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Hélio Barbosa
Mamãe é viva, mas não benze mais, é muuuito velhinha. Lembro que ela tinha uns 70, muito jovem ainda, se comparado com hoje. Uma mulher no bairro, andando devagar com o carro, com um bebê junto, parou e perguntou por uma velhinha benzedeira naquela rua. Mamãe, indignada, respondeu; nesta rua não há nenhuma velhinha benzedeira! Mas, pela criança, disse: eu vou benzer esse neném. E benzeu. Benzedeiras também têm sua vaidade feminina, gente.
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CLAUDIONIR DA SILVA
Muito legal sua abordagem e seu interesse pessoal, me encanta esse tema. Aqui na região de Cunha-SP viveu até 1959 a curandeira, benzedeira e vidente Sá Mariinha das Três Pontes. Ela é muito famosa e consta que ajudou (e continua ajudando) muita gente. Sua casa fica longe na roça e tornou-se centro de romaria e devoção popular. Parabéns!
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EDSON RIBEIRO DA SILVA
Minha vó, benzedeira e parteira. Sobre ela estou escrevendo meu novo romance. Dar voz a essa senhora, filha de italianos, que nunca aprendeu a ler, que só teve uma televisão aos setenta anos. Nós nascemos por suas mãos e, na tarde em que o vô morreu e a casa se enchia de parentes, foi chamada para fazer um parto, às pressas, na cidadezinha sem médicos. A casa sempre cheia de pobres que a procuravam para a cura e ficavam para um café. O pé de arruda no quintal. Nem dava para conversar com ela.
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Audrey Constant Bruno
Obrigada por me ajudar a não esquecer uma senhora que vinha em casa benzer na Baixada Fluminense, RJ. Não sabíamos seu nome, todos a chamavam Vovó ou Vovó Maria. Negra, doce e perfumada, seus olhos enevoados mal enxergavam. Nos benzia e nada pedia, mas minha mãe sempre prepara-lhe um almoço ou lanche, e lhe dava mantimentos, que ela oferecia a pessoas mais necessitadas que ela. No dia de hoje, em que sinto ansiedade e hipertensão, como queria aquela Vovó da minha infância para me benzer.
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Silverio Nery
Muito bom, Djamila! Também tenho umas memórias parecidas e com resultados efetivos das benzidas.
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MILTON BARBOSA CORDEIRO
Acreditar na ciência não nos impede de acreditar em atos paralelos e humanísticos como é o caso. As benzedeiras e benzedeiros exercitam também a bondade e o estímulo à superação dos males.
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Paloma Fonseca
Há um fascínio com os avanços da medicina: vacinas, anestésicos, antibióticos, exames diagnósticos, protocolos terapêuticos, tudo o que possibilitou o aumento na expectativa de vida e a mitigação do sofrimento. Eu cresci numa família avessa aos excessos da medicina moderna: a vacina bastava, a alimentação era a base da saúde, medicamentos industriais só em último caso, creio que eles aprenderam algo com os povos indígenas e populações tradicionais que visitaram ao redor dos Andes no Caminho.
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Paloma Fonseca
Houve um desencantamento do mundo: ramos de plantas associados a palavras de bem-dizer proferidas por uma sacerdotisa, a relação entre o físico e o espiritual, isso perdeu muito do valor hoje em dia. Bem, temos que estar abertos a experimentar, conscientes dos riscos, e não me parece que haja um risco alto em se benzer com uma sacerdotisa para se livrar de algum mal físico ou espiritual.
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sandoval abreu sader
Nao havia problema que Sá Eva deixava de curar( cosia) na molecada de minha cidade, no interior de Minas.
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sandoval abreu sader
Nao havia problema que Sá Eva deixava de curar( cosia) na molecada de minha cidade, no interior de Minas.
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Fabio Hansem
Minhas memórias afetivas da cloroquina (JMB).
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Marcos Benassi
E um negócio bonito esse, né, Djamila? Mesmo não tendo essa vivência pessoal, sempre tive simpatia pela figura da benzedeira. Nas cidades pequeninas, nas roças, pra grandes ou pequenos males, lá estava a benzedeira. Pra atender quem fosse, católico, outro, ou mesmo incréu. Tantas vezes se mobilizando em momentos impróprios, a cuidar do outro, numa mostra de afeto pouco comum: em "tendo um dom", a outra face da moeda era o dever da partilha. Uma boniteza que se esvai...
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José Eduardo de Oliveira
parece que a questão Treze de Maio perdeu o a questão...
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Leila de oliveira
Eu não frequento nenhuma igreja, e sofro pressão e preconconceito de colegas, qdo estes descobrem que eu não "batizei" a minha filha, que tem hoje 4 anos.
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Maria Aparecida Pereira Murilla
Eu acredito e ainda tenho alguns ensinamentos sobre benzer deixados pela minha avó materna.
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Adalto Fonseca Júnior
Resta saber em que recorte de classe social estão as benzedeiras das memórias afetivas da neoliberal paeudofeminista Djamila.
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Adalto Fonseca Júnior
Conheço, admiro e respeito feministas que são pra mim referências grandiosas por seu trabalho intelectual consistente, tenho orgulho em nutrir imenso respeito, gratidão, por estas mulheres que me ensinaram o que é coerência e verdade, nem sei expressar o quanto seus ensinamentos me marcaram positivamente e suas atitudes também. Saiba que alinhamentos têm o poder de definir quem as pessoas são realmente.
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Fauzi Palis Junior
Tenho muita memória afetiva de queridas benzedeiras. Agora, a expressão lugar de fala é a coisa mais preconceituosa, delirante e fanática que eu já vi.
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DANIELA Krause
era para ser ofensivo, imagino. Se soubesse mais sobre ela, saberia exatamente. Ou deve saber, sei lá. Homem falando em pseudo feminista é de chorar. Não tem "lugar de fala", aliás, não tem nenhum lugar nesse assunto.
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MAURICIO GUIMAR ES
Fui benzido e curado de um cobreirona cabeca;Neves -SG-RJ;VIVA SENHOR(as)REZADEIRAS.
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