Opinião > Professores silenciados, alunos radicalizados Voltar
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O suposto colunista nada disse sobre a tentativa de censura do PL das fake news. Isto sim é perigoso.
Apenas professores livres, crÃticos e competentes poderão formar cidadãos livres, crÃticos e competentes.
Existe na educação um conjunto de abordagens que privilegiam o irracionalismo, o corporativismo e o seu contraponto, as duas abordagens resvalam para a defesa da "disputa cultural", ambas fogem da razão e do universalismo que marcou a disputa entre a direita liberal e a esquerda, hoje, a "esquerda identitaria" e seu oponente são siameses, não querem mudar o mundo, nem o capitalismo !
Com certeza a esquerda não pode ser acusada de irracionalismo e corporativismo, porém o mesmo não vale para "esquerda" identitária, que se sustenta nas mesmas bases filosóficas do fascismo, é corporativa, irracionalista é anti universalista, ignora a luta de classes e aposta na segregação invertida, não é uma opção para a classe trabalhadora, seu projeto é mais do mesmo!
Razão e universalismo sempre estiveram presentes na escola como consenso até a extrema-direita atacar a ciência e a Razão com virulência nunca antes vista. Essa tentativa de imputar irracionalidade à esquerda não corresponde aos fatos.
Excelente! Ainda esse ano me ocorreu uma investida de silenciamento, levada da cria para a mãe de extrema direita. Já logo avisei ao coordenador que não seria a dita quem pautaria minhas aulas e na cria meti uma aula sobre dogmatismo com a condenação de Sócrates e tudo. Censura nunca mais!
Mandou bem, Chiara. Parabéns!
Há também os riscos do extremismo identitário. Por exemplo: imaginar que só professoras/es negros possam falar sobre Ãfrica ou temas afro-brasileiros é um erro - e um desrespeito com quem estudou esses temas. O que se deve exigir do professor é preparo e pertinência, além de abertura ao diálogo. Cor da pele não importa nada, é o que todos devÃamos aprender.
Esse "risco", por enquanto, está só na sua mente obcecada por não reconhecer o direito dos outros diferentes
Infelizmente o nÃvel de imbecilidade provocada pelas redes sociais estão idiotizando mentes em formação. O verdadeiro, para muitos, está restrito à s quatro linhas que separam o real das versões distorcidas dos fatos. É difÃcil debater com pessoas que cristalizam suas pseudo opiniões e que não checam elas em fontes seguras.
Tive q picar meu comentário pata driblar a desinteligência artificial do censor artificial. Ô, folha, não tá bom isso... hahahahaha!
Caro Daniel, os riscos existem e já têm feito estragos. Uma professora de antropologia da instituição em que trabalho passou algum tempo em Cabo Verde, estudando a cultura local, aliás muito parecida com a nossa - se você ouve a música popular de lá, sente que é próxima da nossa. Pois é: ela chegou a pensar em pedir demissão por causa das hostilidades de um aluno baseado no argumento do lugar de fala, válido, mas muito limitado para abranger a curiosidade que temos acerca do outro.
Tenho vivido isto: rotular o professor de comunista ou esquerdista confere a eles o direito de não só desrespeitar, mas até eliminar o outro. Inclusive o professor. Todos muito igrejistas. E, claro, direitistas.
Alunos cheios de opiniões baseadas em mentiras (fake news) se sentem no direito de, por divergência ideológica, desrespeitar, ameaçar e até eliminar o professor.
uma aula sobre Castro Alves passou a ser considerada Doutri-Nação por quem se ohfende com conceitos cientÃficos ou históricos.
Se a professora que mencionei fosse hostilizada por dar uma aula sobre Castro Alves, você estaria com quem a tivesse hostilizado? Ou sobre Abdias do Nascimento e sua peça "Sortilégio"? Ou prestaria atenção ao que ela traz?
Esse não é um exemplo aleatório: fui mesmo acusado de doutrinação por debater Castro Alves...
Sr Alexandre, entoar vivas a Deus , buda ou che pode ser expressão de sentimentos. Não existe doutrinação a menos que se propagandeie em aula. Houve isso ou é só implicância com deus , Buda ou che?
Eu tinha um professor no ensino médio que chegava na sala de aula entoando vivas a Che Guevara. Isso seria doutrinação para você? Ou ofensa com conceitos cientÃficos?
Sóbria análise!! Parabéns pelo texto!
Por que não se pode usar emoji como comentário?
Falou tudo, Professor. Artigo necessário.
OOO
Vou ser a voz dissonante que discorda que a exista uma relação tão forte entre esse movimento da direita de suposta despolitização dos discursos na escola e a violência assassina. São dois males paralelos que se tocam, mas a clÃnica e os estudos mostram que o ódio desses jovens vêm do mal estar na sociedade, bullying e contágio. Falar de neocolonialismo não muda absolutamente nada, apesar de necessário por outras razões.
Quem tolhe o Professor senão a própria Sociedade ? É preciso um Governo, uma liderança, que una o paÃs em torno da Educação e da valorização do Professor. Sem os pais participando ativamente da escola, como forma de valoriza-la e protegê-la, será difÃcil reverter essa ideologização e a precarização do ensino. Não houve governo nesse paÃs que tenha apoiado a Educação de Base (até o Fundamental II) de fato.
Um artigo tão bem escrito e com argumentos irrefutáveis, como este é, como os poucos amigos, "Coisa para se guardar do lado esquerdo do peito". Parabéns e obrigado pela lição! Mas faltou abordar o grande número de Professores da extrema-direita, inclusive das Ciências Humanas. Não tenho autoridade e nem conhecimento para afirmar isso, só 41 anos, 2 meses e 6 dias de salas de aulas.
Poi Zé, meu caro, calhou d'eu comentar de nossa conversa e você aparece. Já que mencionou o Manoel de Barros, só mesmo apelando à sabedoria do velho infante pra gente entender cumé que uma pessoa güenta beijaflorear pelaà depois de décadas de magistério na cacunda. Devia estar cascudo que nem rinoceronte!
Um adendo: esta idiotice de ficar falando os anos dedicados ao Magistério, está relacionada a um comentário que fiz sobre o livro "das Ignorãças" - só para não esquecer Manoel de Barros -, do Historiador Peter Burke e por alguns terem sido "detratados".
Seu José, meu caro, excelente e equilibrado artigo, este. Toca num ponto essencial: a escola é espaço privilegiado de debate, inerente à sua natureza; contrariamente a outras instituições, como a famÃlia ou os clubes, tem compromisso com a produção, difusão e debate acerca do pensamento - a escola básica, com a construção de um pensamento crÃtico. Como fazê-lo sem discutir a produção sociológica e historiográfica? Imobilizar o professor é fragilizá-lo, e impede o processo social de educação.
Meu carÃssimo Sr. Marcos, muito obrigado por me fazer acreditar ser Grande. O meu lema de vida profissional são uns versos do Grande Poeta Thiago de Mello: "Na fogueira do que faço, por amor me queimo inteiro". Muito obrigado pelo carinho e atenção! Um excelente domingo!
Justo ontem, comentei com o colega leitor Gildázio minha admiração por suas quatro décadas de docência. Quem o faz é um sobrevivente, pouco importa que seja, como ele replicou, pelo imperativo da necessidade econômica: é espantosa resistência, em particular nestas últimas duas décadas. A figura docente sofreu enorme perda de relevância social e de valor no mercado de trabalho, e isso tem consequências agudas em sala de aula. Quem sobrevive, faz-se Grande.
Muito bom.
Excelente!!
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