Hélio Schwartsman > Essencialmente nazista Voltar
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Oh Hélio. Daria para você comentar, pelo menos de vez em quando, um assunto baseado em livro com edição em português?
Sair na frente tem dessas coisas.
Isto depende dos editores, não do articulista.
10 anos escrevendo textos elogiosos ao nazismo e a Hitler já não eram suficientes? Depois da guerra, ignorou conselhos de amigos e nunca escreveu qualquer pedido de desculpa ou palavra q renegasse o nazismo. Sem a publicação do caderno negro ainda haveria dúvida?Vejamos: Nietzsche integrou grupos militantes contra o fim da escravidão, escreveu a autoridades e a amigos recomendando escravismo na Alemanha, todos seus livros condenam a abolição como uma artificialidade moderna. É pouco? dúvidas?
Poi Zé, Paulo, à s vezes a coisa fica complicada. Se a obra é brilhante, mas odienta - há congruência entre autor e obra - é mais fácil. Todavia, se não há - porque o horripilante não é objeto da obra do sujeito, está reduzido ao seu comportamento, e não atinge as idéias que expressa, é delicado. O Elomar é mesmo conservador (quase gargalhei com "as mudernagens", é muito Elomar, isso) mas e a beleza da obra? O MaurÃcio Maestro, que tornou impossivel ao Boca Livre continuar? É doloroso, me dói.
Hélio Schwartsman, te acompanhei por muito tempo. Um jornalista diferenciado. Considerei-o; divulguei-o. Infelizmente esbarro com uma ma situação de despedida. Um outro Hélio, um articulista comum e com aquele odor insuportável de um jornalismo sensacionalista e apequenado até nas suas tendenciosidades. Sim, bye bye.
E pensar que este sujeito foi o grande amor de uma das mais importantes vozes de luta contra o Nazismo, Hannah Arendt. Ah, a vida!
Arendt não chegou a ler os cadernos negros.
E continuaram amigos após a segunda guerra mundial. Os cadernos negros ficaram em sigilo por cinquenta anos. Um ser desprezÃvel.
Li o tÃtulo e corri ao texto. O tÃtulo prometia novidades acerca das posições ideológicas de Heidegger. O texto não só não apresenta nada de novo, como também é fraco, vazio, bobo. A Folha vai mal com esses articulista de segunda linha.
Se há veracidade nas informações do livro de Richard Wolin sobre Heidegger, não resta dúvida que a Ãndole nazista do filosofo influenciou suas ideias filosóficas. Ou alguém duvida que a neutralidade absoluta não existe na vida real dos seres humanos? Mesmo os menos instruÃdos tem uma maneira de olhar o mundo, e isso influência suas ideias e ações.
Desde quando livro prova ou reprova qualquer coisa? Papel aceita tudo. Dar como verdade o que está nesses livros é muita ingenuidade.
Fiquei sabendo que o indiano que inventou o zero era uma má pessoa, acho devemos parar de utilizar o zero desde já. Daria nota 1 para profundidade do texto do colunista, que associou validade de conceitos a personalidade do criador.
Mais um motivo para distinguir a produção intelectual do lado pessoal de figuras Heidegger. Boa parte delas não passaria nos crivos morais da sua própria época, quiçá nos dias de hoje, fora não possuÃrem nenhum controle sobre o impacto ou a forma como suas obras são utilizadas. Separar essas duas variáveis é um exercÃcio de maturidade impossÃvel para a parte estridente da sociedade. Sempre é mais fácil queimar ou mutilar livros e cancelar obras e seus autores do que exercitar a reflexão.
Alguém leu, refletiu, leu resenhas de estudiosos sobre o livro Heidegger em Ruinas que acabou de ser lançado, além da matéria publicada pelo Hélio sobre o livro? Eu ainda não li, e se o tema tiver algum interesse para mim irei ler. Só assim poderei fazer algum comentário, porque o Hélio tem a sua perspectiva de leitura, que talvez não seja a minha. A reflexão individualizada implica na busca de uma autonomia, ao contrário de uma adesão por empatia. Essa forma de proceder evita muitos equÃvocos
Caro Rafael, excelente comentário. No meu caso, leio e acompanho a obra de Nietzsche, que até hoje é considerado ideólogo do nazismo. Nietzsche se tornou um pensador da moda, deturpado, com frases fora do contexto, enfim odiado e amado, o que acarreta uma profunda superficialidade de seu pensamento. Neste caso temos três intelectuais que são decisivos, para quem está realmente interessado em conhecer o pensamento de Nietzsche: Scarlett Marton, Oswaldo Gacóia e Roberto Machado. Abraço.
De acordo. Podemos lembrar de outros apoios difÃceis de explicar. Miguel de Unamuno, filósofo espanhol e reitor em Salamanca, apoiou inicialmente a revolta militar que culminou com a Guerra Civil Espanhola e a ditadura de Franco. Depois voltou atrás quando percebeu a realidade.
Reinaldo, o colega Rafael, abaixo, fez menção a um texto desta folha, bem bom, mas que não sei se te atende. Procure pela autora no campo de buscas, no topo de qualquer artigo aqui da folha.
É perturbador descobrir que o buraco negro do hitlerismo enfeitiçou e sugou uma nação quase inteira, inclusive intelectuais, para o total "vernichtung" de seus alvos e deles próprios. Goebbels já sabia há 90 anos que nada melhor que dois ingredientes básicos para mover multidões: o ódio e a mentira. Alguma semelhança com figuras abjetas de nossa atualidade??
Mais um crÃtico de defuntos. Tá na moda.
Data vênia do ilustre articulista. Filósofo só o é aquele que busca a verdade, a Ética, a Liberdade, a Justiça e combate a ignorância, o obscurantismo e preconceito, a dominação do homem pelo homem, as guerras e outros atos irracionais que infelicitam a humanidade. Que Deus nos ilumine a todos e abraços fraternos em agnósticos e ateus! Namastê!
E ilustrado articulista, registre-se, um dos mais brilhantes e enciclopédicos dentre os jornalistas da atualidade. Namastê!
Agoara a obra dele não tem nada a ver com o nazismo. A sua proposta de uma nova metafÃsica para superar a dos escolásticos, remete a um conceito de liberdade radical que destoa do movimento polÃtico. Diferentemente de Hans Kelsen, que na Teoria Pura do Direito estabelece ser legÃtimo que um governo escolha um grupo de pessoas que não podem participar da sociedade e podem ter legislações que o incriminam e persigam e contraditoriamente Hans Kelsen era judeu. Esse tem notÃcias que se retratou.
Costumo mostrar para meus estudantes coisas das quais eu não gosto, justamente para que conheçam as múltiplas faces de um assunto. Outro dia mesmo mostrei um vÃdeo que esculhambava Bolivar, dizendo que era uma criança má para no fim de contas fazer a apologia nostálgica do colonialismo espanhol.
Esta censura folhotrônica, como toda censura é imprevisÃvel.
O amigo que me desculpe a eventual duplicidade do comentário: jogaram-no no Fal-de-Arara e só depois foi que lembrei que eu havia mencionado o Cccrriolo. Não pode, temos que mudar o nome do artista pra Afro-brasileiro, no máximo Mmmuulato. Tão preto assim, Cccrriolo mêmo, a phôia não aceita. Daqui a pouco, nóis tem que escrever Mussum com ç. É Soda pacarái.
Poi Zé, carÃssimo, o Sérgio Reis é outro, né? Continua relevante, ainda que com a pecha de bocó. A Regina Duarte, que de bocó nada tem, conquistou a antipatia generalizada dos BÃpedes, por sua "luta" publicitária continuada. Caras como o Cccrriolo e o Emicida, artistas cuja obra tem densidade polÃtica, poderiam perder "relevância" com uma bozificada. Os demais, perdem nada, eventualmente público; não creio que ganhem mais do que antipatia generalizada.
Poi Zé, carÃssimo, o Sérgio Reis é outro, né? Continua relevante, ainda que com a pecha de bbboocó. A Regina Duarte, que de boba nada tem, conquistou a antipatia generalizada dos BÃpedes, por sua "luta" publicitária continuada. Caras como o Criolo e o Emicida, artistas cuja obra tem densidade polÃtica, poderiam perder "relevância" com uma bozificada. Os demais, perdem nada, eventualmente público; não creio que ganhem mais do que antipatias.
Ele escreveu a "Carta sobre o humanismo", que para muitos foi uma retratação indireta da sua participação no nazismo. Na verdade, nunca declarou arrependimento publicamente, nem diretamente, segundo nos chega o noticiário.
Óia, Hélio, eu também vou mais nessa sua direção, com certos limites. "Cancelar" é termo vasto, né? Assim como a "relevância" de uma obra: não sei como algo relevante deixe de sê-lo porque seu autor sustentou idéias odiosas. Pode perder espaço, pode haver descrédito em pontos especÃficos - em uma obra filosófica, pode ser. Mas e na arte? O Elomar Figueira de Melo, genial compositor e violonista baiano, não ficou um milÃmetro menos relevante porque bozofrenizou.
Com Heidegger a coisa é pior: os escritos da década de 30 são odes constrangedoras ao terceiro reich e ao fuhrer (as analises sobre o Estado e tals). A relevância da obra permanece, mas permanece com tudo dentro kkkk (com reacionarismo, racismo....com tudo) afinal, retocar ou ignorar esses aspectos desagradáveis é tão saca-na quanto cancelar, não? Nelson Rodrigues era Fluminense, olha q coisa!....tem 5 dias que não leio outra coisa kkkk nelson tbm tinha um nojinho de pobre, mas tricolor é demais
Elomar sempre foi bastante conservador, em alguns aspectos até mesmo reacionário. Um gênio da musica brasileira, mas quem já esteve em suas apresentações (ele não gosta que chamem de show, não permite fotos, já o vi ameaçando abandonar o palco por birra "das modernagens"), quem já desistiu do dicionário ao tentar entender trechos de suas letras não se surpreendeu com suas declarações e sabe se suas inclinações polÃticas.
Sérgio Reis não deixa de ter valor como um divulgador nos grandes centros de geniais obras caipiras porque financia o ex-presidente que voltou da Florida.
Na minha opinião esse caso é uma demonstração que não é possÃvel separar razão, emoção e intuição. Nem sempre a consciência é capaz de higienizar o que vem das entranhas, mesmo quando ela é diferenciada em capacidades. Outro ponto, a ironia é ferramenta da filosofia desde Sócrates e serve para acessar o mundo comum das pessoas e quebrá-lo como casca de ovo. Infelizmente isso é também usado para o mal. Não é por acaso que muitos filósofos causam desconfiança de envolvimento com o Nazismo.
É preciso contextualizar antes de julgar a obra (tese/ensaio) de um "Pensador". E, ainda assim, é essencial discernir entre criatividade e ética. Então... O que você pretendeu com esse seu esboço, Schwartsman? É justificativa ou rendição? Na próxima semana você vai completar o seu raciocÃnio? O que te aflige? Dilema ético?
Pois eh Helio, eh dificil mas, mal carater e genialidade as vezes vao juntos. O exemplo mais recente (mas nem tanto) eh o de Erwing Shrodinger, um dois pais da mecanica quantica. Desculpe a falta de acentos.
Ahhh, Vicente, mas o shrodinger conta com imenso apoio da sociedade protetora dos animais; o gato de seu paradoxo poderia estar morto, mas ele o salvou. E as crianças podem cantar uma versão atualizada da velha cantiga, na qual atiram o pau no gato e ele nem passou perto de morrer: tanto pau quanto o gato estavam/não estavam no lugar esperado. Com a versão quântica da cantiga, o fÃsico ficou até mais relevante do que era! Hahahahah!
Em 1994, quando Lula perdeu para FHC, ele criou o inusitado governo paralelo. Acabou dando certo... Ele virou presidente em 2002. Juan Guaidó tentou, se autoproclamando presidente na Venezuela. Se deu mal e foi parar na Colômbia, de onde foi escorraçado. Eu inventei a coluna paralela... sÃntese não é o meu forte em tempos de tik toks e tweets.
Queria responder teu texto, mas caà na censura folhesca.
Dois pontinhos: a ideia do governo paralelo surgiu em 1989, após a derrota para Collor. Por outro lado não se tratava de um governo efetivo, mas sim de um gabinente que acompanharia as medidas do governo para sugerir alternativas. Nada a ver com derrubar o presidente eleito. Foi uma oa ideia, que ccomo costuma acontecer caiu no vazio.
Caro Schwartsman, Juliana Albuquerque abordo este tema (não o livro citado) em sua última coluna: "Como lidar com autores fundamentais, mas de comportamento reprovável?" Então reproduzo aqui o mesmo comentário que fiz na coluna de Juliana. Segue:
Ôôô, Rafael, grato pela dica do artigo, não o havia visto.
"Ou seja, não devemos nos comportar com relação a esses autores como se houvéssemos sido seduzidos pelo seu brilhantismo e, consequentemente, perdido a nossa autonomia de pensamento." É isso! Vargas Llosa (nobel de literatura) manifestou seu apoio à quele q ele classificou de palhaço... para presidente do Brasil. DifÃcil aceitar q o peruano queira q o nosso paÃs seja circo. Nunca o li, talvez leia. O problema é esta mania humana de idolatrar. A idolatria pode ser o cume do precipÃcio. (Sigo)
Para quem idolatra e ou para quem se elegeu como Ãdolo.
Ainda, quando tenho tempo, prefiro reler Nietzsche, que, apesar de não ter tido tempo de ser nazista, era "loucamente" genial.
Mas o hitler o deturpou em benefÃcio próprio com o apoio da irmã do Nietzsche.
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