Reinaldo José Lopes > Cleópatra e as cores do Egito Voltar
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Quando vc é norte americano e não entende nada de geografia africana, nunca estudou isso, mas mesmo assim quer fazer uma série sobre, muito similar ao vestido tigrado da Beyoncé. A ignorância americana sobre a Ãfrica é hilária
1.1.Achei o artigo do autor uma pérola.PoderÃamos ter (e.g.) samurais do xogunato dos Tokugawa sendo representados por atores negros?Na minha opinião sem problemas, só que não tem nenhuma semelhança, a mais remota possÃvel,com essa dinastia, espaço temporal, geográfico ou caracterÃsticas fenotÃpicas, ou culturais que pudessem dar margem para o matching de atuação e história. Bem, todos eles compartilham alto nÃvel genômico é verdade. Entretanto, a representação é histórica, não ficcional.
1.2. Se o próprio Egito se manifestou a respeito, nossos justiceiros acham que devido à grande incerteza sobre a ancestralidade da Rainha do Egito, onde mesmo nas universidades e estudos (genômicos) ela tinha pele branca e traços helênicos, não seria nada demais ter uma representação negra, em nome da diversidade. Representar, a Rainha, como ruiva e de pele branca seria uma heresia...afinal é um paÃs africano.
1.3. Essa última possibilidade é a que é representada nos afrescos de Pompeia e Herculano. Por fim, ser “pardo”, não significar ser “negro”, como está implÃcito. Mamelucos, cafuzos ou mulatos, tem diferentes graus de ancestralidade europeia, africana e amerÃndia. Naturalmente, servem ao tal lugar de fala (sic) de movimentos neoracialistas, para engrossar estatÃsticas bem problemáticas (no mÃnimo) sobre o Brasil, um paÃs mestiço (de acordo com o lugar de fala da biologia).
A situação é a seguinte. Não é nosso "lugar de fala" falar sobre etnias do Egito e acabou o assunto. Não é assim que acontece por aqui? Não se é cobrado de todos que se chegue mais próximo da realidade em termos de etnia quando se quer retratar uma história verdadeira? Primeiro erro: escalar uma britânica para um papel que não serve pra ela (existem atrizes egÃpcias.Segundo erro: errar a etnia. Terceiro erro: achar que se é mulher e negra poder entrar em contradição com os dois primeiros erros.
Aqui em casa somos gratos ao streaming (Netflix em especial) pela variedade de culturas que pudemos apreciar através de filmes e séries. Não tÃnhamos acesso como agora a tanta diversidade. Argentinos, chilenos, colombianos, mexicanos, israelenses, turcos, indianos, coreanos e japoneses dentre muitos outros nos enriqueceram culturalmente. Pudemos ver o quanto eles são diferentes e parecidos com a gente. Gratos pela humanização.
Não vejo esse alvoroço nem alarido quando um ator loiro de olhos azuis interpreta, eu disse interpreta, Jesus. Cristo, um homem nascido no Oriente Médio, provavelmente, teria pele morena e cabelos pretos. Então, por que uma atriz negra, independente da cor da pele de Cleópatra, não poderia representá-la? Isso se não fosse, lamentávelmente, trágico, seria risÃvel.
O mais importante de tudo é que hoje o demônio idealuzado é branco, hétero, ocidental e homem 'cis'. Todos os demais são humanidade perfeita.
Meu comentário anterior quer dizer que cada sociedade em sua época produz critérios de classificação social. Por isso mesmo nossos parâmetros são insuficientes para julgá-los. História não é tribunal do passado.
Se ela era descendente de Ptolomeu, então onde mora a controvérsia?
Mariguella era negro?
De fato, o mundo da rainha pode até ter sido mais complicado, mas se ela era helênica então helênica ela era
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