Lygia Maria > Militância sem graça Voltar
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O humor do passado era sexistas , Didi e Dedé disputavam as boazudas e muçu era o cara do meh para as nossas crianças. Jo Soares e Chico Anisio recorriam a homofobia. Costinha esfregava o ventre pra dizer que a empregada não devia esquecer o bom brill. Tudo bem se joke was not me?
A ironia é a arma do sábio, já disse alguém na Antiguidade.
Mulheres bolsonaristas acham graça de serem resultado de "fraquejadas" do pai-home-bolsonaro?
Quer coisa mais mal humorada do que a direita, principalmente a nazibozoloide?
Não, não quero, Zé, mas não havia reparado. Devo reconhecer que, ao menos em suas manifestações públicas, a carranca e o azedume são mêmo bastante caracterÃsticas...
Uma coisa é o humor inteligente de um Casseta e Planeta. Outra coisa é a ignorância sem graça que prevalece nos humoristas de hoje.
Jura que você achava o humor do casseta inteligente. Aqui e ali apareciam algumas piadas boas, mas dizer que seu Cleyson era humor inteligente é demais. Engraçado por ser tosco, mas não muito inteligente.
Não é apenas contra o humor, é contra o pensamento diferente. Há cinco anos fui contra uma greve de minha categoria profissional. Fui ameaçado e caçado para ser agredido dentro da empresa por um grupo de militantes. Um sindicalista foi ao RH exigir a minha demissão. Foi a primeira vez que vi sindicalista exigir demissão de trabalhador. Assim caminha a humanidade.
Nesse mundo insÃpido que estão criando, todos os humoristas da minha juventude seriam cancelados , demitidos e perderiam seu sustento para sempre. Renato Aragão, Mussum, Costinha e Bussunda seriam até mesmo processados criminalmente. E até O Pasquim, jornal humorÃstico de esquerda que o regime militar teve que tolerar, seria fechado pela juventude progressista de hoje. Alguns dos comentários feitos contra a presente articulista vão neste sentido: cancelar e banir da Folha a autora desta coluna.
Xará, prezado, não se pode dizer que a Lygia seja bem-humorada em seus artigos...
Na verdade, dona colunista, a senhora pensa assim porque pimenta no olho do outro não arde. Quando a pimenta fizer arder o seu próprio olho, a senhora muda de opinião.
Não muda não. Rir de si mesmo é sinal de inteligência. Vi o Delfim Neto (má pessoa, mas de bom humor) exibir com orgulho a capa do Pasquim onde era sacaneado. Concordo com a colunista que passaram do ponto e tá ficando chato. Da necessária eliminação das piadas racistas e homofóbicas a eliminação de quase todo humor foi um pulo.
Alguém já disse que humor genuÃno é saber rir de si mesmo; eu acrescentaria, ou saber rir do outro sem diminui-lo, quase que com afirmação e compaixão. Se os que advogam poder rir de minorias já discriminadas souberem como fazê-lo, tudo bem; na grande maioria dos casos, porém, não sabem. Além disso, há tanto material de riso nas maiorias ou minorias com poder: por que perder tempo com os demais?
Bons exemplos aqui na FSP mesmo: Antonio Prata e Ricardo Pereira - sabem pensar e rir e fazer rir e pensar sem diminuir nada ou ninguém...
Só não creio no mito do mercado livre.
Moça, é preciso muito mais que almanaque de liberalismo para escrever sobre o assunto. Tenha dó folha. Mais um colunista na lista dos não ler.
O que ela parece ter tentado dizer é justamente isso: não é porque você não gostou do artigo que o autor deve ser demitido e impedido de exercer sua profissão.
Se idenficou, hein?
Você usa muito de sarcasmo e ironia e escreve objetivo e bem, deve estar falando acerca de si próprio. Seu artigo aqui é sensato , muito diferente das várias postagens que faz no Twitter, onde obviamente , quer aceite ou não , tem alvo predileto e segundas intenções sim . Se está pensando naquele público de lá quando escreve, está sendo ingênua ou fazendo humor . De resto , casseta e planeta , que eu adorava ,podia ter vários detratores também , não havia era mÃdia social para checarmos .
Xiiiiiii, prezada, vespeiro: eu não tiro a razão de quem se sente ofendido - eu não passei a vida brigando por ser diminuÃdo por ser mulher, guei ou preto, então não vou dizer que é irrelevante. No que me toca, só sou alvo através da "aeroporto de mosca" e os "quatro zóio" - ah, sou "comunista" - e não me incomodam as piadas. Defendo a tolerância para com o humor, que as pessoas saibam rir de si, de suas condições, de suas manias, idiossincrasias e hidiotices. Pena que não aconteça sempre.
Uma das melhores coisas que tenho, repleta de amor, é uma edição em três volumes, em formatão, do "melhor do Pasquim". É tão deliciosamente hilária que volto anualmente aos livrões. Aliás, José, foi você que lembrou hoje do Bode Orellana?
Ei Beni, sem dúvida o melhor humor era do Pasquim. Com inteligência e muita irreverência, ao mesmo tempo que faziam piadas massacravam a ditadura asquerosa. Fizeram os gorilas perderem as estribeira, pegaram uma "gripe" de dois meses! Na prisão, nossos heróis nunca choraram e nem falaram em suicÃdio!
Na verdade, quase nunca, Marcos. É fato observável que, com raras exceções, todos os que se especializam em rir dos outros não sabem rir de si próprios. Saber rir de si é virtude rara...
Fico pensando nas "proibições" de fantasias no canaval. Supostos representantes de profissões e indÃgenas dizendo algo como "minha profissão não é uma fantasia" e "minha origem não é uma fantasia". Como todas as fantasias tem alguma origem na realidade, daria para proibir qualquer coisa, não? Basta UM do grupo representado na brincadeira não... levar na brincadeira e vira estigma? Se tudo, absolutamente tudo, é tratado com reverência, fica impossÃvel e irreverência - e, portanto, o humor.
* têm
Cara Lygia, no governo carrancudo e semianalfabeto que já é passado, topamos uma única vez com uma tentativa de se fazer humor, foi quando ele rimou cloroquina com tubaÃna. Só ele riu!
Mmmmm... Lembro-me de dois mistos de hilaridade e raiva: do ridÃculo da dancinha do funk do MCreaça, no barco (que fineza presidencial...) e a piadinha do "preto de não sei quantas arrobas", que causou risadinhas na hebraica. Mas o Bozo, caro Hélio, é um desses casos limÃtrofes, né? A gente dá o desconto concedido à s criancinhas - sempre lembrando de que a luta pela redução da maioridade penal é pauta reaça.
John Cleese, que integrou o antigo Monty Python, tem uma conhecida manifestação sobre este fato. A Vida de Brian hoje teria vida curta, como os sketches e outros filmes. Muito dessa falta de humor é herdada do puritanismo estadunidense, local de nascimento dessa onda. Descendem daqueles puritanos que proibiram Skakespeare, antes de serem tocados para o outro lado do oceano. Às vezes me parece que há algum bloqueio, dificuldade de percepção gramatical, falta de senso de realidade.
Verdade. Nesses tempos de cólera, precisamos mais ainda do humor. Só que ele realmente tem uma face transgressora que desnuda e incomoda. Por isso, muita gente não suporta. Porém, também pode desarmar. E o Lula tá a cara do Papai Smurf. E o Tony Ramos também. Mas pelo menos nos livramos do Gargamel.
Sensacional e muito bem vindo artigo! Chega de nos rendemos às turbas, sejam de que narrativa for! Deixem os comediantes em paz! Deixem que façam a piada que quiserem, gostemos ou não, e parem de subestimar as pessoas. São muito maiores, melhores e resilientes do que imaginam e não precisam do pretenso protecionismo besta de arrogantes neo-fascistas, carentes de auto-afirmação, sedentos de controle. Como disse Maher, parem de se comportar como adolescentes histriônicos!
Esse é o mantra do fascismo atual, Fernando. Há quem se sinta realizado com isso (normalmente que não tem responsabilidades ou desfruta de alguma vantagem espúria), há prefira liberdade de manifestação. Mas, até aÃ, liberdade não é algo que alienados entendam. Gado é gado, né?
Ironia é um grande recurso de humor. Homem rico, branco e cis bradando "chega dessa frescura de se ofender com piada que ridiculariza minorias".
Lygia Maria, cuidado com estes artigos, aà na Folha. Eles não vêm graça e podem lacrar você
Pois é, foi a esquerda progressista que censurou o especial de natal da porta dos fundos.
É ironia isso?
Não me consta não, Fernando: a bomba que explodiu ali na frente do prédio da produtora tava mais pr'aquela do Riocentro, sacumé? Inda bem que nenhum milico ou reaça genérico explodiu junto desta vez
Você quis dizer "direita progressista", certo? A mesma que profanou seus púlpitos pedindo voto para o boso, filho do demo. Afinal, o boso faz as coisas direitinho, como seu pai. Mata, rouba, destrói
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