveu e fez disso objeto de estudos. Quanto ao sonho, o nome Daddy é bem caracterÃstico da relação de homens mais velhos com mulheres mais novas. Talvez fosse o papel de seu pai na vida da secretária.
Verdade
O seu relato é sobre viver! E demonstrou que viver não é para principiantes. A citada amante está vivissima, assim como seu pai, sua mãe, seu irmão do meio. Esse é o espÃrito que perdura após a morte porque é o resultado de nosso relacionamento com os outros. Não é imortal mas não morre enquanto os "outros" não se livrarem do que lhes causamos. Dores , alegrias, encantamento, admiração, amor ou ódio... Espero que você consiga. A amante estará viva enquanto você viver. Se morreu não importa.
Sobre viver e sobreviver
Não sei quem sofreu mais, vocês filhos ou os retirantes, pais vÃtimas do holocausto. Parece que a trágica convivência familiar lhe tornou uma pessoa cruel.
**desculpa, quis dizer que parece que a trágica convivência não lhe tornou cruel
Ela cruel???
De onde vc tirou que ela eh cruel?!
Nossa chocada! Que terror! Tive uma infância difÃcil de pobreza, mas graças a Deus, sem violência grave, a não ser as surras que tomávamos. Familia nem sempre é ninho, algumas são nó.
A violência mora nas nossas casas
Felizmente, esse patriarcalismo embutido de crueldades de todos os tipos e tamanhos está sendo visto, observado e finalmente, penalizados. A barbárie masculina deve ser impedida dentro do "lar", em que muitas vezes é tolerada e até estimulada pelos machos de plantão...
Finalmente, onde?!
E invisÃvel
História terrÃvel! Lamento, de verdade. Mas, analisando friamente, parece haver um sentimento de vingança em relação... Sei lá... A amante, não?! Tudo indica que essa senhora ainda esteja viva, muito viva. Não é troça, mas tá parecendo Netflix: o filme termina sempre com uma incógnita e aà ninguém sabe se haverá novos episódios. A ver!
Desde que leio tua coluna, passei a te admirar e, vez ou outra, comento teus artigos com minha terapeuta. Também presenciei violência de pais contra filhos no âmbito familiar. E a repetição por gerações. Cenas que não esqueço. Obrigado por compartilhar.
Muito muito obrigada José Felipe
Relato impactante e corajoso, mais da metade das famÃlias brasileiras vivem neste cenário e no silêncio do "lar". Depois da formação acadêmica, consegues identificar o que foi mais relevante na convivência do pai com a amante: A dependência econômica; alguma forma de contrapor ao autoritarismo ou a paixão? Penso que o pai não tenha mudado de comportamento.
A violência silenciosa que mata
Muitas vezes não são pai e mãe que causam, são os irmãos com egos feridos, mal resolvidos, inseguros, controladores, cheios de vaidade e poucos valores que deixam tantas marcas e traumas que nos transformam em empregados deles.
Você deve ser uma pessoa extraordinária! Manter a sanidade em meio a tudo isso...
Os livros me salvaram
Fala Homero Fonseca, marido da Iracema Rodrigues que aparece na assinatura dos comentários. Só pra dizer que seu livro A Outra é brilhante. Lição de antropologia e humanidade, sem ranço acadêmico.
Que bom saber que você gostou do livro, Homero
Puxa Mirian, quantos traumas. Obrigada por compartilhar em tempos tão superficiais, onde as redes vendem apenas aparências felizes. Te acompanho há algum tempo e fico pensando que para saÃres tão viva e lúcida de uma história tão sofrida e triste, deves ter tido uma fonte importante de amor, que te deu esperança de seguir em frente.
Andréia que lindo. Acho que ler e escrever me salvou
Relato corajoso, forte e comovente, Mirian. Triste, porque sabemos que também é a história de muitas e muitas pessoas, que levam esta bagagem consigo por toda a vida. E pessoas como você são admiráveis, por conseguirem resistir e trilhar o próprio caminho de uma maneira - felizmente - muito diferente.
Verdade Tiago, a violência mora dentro das nossas casas
Obrigado, Mirian, pela franqueza em compartilhar uma história tao difÃcil. Sem dúvida é um alento para enfrentarmos nossas próprias agruras. Sinto muito por tudo o que tiveram que passar; e admiro a sua beleza interna em permanecer ao lado de quem tao pouco te deu.
Muito obrigada pelo carinho Reinaldo
Admiro sua coragem e a generosidade de cuidar das pessoas que foram tão violentas e cruéis. É tão difÃcil se proteger quando se tem a capacidade de ver a vÃtima em nossos algozes. Obrigada por compartilhar. Nos dá força para encarar nossas próprias tragédias familiares.
Ainda é difÃcil, até hoje
Mirian, parabéns pelo seu texto. Você é uma vencedora. Não sei interpretar seu sonho, não tenho conhecimento para isso, mas me chamou a atenção a sua frase “ Sinto muita culpa e choro até hoje por não ter conseguido salvar a minha mãe daquele inferno”. Sobre isso sim, eu acho que posso falar: era da sua mãe a responsabilidade de salvar você e os demais filhos das monstruosidades descritas. Essa culpa não pertence a você. Você era a criança. Fique bem.
Muito obrigada pelo carinho
Apesar de triste, uma história linda e com todo conteúdo dramático e sofredor do povo judeu ao redor do seu mundo. Acho que você foi movida pela coragem até agora, ao expor passagens de famÃlia. Todo o meu respeito à s pessoas que sofreram e que lutaram. E nesse momento, minha admiração por você. (que ainda tem a educação de responder aos comentários). Obrigado.
Como sempre me disse meu melhor amigo: Coragem, Mirian, tem que ter coragem. Você vai sim! Muito obrigada pelo carinho
Sei bem do que voce está falando. A minha historia é bem parecida com a relatada por voce. A diferenca, prá pior, é q eramos muito pobres e meu pai nao tinha dinheiro p manter amante, secretaria e muito menos comprar fusca. Aceite minha solidariedade. Abracos
Muito obrigada Mario
Me lembrei do Viktor Frankl: Diante do sofrimento é que reafirmamos nosso projeto de vida. Obrigada Miriam
É o meu livro de cabeceira, Isabel
Miriam parabéns pela sua coragem em encarar a vida e em expô-la de forma tão carinhosa apesar de tudo o que viveu a sua doçura cobre toda esta narrativa, parabéns pelo texto.
Que lindo, Alexandre, muito obrigada pelo carinho. Fiquei emocionada
Que lindo, Alexandre. Muito obrigada pelo carro nho
Mirian, conheci você no Sindicato dos Médicos do RJ, nos anos 80/90. Sempre te admirei e agora ,mais ainda. Felicidades.
Muito obrigada pelo carinho Alvaro
Que história de vida triste. Mas tenho a impressão que você deu um fim a um ciclo de dor fÃsica e moral que tinha tudo para se perpetuar. Você é uma fortaleza e um exemplo para todos nós.
Que lindo, João. Emocionada aqui
Miriam, também sou de Santos, um pouco mais novo do que você. Meu pai e o seu pai se conheciam. Do tempo em que o seu foi contratado pelo meu para uma ação trabalhista coletiva da Femco (Fundação dos Empregados da Cosipa) contra a então estatal. Não sei que fim deu essa ação, o meu morreu antes, também de câncer no pâncreas, em 1983.
Triste
Cara Mirian já lhe admirava muito,agora digo,vc é a sÃntese perfeita da palavra vitoriosa.
Muito obrigada Tadeu
Mirian, Te agradeço profundamente por contar sobre sua origem é assim, me dar a chance de ressignificar a minha.
Que lindo Livia
Com todos estes problemas ,cara Mirian ,você jã é uma vencedora por ser quem é .
Muito obrigada pelo carinho, Amarildo
Só sei que chorei , e muito. E te abracei . Obrigado por compartilhar. Sua história tb n9s liberta da nossa ... gratidão.
Que lindo Patricia. Também chorei muito para escrever
Quem poderia imaginar que uma pessoa tão conhecida e importante como você tem uma história tão triste? Fiquei surpresa. Como vários disseram, você é uma sobrevivente. Conseguiu não repetir na sua vida o ciclo de violência de que foi vÃtima. As pessoas fazem escolhas ainda que inconscientes. Seu pai poderia ter saÃdo do casamento e dado paz a famÃlia. Preferiu levar uma vida dupla e maltratar a todos. Para mim não tem perdão. Parabéns pela sua generosidade e resiliência.
Sempre me pergunto como consegui sobreviver. Minha resposta: escrevendo e lendo
O dentista passando o cotovelo no seu seio me doeu demais! Mais ainda por não poder falar com ninguém sobre isso, sob pena de ser ferida por cima da ferida. Depois de grande falei com minha mãe de um abuso na primeira infância e ela me devolveu o mesmo desdém de décadas atrás, não adiantou nada falar. Hoje sou frágil, insegura e explosiva. Posso ser melhor? Posso. Seu texto me provou isso.
Karem, acredito, de verdade, que é possÃvel transformar a tristeza em beleza, as vergonhas e culpas em propósitos de vida. É o que procuro fazer com meus traumas de infância
Uau!!!
Meu comentário saiu truncado, por isso, repito: É tarde para lhe oferecer solidariedade? De qualquer forma, ofereço admiração. DifÃcil alguém passar por tudo isso e manter tanta lucidez para escrever uma coluna sempre tão boa. E mais difÃcil ainda é falar desses episódios de famÃlia com tanta clareza. Você é foda!
Muito muito obrigada pelo abraço e carinho
É tarde para lhe oferecer solidariedade? De qualquer forma, ofereço admiração. DifÃcil alguém passar por tudo isso e manter tanta lucidez qpara escrever uma coluna tão e a clareza
Recebo com todo o carinho
Será que a amante escapou da violência que parecia atingir a todos que rodeavam seu pai? Descobrir poderia trazer à tona um outro lado da personalidade dele.
Ler sua história me fez lembrar de minha mãe (já falecida). Meu avô, ficou com a amante, largou minha vó e 4 filhos, isso que meu avô era rico, industrial e passou tudo para a amante. Resultado: todos ali, não passaram dos 60. Câncer, infartos etc. você é uma sobrevivente.
Sempre me senti uma sobrevivente
Uff, queria dizer umas palavras bonitas pra acalentar sua alma, prezada, porém só consigo pensar que sua infância e adolescência foram barra pesada. Você ter transformado parte disso em livro é algo que traz admiração, parabéns. Agora, se vale a pena contato com a amante? ImpossÃvel dizer, mas se conseguir levar a cabo a ideia, com certeza terá muito a pensar a respeito.
Para conhecer um pai que nunca chegou nheci
Parabéns, Mirian, realmente você vc conseguiu contar sua história dramática sem dramas, ótimo texto. ImportantÃssimo relato sobre como pode ser uma famÃlia...
Muito obrigada Maria Luiza
Muito obrigada
Não desista de encontrá-la. Sua idéia de ouvÃ-la pode fechar o cÃrculo. Torço que encontre, torço também que depois escreva o que ouviu dela. Torço que eu possa ler
Também torço
Essa mulher escreve muito
Ah, como eu te admiro, cara Miriam ! Que grandeza de caráter e coração tão gracioso quanto misericordioso você demonstra, sobretudo ao perdoar o seu pai, cuidando dele, e citando a sua biblioteca, que tanto influenciou sua formação intelectual. Grato pela coraosa e tocante partilha ! Abraços, saúde !
Muito obrigada Gerson
Miriam, meu pai também teve uma amante e outras mulheres. Acredito que a visão masculina disso pode ser uma surpresa se for relatada, pois fiquei do lado de minha mãe e depois fui acusado por meu pai de ter acabado com o casamento deles, que na minha visão hoje, já havia acabado há muito tempo, mas vai lá entender a cabeça das pessoas.
Cheguei a recomendar separação para a minha, não havia dano fÃsico; mas psicólogo.
É um drama Carlos
Muito obrigado por compartilhar sua história. Tenho certeza que escrever este artigo não foi uma tarefa fácil.
Chorei muito para conseguir escrever
Já que você teve a capacidade de analisar os fatos com tanta lucidez, encontrá-la poderia, sim, acrescentar novos ingredientes e reflexões.
Nossa!
Cara Miriam que história triste! A minha famÃlia de origem viveu um drama parecido, meu pai tinha uma amante, teve um filho com ela, hoje este irmão tem a idade do meu filho mais novo. A minha mãe sofreu a vida inteira, uma tristeza sem fim. A princÃpio ela não sabia ou fingia não saber, um dia com muita raiva do meu pai eu contei, ela não quis acreditar, eles me chamaram de mentirosa e de outras coisas que não cabe aqui falar. Fiquei anos sem falar com meu pai, até que um dia a verdade se impos
Muito muito triste
História contundente e comovente. Infelizmente um drama muito comum à s famÃlias ditas tradicionais, e sempre com dedos masculinos como vetores. Nature ou nurture? Se serve de consolo, imagina que essa infância pesada forjou quem você eh, e que se você tem algo do que se orgulhar eh, de certa forma, por ter sido forjada nesse caldeirão de violência. Um forte abraço a todas as meninas que tem que sobreviver aos machos escrotos em suas vidas.
Diego, quero apenas lembrar que muitos dramas familiares não são causados por dedos masculinos, mas por mulheres narcisistas que têm filhos, e são igualmente tóxicas. Aliás, é dificil saber se não são, à s vezes, até mais tóxicas, dado o papel a elas reservado nas sociedades judaico-cristãs. Acho que o mito da famÃlia como bastião do amor e do afeto é algo que precisa ser superado, assim como foi feito com a questão de gênero.
Serve sim, sempre busco olhar dessa forma
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