Juliano Spyer > Por que o debate sobre azul ou rosa importa para evangélicos? Voltar
Comente este texto
Leia Mais
1 2 Próximas
Nunca houve nenhuma civilização ou cultura ateia. Mesmo com politeÃsmo e deus e deuses com caracterÃsticas distintas, sempre tais sociedades sobreviveram com respaldo na religião. É impossÃvel uma cultura sobreviver por longos perÃodos debaixo do ateÃsmo. Fatalmente entrará em colapso. Essa estória dos ateus de que “somos fortes”... A imensa maioria dos pensadores ateus existencialistas têm ideação suicida, como Nietzsche, Sartre, Cioran, CamusÂ… Sofrem da famigerada “melancolia” dos intelectuais
André, desde que o mundo é mundo é assim: todas as sociedades e culturas sempre subsistiram à base de preceitos religiosos. Todas, sem exceção. Sempre a ordem jurÃdica dos povos do mundo foi calcada na religião. Era teocrático. Foi a teocracia que nos trouxe até aqui. Das tribos da Polinésia, passando pelos maias e astecas, Ãndia, China, Japão, até os grandes berços da civilização: Suméria, Egito, Grécia e Roma.
Joel, não há incompatibilidade entre ter sistemas jurÃdicos baseados em sistemas religiosos (e não apenas o cristão), mas o raciocÃnio preciso é o inverso. São as cosmogonias que têm raÃzes no desejo de dar ordem ao mundo. Poder (e não dever') professar a fé além do espaço religioso não é a mesma coisa que impor ou integrar crenças no sistema jurÃdico de um Estado laico. Seria, por exemplo, aceitável integrar preceitos budistas/hinduÃstas/anÃmicos/etc?
O conteúdo dos comentários revela o saldo da cooptação dos evangélicos pelos polÃticos e da cobertura midiática exagerada das seitas chalatanistas: muita gente julga o evangelicalismo como uma massa homogênea fanática e alienada. Bolsonaro e Macedo não definem o evangelho de Jesus Cristo.
Se as igrejas evangélicas tivessem algo de bom, mesmo assim deveriam ser proibidas, só por aquela música horrÃvel que tocam nos cultos.
Vc acredita até que nós não pagamos dÃzimo no IR graças aos evangélicos. No Brasil o protestantismo é uma praga recente, e nunca teve desconto de dÃzimo no IR. Quanto à suposta *tolerância* evangélica, é só ver seus comentários sobre a homossexualidade para confirmarÂ… o argumento de que respeitar aos gays vai levar ao fim da humanidade pq ninguém mais vai se reproduzir dá uma ideia da inteligência e da racionalidade da sua turma.
Realmente te convenceram de que tudo que existe no mundo é uma invenção protestante. Já existia parlamento muito antes de existir protestantismo. A democracia foi uma evolução histórica que aconteceria de qualquer maneira. Após a reforma Lutero apoiou a mesma sociedade hierarquizada de sempre. Calvino era um teocrata autoritário. O primeiro efeito polÃtico da reforma na Inglaterra foi a ditadura de Cromwell
A democracia moderna copia o modelo de governo das igrejas protestantes. Os protestantes desenvolveram o governo representativo, os parlamentos, o pluralismo de ideias, o estado laico, a tolerância. E, sobre música, Bach e Haendel eram evangélicos, seus hinos ainda são tocados nos cultos.
Fernando, isso não é sobre biologia. Reduzir o ato sexual humano a tal simplismo é apenas desumano. Você deve ter desperdiçado grandes momentos de sua vida ao reduzi-los a uma aulinha massinha um de biologia. Pena.
Tem um perfil bem aqui que revela os problemas de colocar SUA fé como definidora das polÃticas e espaços de formação cidadã, como escolas, por exemplo. A reserva moral e intelectual até do "pluralismo"! Poxa! Estamos muito mal com esse entendimento NADA republicano.
É de muito mal gosto representar os evangélicos com uma fotografia de um culto da Universal do Reino, uma seita sincrética que pratica justamente aquilo contra que Martinho Lutero e os reformadores protestaram.
Sr. Fernando, respondo a um comentário seu em meu post. Coincido que na democracia, uma das funções do governo é mediar interesses conflitantes entre grupos, e ninguém deve punir evangélicos por sua crença, DESDE QUE essa crença fique circunscrita ao espaço pessoal ou ao templo. Agora, se a religião discrimina ou pune alguém por seu gênero/orientação sexual/hábitos, o Estado precisa intervir. A religião não é escudo para discriminação e intolerância. Aliás, Jesus era bem tolerante...
Evangelho não é ter comportamento correto para alcançar o ParaÃso. Isso é moralismo. Evangelho é saber que Cristo nos abre a porta do ParaÃso apesar de nosso pecado.
Vale lembrar que toda a escala de valores morais inscrita no ordenamento jurÃdico dos Estados de Direito do mundo moderno são calcadas na moral cristã. Todos os outros povos da Europa, os quais não eram cristãos, eram chamados de bárbaros pelos romanos e, de fato, suas religiões admitiam, além do canibalismo, até o sacrifÃcio humano, de crianças etc. O império romano, o maior e mais longevo império na história da humanidade, rendeu-se ao cristianismo e absorveu seus valores e seus padrões éticos
Muitos defendem a omissão das religiões e dos fiéis na polÃtica sob o argumento de que o Estado é laico. Devo lembrar, antes de tudo, que Estado laico não é Estado ateÃsta. Os fiéis religiosos têm direitos polÃticos igual a todos os outros cidadãos. Querer proibir que eles não introduzam os valores que lhes são caros no ordenamento jurÃdico pátrio é o mesmo que calá-los, obstando-lhes o exercÃcio da cidadania. Na prática, é transformar um Estado Democrático de Direito em um Estado ateÃsta.
Não, seu Joel. Há uma confusão no seu raciocÃnio. Os fieis professam suas crenças no seu espaço, e ótimo que seja assim. Introduzir valores religiosos no ordenamento jurÃdico de um Estado laico não é possÃvel, pois introduz uma restrição ao todo da sociedade. Ou então passemos a ser uma teocracia.
A espécie humana tem ± 300.000 anos. A ciência tem pouco mais de 500. Abstraindo outras hipóteses, foi o senso comum, de mãos dadas com a religião, que nos trouxe até aqui. Os maiores ataques ao ecossistema do planeta ocorreram após a ciência, com a sua colaboração, promovendo as destruições do ecossistema planetário e do espaço. O que dá azo à SÃndrome de Kessler. Não poderemos garantir um planeta saudável para os nossos descendentes. Antes da ciência, esse fantasma não assombrava a humanidade.
Tampouco, seu Joel. A ciência é aética, os usos dela que não são. Da mesma forma, a religião foi usada ao longo da história para justificar grandes barbaridades. A diferença é que, no passado, não éramos 7 ou 8 bilhões - imagino uma Cruzada com essa qtdade de gente e as tecnologias que temos hoje. O ponto válido de seu argumento é que a ciência não é tábua de salvação sem que seja acompanhada de sabedoria. Mas religião nada tem a ver com isso.
Jamais pensei que leria uma coluna num jornal como a Folha, do colunista terrivelmente evangélico, Juliano Spyer, que a certa altura escreve: " Para muitos evangélicos a vida é um desafio e é preciso andar certo, para ser aceito no paraÃso", e andar certo para vocês é menino usar azul e menina rosa, como disse a evangélica Damares Alves.
Não entendo por que igrejas evangélicas ricas e poderosas não criam suas próprias redes de escolas de ensino básico. (A igreja católica tem tido êxito nesse ramo de atividade há séculos.) Será que o motivo é que a maioria dos fiéis mais fanáticos é pobre e não poderia pagar mensalidades caras? Ou o plano é usar a educação como ponta de lança para atacar o Estado laico e a democracia? É inadmissÃvel que uma religião qualquer paute a escola pública.
Muitas denominações protestantes mantêm redes de escolas e universidades, como os batistas, metodistas, adventistas, luteranos, presbiterianos, entre outros.
Ótimo artigo
O problema é que, quando um não quer, dois não dialogam. Como dialogar com um grupo que exige que as instituições do Estado laico - a escola pública, inclusive - se curvem aos dogmas de uma religião qualquer? Não faz diferença se esse grupo é ou não maioria entre os evangélicos. O que importa é que é barulhento, prepotente, inflexÃvel e truculento, e tem, atualmente, um poder polÃtico imenso, posto a serviço da destruição da democracia.
Assim como é importante evitar que uma doutrina religiosa seja imposta por um estabelecimento estatal, é essencial que nenhuma crença seja atacada ou proscrita.
O divino ou o sobrenatural não explicam a ciência. A sociologia estuda e explica as crenças.
Por religião que hoje temos um Afeganistão onde mulheres ganham bebês num porão e médicos homens não podem acompanhar a mulher na hora do nascimento de bebês . Mulheres são açoitadas com chicote ,estupradas e na maioria das vezes mortas nesse paÃs ,por isso uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa . São sim na maioria das vezes os evangélicos um bando de conservadores que estão no mesmo patamar de um talibã e ponto final
O protestantismo é plural e defensor do pluralismo. Foi o pastor batista Roger Williams que estabeleceu o primeiro estado laico do mundo, a colônia de Road Island, no século 17. Graças aos evangélicos, não pagamos dÃzimos junto com o Imposto de Renda.
O problema dos religiosos é querer impor seu pensamento a todos. Criando leis e normas que dificultam a vida do povo não religioso. A verdade deles não é a minha verdade.
O pluralismo, a liberdade e a democracia são crias do protestantismo.
Por mim os evangélicos podem vestir as cores que bem aprouverem desde que nos deixem em paz com as nossas escolhas.
De acordo. Mas, esse é o problema, querem interferir até no fiofó de adultos. Kkk
O problema não está no povão evangélico, smj, mas em lÃderes mal caracteres que os manipulam pelos motivos elencados abaixo. Quem crê que Malafaia, Santiago e Macedo sejam verdadeiros cristãos? DifÃcil, viu? Três grãos de feijão por mil reais; dÃzimo de auxÃlio emergencial e "morando de favor pague o equivalente a 10% de um aluguel'' para ter acesso a moradia, ou, ainda o "...ou dá ou desce", mais, ainda, "aborto é bom para poder contribuir mais com a casa de deus". Quem em sã consciência vê....
O Cristo nessas palavras? Vejo o Cristo no Papa Francisco e no Padre Lancelotti, e, em lÃderes evangélicos que não tem mÃdia que os citados têm.
Me parece estranho equiparar necessidade da nação superar a fome com discurso de uma 'doida varrida' como a Damares Alves sobre vestir azul ou verde. Apologia à ignorância? E a má polÃtica, ignora-se? Claro que deve haver liberdade religiosa e Estado laico. Mas, aceitar que a alucinação ou mentira deslavada 'Jesus na goiabeira' com propósito de enganar ingênuos e alavancar espertalhões seja equivalente a superar a fome é demais. A FSP, mediante pagamento propagandeou cloroquina. Foi valor? Fé?
Desconheço professor falando em gênero na escola. Desconheço MEducação divulgar cartilha gay, desconheco kit mamadeira p. Ou seja, a velha nova pós verdade (mentiras) iludindo o povo e afetando (via polÃtica) a vida do povo (material). Falsos valores morais para tirar o direito a bens materiais do povo (comida). A profusão desses falsos valores em última análise tira o pão da boca e a escola de crianças. É Cristão isso?
Consideramos evangélicos pessoas menos capazes, menos preparadas, menos racionais quando a fé é maior que sua racionalidade. A capacidade, o preparo e a racionalidade mede a capacidade do evangélico saber discernir, ouvir e respeitar o outro. O evangelico não entende que sua fé não é a fé do outro. O desrespeito entre os diferentes e sua capacidade de ser manipulado é o que os tornam menos preparados para conviver em harmonia social.
Isaac Newton era evangélico. Martin Luther King Jr. era pastor evangélico. Jimmy Carter é diácono evangélico. O fanatismo de alguns não representa a doutrina evangélica.
Apesar da argumentação do autor, achei o texto racional, e digo isso num bom sentido e sem ironia. Ficou apenas uma dúvida: a concepção dele de esquerda é tão ampla a ponto de incluir mesmo a Tábata Amaral?
Alguns comentários provam que bons artigos suscitam questões importantes que mereceriam a continuação do debate, com outros artigos, para aprofundar o tema proposto por Spyer. Discutir, essa deve ser a premissa deste jornal, e não fofocas.
Alguns comentários provam que bons artigos suscitam questões importantes que mereceriam a continuação do debate, com outros artigos, para aprofundar o tema proposto por Spyer. Seria aprova cabal que a FSP ainda vive.
O Estado é laico, a escola também: discutir a heteronormatividqde frente a diversidade é um importante debate nas escolas, vai reduzir a violência de gênero e contra a população LGBTQIA. Concordo com a Tabata que acabar com a fome é prioridade. Que meninos podem vestir rosa. Qual o problema?
No debate sobre sexualidade nas escolas, o respeito à diversidade é essencial, inclusive o respeito àqueles que, por motivações religiosas, preservam a castidade.
É fundamental haver diálogo e debate, e sim, reconhecer que para muitas pessoas as crenças são mais importantes que os fatos. Mas a vida sob um Estado laico requer que as questões de crença sejam circunscritas à vida pessoal e ao templo, e não impostas à sociedade. Discutir temas como gênero, sexualidade, aborto sob a égide da religião é próprio de teocracias. E, por último, a ciência e a tecnologia SÃO mais racionais do que a religião ou a magia por definição. Alguma dúvida disso?
O projeto de lei lida com os valores do proponente. Agora se os valores da consciência do proponente são informados pela religião são vistos com desdém e de somenos importância. Por quê? Valores morais e propostas éticas laicas são convertidos em lei sem barulho nenhum. E valem para todos. Os cristãos têm que engolir. Mas a recÃproca não é tida como verdadeira. Repito: são dois pesos e duas medidas. Deu pra entender agora?
Joel não há nenhuma restrição a uma lei proposta por um cristão, ateu, brâmane, hindu, etc. Mas o objetivo da lei não pode ser impor um dogma ou tabu religioso à sociedade. Se o cristão não concorda com a homossexualidade, sabe-se lá por quê, que não a pratique. Mas não pode transformar a homossexualidade em crime, obviamente. Essa é a discussão. Então, é fundamental entender as preocupações das diferentes crenças, e mediar as mesmas, mas Estado laico é o que é.
Porque só existe uma única verdade, Fernando. Se Deus é a verdade, Ele não criaria uma confusão, com cada pessoa tendo um conceito de verdade particular e personalizado. Isso é o caos. Qualquer pessoa com o mÃnimo de bom senso concordará que em um mundo civilizado há de ter códigos e leis gerais e universais aplicados a todos, indistintamente. Se o homem acha as leis que ele próprio criou boas, por que as criadas por Deus seriam piores? O problema é que o homem não reconhece sua insignificância.
Joel, a religião é, basicamente, uma opção pessoal. Salva-se a alma de quem crê e quer ser salvo. Não cabe ao crente impor seus valores à sociedade por meio de leis. De novo, isso é teocracia. Qual a sua reação se fossem valores de religiões não cristãs impostas à sociedade? E o mundo evolui. Estamos na cid 11. P q tanta preocupação com a sexualidade alheia? Cada um cuide da sua, não?
Em geral, toda norma é restritiva de direitos, André. Freud pontuou: "Civilização é renúncia." Só pelo fato de uma lei ser de autoria de um cristão e refletir sua visão ética, deve ser rejeitada de plano? Se um secular fizer o mesmo, a restrição contida na norma de sua autoria deve ser respeitada pelo cristão "incontinenti"? Isso é fazer uso de dois pesos e duas medidas, expressão de origem bÃblica, por sinal: "Deuteronômio 25:13 - Na tua bolsa não terás pesos diversos, um grande e um pequeno."
O problema, André, é que os não religiosos e ateus enxergam a opção religiosa como se fosse a liberdade de ser sócio de um clube ou associação. A religião não diz respeito unicamente à vida e às necessidades seculares: ela se preocupa com o mundo vindouro. Com a salvação da alma. Por isso a preocupação dos cristãos com o aborto e as orientações sexuais. Até o CID-9 a homossexualidade era classificada como doença. É pueril pensar que o mundo começou com a revolução de contracultura dos anos 1960.
Sim, Joel, mas quem falou em abolir religiões? O ponto são os espaços de atuação - o da fé não se confunde com o espaço social do Estado. Quem não quer lidar com aborto, se preocupa com o brioco alheio, cabelo, saia, comer carne ou não, etc - que exerça esses valores para si. Sem problemas. Deve ter toda a liberdade para isso. Apenas não imponha esse valores a quem não professa essa fé (ou nenhuma fé).
André, desde que o mundo é mundo é assim: todas as sociedades e culturas sempre subsistiram à base de preceitos religiosos. Todas, sem exceção. Sempre a ordem jurÃdica dos povos do mundo foi calcado na religião. Era teocrático. Foi a teocracia que nos trouxe até aqui. Das tribos da Polinésia, passando pelos maias e astecas, Ãndia, China, Japão, até os grandes berços da civilização: Suméria, Egito, Grécia e Roma.
Caro André, o simples fato de que no passado usaram a religião para cometer barbaridades não implica necessariamente que as religiões devam ser abolidas ou tratadas com restrições. Pelo contrário: isso as legitima como caminho para o bem. Os malandros, picaretas e estelionatários sempre usam métodos e sistemas que aparentam honestidade e licitude para enganar incautos e parecerem que são do bem. É o velho esquema de lobos em pele de cordeiro. Não vejo dificuldade em perceber isso.
Caro André, os fiéis devem professar suas crenças além do seu espaço. Os valores cristãos não são inferiores a valores laicos. Toda a escala de valores morais inscrita no ordenamento jurÃdico dos Estados de Direito modernos são calcadas na moral cristã.Toda proposta para inserir em um grupo social uma pauta ética tem que ter origem transcendente. Yuval Harare, ateu, já reconheceu: "o humanismo não está baseado em evidências, não está nas leis da natureza ou no DNA."
Na democracia, uma das funções do governo é mediar interesses conflitantes entre grupos. Não são os evangélicos que querem impor sua ética sexual aos que não seguem sua doutrina, mas ativistas que querem punir evangélicos por crerem que a homossexualidade pode ser perdoada e abandonada. Muito antes do lobby gay, os homossexuais se convertiam nas igrejas e passavam a ter uma vida diferente.
Quando evangélicos não forem uma maioria relevante, veremos projetos de lei de esquerda visando a proteção das ovelhas e seus pastores para "preservar sua cultura", como os indÃgenas em suas reservas, onde não há diálogo, somente um sentimento de compaixão para com aqueles povos com ideias tão diferentes e originais, que não permitem que a ética discursiva seja praticada, pois torna-los mais racionais seria uma colonização do ocidente sobre as pobres culturas primitivas que já estavam ali.
Mesmo que seja só dominação, é um conjunto de ideias que serve como diretriz para a vida de muitas pessoas. Não querer dialogar e somente ataca-los é considerar como menos racionais, portanto menos humanos, primitivos, os que, como um grande número, podem mudar o rumo de um paÃs fazendo polÃtica ativa ou passivamente. Seria neo-colonialismo se eles fossem minoria, por isso a ironia.
Uma coisa eh cultura que da identidade a um povo, outra coisa é o neopentecostalismo baseado em crenças, que não é cultura, eh dominação. Não existe uma cultura primitiva, isso é neo-colonialismo.
Não há dúvida, carÃssimo, de que a ciência é mais humana do que gostaria de sê-lo, sujeita a paixões que não fazem parte do método; certamente, contudo, é um ambiente de franca disputa de teses, muito mais objetivo do que o ambiente religioso. Evidente que a escola é um terreno no qual os valores importam, mas a captura de todo o imaginário evangélico por certas questões, isso eu não sei se é "natural": valores como compaixão e tolerância tão esquecidos do lado evangélico do balcão. Tá deformado
Debate sobre gênero? Nas escolas? Deveria falar com os professores, pois inque se debate é o respeito a diversidade em todos os espectros.
Não discuto como se deve lidar com a situação, apenas constato que quando reivindicações religiosas saem da vida privada e vira assunto de polÃtica, há um claro sinal de que o paÃs ainda vive antes do século dezoito. Os valores iluministas, algo básico para uma civilização moderna, não chegaram ainda neste paÃs. Tenho pena de qualquer povo que ainda não transformou igrejas em museus ou prédios históricos.
A politização da religião é um sinal de seu enfraquecimento, assim como o é a mistificação da polÃtica.
Excelente texto. Os comentários confirmam o autor: a intolerância é caracterÃstica não apenas dos criticáveis religiosos pentecostais, mas também de boa parte de seus criticos bacanas de classe média. Estes se julgam superiores, esclarecidos, racionais, mas essa presunção é apenas a velha intolerância de quem se julga superior. Lhes falta justamente a reflexão compartilhada pelo autor, neste caso, com base em grandes autores da antropologia.
Comentários não são intolerantes, são parte do debate. O problema dos neopentecostais é a presunção de ser o portador da verdade. A ciência sabe que o conhecimento é provisório, que novas teorias vão suplantar o conhecimento atual.
Este foi um dos textos mais sem pé nem cabeça que já li na Folha.
Fiquei confusa. O colunista significa preconceitos e intolerância nomeando-os valores? Que tipo de cristianismo professa uma gente que apoia um admirador de tortura, armas e espalhador de ódio? Que valores são esses?
O protestantismo não é um pacote fechado, mas um movimento de pluralismo e diversidade. A ética sexual é um valor cristão, e a maioria dos evangélicos concorda que o relacionamento sexual é restrito a um homem e uma mulher unidos pelo compromisso do casamento.
Apologia da ignorância. De onde saiu esse cara?
O que é ignorância? Reconhecer que órgãos genitais, cromossomos e hormônios moldam o ser e o comportamento de uma pessoa ao ponto de ela buscar a comunhão sexual com outro ser humano de sexo diferente, e que esse intercurso tem potencial reprodutivo? Isso é biologia.
Se a discussão sobre usar azul ou rosa é relevante para os evangélicos azar deles. Por que terÃamos que nos curvar ao que consideramos anacrônico, para garantir que não votarão no Bozo na próxima eleição? Faça me o favor!
As discussões sobre comportamento sexual não são exclusividade da religião. Doenças sexualmente transmissÃveis, gravidez na adolescência, tráfico sexual, abuso, incesto, prostituição, divórcio e abandono são problemas que afetam a todos, e um código de ética sexual previne tudo isso.
Foi com muita sede ao pote mas não dá pra ligar os pontos direito com o estofo conceitual oferecido pelo texto. Se o viés escolhido fosse o quão carregado de heteronormatividade é o debate sobre azul e rosa outras abordagens sobre o posicionamento dos evangélicos poderiam ter seu lugar iluminado na plateia. O que importa para os evangélicos é reafirmar uma leitura heteronormativa do mundo facilitando assim a vida dos preconceituosos. Simples assim. Sem muitas voltas.
A homossexualidade, por conta de sua modalidade estéril, compromete o futuro da humanidade. A transexualidade é uma estranha rejeição própria que me espanta não ser classificada como uma neurose. A redesignação sexual não passa de amputação de órgãos saudáveis. Isso é o óbvio. Por que tanta gente quer censurar o óbvio? É preconceito?
Foi com muita sede ao pote mas não dá pra ligar os pontos direito com o estofo conceitual oferecido pelo texto. Se o viés escolhido fosse o quão carregado de heteronormatividade é o debate sobre azul e rosa outras abordagens sobre o posicionamento dos evangélicos poseriam ter seu lugar iluminado na plateia. O que importa para os evangélicos é reafirmar uma leitura heteronormativa do mundo facilitando assim a vida dos preconceituosos. Simples assim. Sem muitas voltas.
Concordo 100%: um diálogo já difÃcil, por partir de premissas muito diferentes, se torna impossÃvel porque é muito tentador associar a crença à ignorância. Mas é um erro tomar esta posição, e é contraproducente: sem entender por que a questão de gênero e a do pecado lhe são importantes, não entendo o crente e não consigo que ele enxergue os pontos de que ele não discordaria, se melhor explicados. DaÃ, sem quem lhe mostre outras visões, ele abraçará sua figura de autoridade. E, daÃ, Bozo. Fim.
Esse jornal tem um grande passado pela frente. Só faltava essa, pregar o retorno à Idade Média.
O circo da extrema direita, desde os primórdios no RJ, reservou um lugar especial para este imenso grupo de devotos e alucinados seguidores. Neste circo, a falsa cristandade adora flamular as bandeiras do lema Deus,Pátria, Familia, igualmente falso...Só não vê, quem não quer..
O colunista afirma que, para entendermos a mente dos evangélicos, há necessidade de desprezarmos a racionalidade cientÃfica ocidental. Longe de abrir o diálogo, ele acaba por reforçar preconceitos, pois a racionalidade cientÃfica é a principal responsável pelos nossos avanços civilizatórios. Não podemos renunciar a ela, mas sim utilizá-la como patamar mÃnimo para construção de consensos.
DifÃcil de acreditar. Que este metaverso exista. Que perrengue. Mas qual o verdadeiro preceito mesmo?
Evangélicos não são apenas os que usam a BÃblia como ornamento debaixo do braço . todos os cristãos são evangélicos
perguntar não ofende ; "o que são evangélicos ? " Resp- São todos os cristãos pois aceitam o Evangelho de Jesus Cristo .
O que o colunista esquece ou finge desconhecer é que se cedermos numa discussão bobinha sobre cores, daqui a pouco decidirão o que podemos ouvir, vestir, ler... Ou não foi assim no estado islâmico?
Primeiro, o islamismo sunita é bem descentralizado, não tem aiatolá nos paÃses sunitas. Os evangélicos são *descentralizados* no Brasil pq todos os empresários da fé querem ganhar o seu dinheiro e no fundo todos sabem que os competidores são vigaristas. Mas a reforma de Calvino prova que é totalmente possÃvel conciliar o fanatismo evangélico com autoritarismo e teocracia.
Existe uma grande diferença entre uma religião hegemônica e teocrática como o islã, que se fanatiza, e uma doutrina pluralista, minoritária e descentralizada como a evangélica. Quem seria o aiatolá gospel do Brasil? Qualquer sugestão não teria mais que um por cento de apoio entre os próprios evangélicos. Não existe consenso sobre quase nada entre os crentes.
A irracionalidade tem limite, fui evangélica de corpo e alma, até o "movimento evangelico" se entregar ao Bolsonarismo, Jesus nunca foi de extrema direita, creio que Ele seja Apartidário, creio que Jesus seja à favor da reforma agrária, distribuição de renda! Doa direitos das mulheres e das minorias, a extrema direita se apropriou (grilou) o discurso da "liberdade" em todos os sentidos inclusive a liberdade defendida por Crsito. Eu defendo a reintegração de posse deste e de outros discursos esse
A politização da fé é a ruÃna da religião, assim como a mistificação da polÃtica é a sua decadência.
Dedo no'zóio! Boa, Renata.
A laicidade do Estado é a grande questão que se coloca. Assim, o espaço público LAICO para formação, como as escolas e universidades, já foi garantido legal e democraticamente. É disso que se trata, em princÃpio. O direito de professar qualquer religião tb está garantido, em espaços próprios (jamais impondo uma moral única como polÃtica de Estado ou inviabilizando uma formação cidadã pluralista). É isso que está sendo tensionado e passa a ferir princÃpios constitucionais, por exemplo.
A fé não se restringe a espaços. A espiritualidade acompanha a pessoa no que ela faz. E é bom lembrar que o pluralismo é uma contribuição do protestantismo.
O erro da colunista é equiparar o preconceito e o pânico moral com um discurso minimamente sólido sobre polÃticas públicas. Não é que a esquerda despreze ou se feche ao diálogo, mas sim que são dilemas inventados e supostos "problemas" sem qualquer anteparo na realidade empÃrica. Ou seja, é de fato irrelevante e bizantino o debate sobre azul e rosa.
Existem preconceitos em ambos os lados da guerra cultural. Por exemplo, é um tabu associar a homossexualidade à prostituição e a doenças infectocontagiosas e mentais, mesmo que essa relação seja um tema para estudo; assim como reconhecer que cirurgias de redesignação sexual são amputação de órgãos saudáveis, o que é um contrassenso.
A dialetica hegeliana nao se aplica a Biblia, pois ela suprassume az afirmações dela, ponfo fim. De toda forma não podemos esquecer o conselho de que slgo deve ser debatido a partir de sua concepção imanente.
Daniel, a forma adequada da leitura da Biblia é sim a literal. Falar em generos literários é introduzir uma forma estranha a Biblia, criavao de literatos ou da literatura. Os profetas não afirmaram isso. A teologia dos antigos, principalmente Santo Agostinho, ja é uma proposta de interpretacao, interpretação essa filosofica. Tambem estranha a Biblia. Falsr em binario é falar em nads, é categoria vazia da moda. Ou temps paradoxo ou dialetica.
Chega de passada de pano para preconceitos. Os *valores* que este colunista defende são simplesmente a desumanização das minorias.
Não. Só merece respeito quem respeita os outros. É só merece ser preservado quem faz o bem, não quem faz o mal.
Não são os evangélicos uma minoria que merece ser respeitada e preservada?
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
Busca
De que você precisa?
Fale com o Agora
Tire suas dúvidas, mande sua reclamação e fale com a redação.
Juliano Spyer > Por que o debate sobre azul ou rosa importa para evangélicos? Voltar
Comente este texto