Opinião > Aporofobia: uma doença brasileira Voltar
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Esse texto me deu calafrios. É tudo verdade. Muito sombrio , mas é o que verdadeiramente acontece. Quem não quer enxergar está metido em uma cegueira, responsável pelo ciclo de indecências que tem vivido este paÃs.
O livro citado do Darcy Ribeiro foi escrito sem pesquisa, com o Darcy simplesmente escrevendo o que lhe vinha à cabeça. Por exemplo, disse que os mamelucos eram desprezados pelos indÃgenas, o que decididamente não é verdade.
Mais picaretagem acadêmica. Quem menos gosta da pobreza é o pobre.
Sinal dos tempos: tudo é fobia. Depois que damos nome às ideias, elas se tornam realidade. Fobia disso, fobia daquilo...são tantas. Entretanto, quem menos gosta da pobreza são os pobres, pode crer. O resto é discurso acadêmico-classe-média-acomodada e revolucionários de boteco.
Aldineto Miranda Santos descreveu muito bem a nossa situação social. Entra aà todos que criticam ao que chamam de "populismo" por ter uma polÃtica voltada para os pobres.
" (...) qualquer iniciativa de alternativa ao status quo foi combatida, perseguida e destruÃda ferozmente pela elite polÃtica, latifundiária e empresarial brasileira, que se utilizou do Estado para punir e tornar os pobres invisibilizados —a exemplo da chacina de Canudos, uma guerra contra trabalhadores que buscavam uma vida solidária." - Disse tudo!
Prezado colega: direto ao ponto. Elites existem em todas as sociedades que se estruturam em classes. Mas a do nosso paÃs, sem dúvida alguma, é uma das mais atrasadas e abjetas. Por isso, nunca é demais lembrar: ensino público, laico, gratuito e de qualidade para todos.
Nessa sociedade brasileira tão desigual, até o pobre tem medo daquele mais pobre que ele. É o que explica, por exemplo, o endividamento para comprar um celular ou um tênis de ''grife''. Não se compra porque o aparelho é melhor, ou porque o tênis é mais confortável. Não. O que eu compro sinaliza, para os outros, que eu não pertenço àquele rincão de miseráveis, sou ''diferente''.
Este desejo de todos, especialmente dos jovens, por objetos caros sinaliza que na nossa sociedade o importante tornou-se ter e ostentar, não estudar e ser. O jovem em formação vê o tempo todo que quem tem e ostenta é respeitado, considerado, invejado, e por que não?, temido. Esse negócio de estudar, aprender, ler, educar-se, dá muito trabalho, tem resultado incerto e na maior parte das vezes injusto e desproporcional ao esforço.
Discussão necessária para o Brasil.
Misoaporia? Aporofobia? Exclusiva de uma dada etnia? Pena que um tema tão importante, cerne dos problemas sociais no Brasil, tenha derivado para uma narrativa conveniente. Talvez, se o autor deixar o complexo de vira latas e sair um pouco do conforto eurocêntrico, andar pelas ruas (e não passear), terá a oportunidade de verificar que o classismo é uma praga nacional. E esse classismo se reflete em várias colunas sem noção d a Folha. Saiam da torre de marfim.
Entendo que não tenha o devido alcance Jove, vida confortável? Estacione o carro e ande pelas ruas. Preste atenção a como tratam seu garçon, sua empregada, o pedreiro, o porteiro, o lixeiro. Ainda bem que, para cada imbecil, existe uma alma boa, em todas as cores e etnias, destoando narrativas convenientes. A própria Folha publicou uma excelente reportagem sobre invisÃveis, décadas atrás, não estava na moda. Saia da torcida, cresça.
Escancara aqui tua denúncia, junta ação à s palavras. Para tirar os autores das "narrativas convenientes" do alegado "conforto eurocêntrico" e tirá-los da "torre de marfim", precisas tu saÃres do conforto do crÃtico de sofá, vamos lá? Cita para nós os autores, os artigos e as edições em que saÃram, senão o confortável és tu, criatura.
Quem mais sofre de aporofobia são os próprios pobres que tem preconceitos contra aqueles que são mais pobres do que eles. É um problema que acomete toda sociedade desigual. Nestas sociedades até a atração sexual é voltada para aqueles que são de uma classe social igual ou superior.
Aporofobia + racismo: combinação letal para uma sociedade. Como diz o artigo, doenças precisam ser expostas à luz para serem conhecidas e tratadas. Boa e oportuna contribuição à reflexão e ao debate.
Seu Aldineto, prezado, como o demonstra regularmente o seu Nunes, prefeito da capital paulista, preto só é bom quando, achatado, tem rodas passando suavemente por cima. Diz-que é "a marca" que busca dar à sua gestão. Nem carecia de ser tão explÃcito. Veremos se funciona, em breve.
Isso tudo piorou com o bolsonarismo e passou ser explÃcito, os próprios negro e pobre aÃnda nao consegue ter essa visão,temos que caminhar muito.
Acrescento também a inveja que sofre quem está em rota de ascensão; mas a inveja brasileira é diferente, é do tipo se eu não tenho, tu também não deves ter. Já li de estrangeiros que assim Brasil nunca vai ter um prêmio Nobel, porque sempre que desponta um potencial, este passa a ser malhado pelos seus. A Globo é uma das maiores e melhores emissoras de TV do mundo e grande responsável pelo o que há de bom na imagem do Brasil no exterior, mas sempre sofreu com o fogo amigo.
Da seu endereço pra eu mandar o pessoal da Cracolândia dormir na sua porta e receber toda sua solidariedade.
Eu não sou elite. Me passa onde você mora pra eu mandar 1000 noias fazendo necessidades na nossa porta e descartando lixo a noite toda . Porque aqui na Sta Efigênia a gente não tem nem como colocar grades e tem que lavar respirando o odor de uma noite de consumo de crack todas as manhãs.
Comentário deslocado. O problema que você expõe é real e grave, mas nada tem a ver com o tema tratado aqui.
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