Comente*

* Apenas para assinantes

comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.

  1. Anna Amélia Meule

    Gostei.

    Responda
  2. Antonio Santos

    Não entendi bem a referência ao bicho nascer na Itália, fiquei atento a informação e me desculpem pela minha lacuna. Vou ler mais a respeito. Até então imaginava que o nascimento da Língua deu-se em terras galaicas, região da antiga Galécia, composta em sua origem pelo povo Galaico , hoje divididos, compondo-se a época pelo Norte de Portugal ( Minho ) e Galícia ( Espanha ).

    Responda
    1. Alberto Pita

      A referência é ao latim, origem do português, espanhol, italiano e romeno. Pequeno detalhe: a formação do galaico-português, primeira fase da língua portuguesa, era a forma de falar em Portugal inteiro [não só no norte, como diz) e na região da Galiza. Outra: o português não deriva do galego, como vejo alguns brasileiros mal informados ou mal intencionados, sugerem. O galaico-português era uma variante que se falava na península ibérica, nas regiões que hoje pertencem a Portugal e à Galiza.

    2. George William

      O português é uma língua neo- latina. Como diria Caetano "última flor do Lazio".

    3. Anna Amélia Meule

      O latim foi originalmente um dialeto falado no Lácio, aos arredores de Roma. Foi esta língua que virou a língua do império romano, e foram os romanos que colonizaram a península ibérica, inclusive linguisticamente. As línguas indígenas daquela região perderam-se todas, excetuando-se o Basco. O que se falava em no que é hoje Portugal presume-se que eram línguas indo-europeias e outras não. Não há registros. O que importa é que português originou-se do latim vulgar.

  3. José Cardoso

    Que tenha se mantido por tanto tempo é realmente espantoso. Mas será que a estrutura gramatical não nasceu aí mesmo no oeste da península ibérica? As palavras latinas se impuseram (assim como as inglesas estão se impondo atualmente no nosso português) mas as declinações não.

    Responda
    1. Francisco Blazquez

      Aliás o galaico-português não se falava em toda a costa ocidental de Portugal, isso só aconteceu entre o século X-Xii, após a reconquista. Antes, como disse, só se falava na região conhecida como Gallaecia Maior e assim foi desde que surgiou até XII.

    2. Francisco Blazquez

      Aliás o galaico-português não se falava em toda a costa ocidental de Portugal, isso só aconteceu entre o século X-Xii, após a reconquista. Antes, como disse, só se falava na região conhecida como Gallaecia Maior e assim foi desde que surgiou até XII.

    3. Francisco Blazquez

      Portanto, Alberto, o português nasceu do galaico-português, que nasceu na Gallacia Maior, como um ramo desta língua e aliás, tão próximo ao tronco que atualmente as duas línguas que dele derivam (o galego e o português) são mais parecidas entre si que o galego é com o castelhano (mesmo porque este deriva do romance asturiano-leonês).

    4. Francisco Blazquez

      Meu caro Alberto, na época da Gallaecia Magna, que incluia a Galícia e as cidades de Coimbra e do Porto (antes da invasão mulçumana), existia apenas o galaico-português. Todo o território, inclusive o reconquistado aos árabes, falava o galaico-português trazido do norte. O português só surgiu no sec XIII (veja Ivo Castro) e derivou sim do galaico-português trazido do norte, depois da influência do árabe, O norte e a Galícia continuaram falando galaico-português.

    5. Alberto Pita

      Francisco, o português não nasceu na Galiza! O galaico-português, assim é designado, era a língua que se falava em toda a costa ocidental, ou seja, em todo o Portugal e na Galiza. Vamos ser rigorosos e deixar de disseminar invenções que youtubers...

    6. Francisco Blazquez

      Nasceu na Galícia, na realidade, com o galego-português

  4. Marcos Benassi

    Virgem Santíssima, caríssimo Ricardíssimo, veja só a que exaltação levastes-me: normalmente contido, recatado e formal, expludo em superlativos. Essa estória de vir com sua língua bífida a comungar com a minha, que tava quietinha, sei não, compadre. Ceis tão muito avançados aí na matriz, sou mais conservante, vai devagarinho, tá? Eu acho lindo o Tuguês: "toda a gente" é poético; frigorífico, assertivo; autocarro, uma promessa de ônibus funcional. Há exceções, claro: só fico na bbbiicha à força.

    Responda
  5. Fabrício Schweitzer

    Em que língua foi escrito esse texto?

    Responda
    1. Marcos Benassi

      Dialeto brazuco-tugolês, uma obra de arte linguística! Hahahahah!

  6. Marcos do Carmo

    Incrível como esse bicho violento conseguiu definir limites na América do Sul. Comeu os outros bichos, prevalece supremo dentro das terras brasileiras.

    Responda
  7. Ivandete gomes oliveira

    Depois desta vou escovar a minha língua.

    Responda
    1. Daverson Furlan

      Boa! Kkkk

  8. Francisco Blazquez

    O português falado sim, está a diferenciar-se em ambos os países, mas o escrito não se está diferenciando. Li Saramago original e nem notei que não era traduzido. A menos que nao se siga o acordo ortográfico, mas aí fica ao gosto do freguês, como o dicionário porto faz, que permite a escolha da versão com AO ou sem AO.

    Responda
    1. Anna Amélia Meule

      O problema do Saramago não é, a meu ver, escrever em português europeu, mas não usar acentuação. Isto é um 'bocadinho' mais difícil.

  9. Joana Ferreira

    Na verdade, não querendo ser ainda mais chata do que o meu habitual... mas o Português não será mais como um polvo? É que (como é evidente) Portugal e Brasil não são os únicos países onde é falado

    Responda
    1. Marcos Benassi

      Oh, céus, Joana, a cena me desgosta: vir o Rap, de língua bifurcada, a confraternizar com minha tímida linguinha de roceiro? Dá não, é muita modernidade Lisboeta pra um pobre Valinhense do campo... Hahaah!

    2. Joana Ferreira

      @Marcos, eu costumo adorar o que o RAP escreve.. mas estou consigo nisto: língua bífida é mau, cobra é péssimo, e o herpes, porquê o herpes?! É tão frio e desagradável, não é? Mas também não sei como descrever a mesma ideia de uma forma sensual. O que eu acho mais sensual nisto, talvez seja o que lhe desagrada a si: serem homens a beijarem-se, metaforicamente

    3. Marcos Benassi

      Tô contigo e não abro, caríssima Joana: bota octópode nisso. A imagem ainda tem a excepcional vantagem de dar uma contida nessa história de vir confraternizar de língua bífida de fora. Eu, hein? Coisa arriscosa demais da conta... Hahahahah!

  10. Joana Ferreira

    E agora, a propósito da crónica, tenho pelo menos mais duas leituras: David Hume, e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Obrigada :)

    Responda
    1. Francisco Blazquez

      Prezada Sra. Joana, usei o termo deprimente como sinônimo de depressivo, mas naturalmente, depende da percepção de quem lê, não tanto da intenção de quem escreve. A intenção de MA no mínimo foi dar uma visão pessimista da sociedade brasileira da sociedade escravista e o pessimismo me deprime. Não tira o valor do texto em nada, afinal era uma crítica pela ironia. Mas, como disse Umberto Eco, a intenção do autor não tem a mínima importância, o que importa realmente é a interpretação do leitor.

    2. Joana Ferreira

      Ah, caro Francisco, sobre Hume não me vou pronunciar, porque como lhe disse não conheço.. Mas, a meu ver, deprimido e deprimente não é o mesmo.. e no caso de Brás Cubas, na lógica que ele expôs, deprimente teria sido transmitir o legado da nossa miséria..

    3. Francisco Blazquez

      No caso de Brás Cubas,a dedicatória ao verme e esta frase: Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria já dizem tudo, além de expor a banalidade de uma sociedade escravista que não ligava muito para isso. No caso de Hume, ele mesmo admitiu que se sentia deprimido com suas conclusões, ao criar um problema critico para o raciocínio científico que só foi (parcialmente) resolvido por Popper dois seculos depois, o problema da indução. ,

    4. Marcos Benassi

      O "memórias" é mesmo uma delícia! Vou caçar aqui minha velha edição e reler: aos vermes famintos, Viva!

    5. Joana Ferreira

      Bom dia, caro Francisco, porque é que diz que são deprimentes? Já li Memórias Póstumas.. e gostei! Quanto a Hume, ainda não li.. Mas é suposto ter sido um grande filósofo. Deprimente, porquê?

    6. Francisco Blazquez

      Boa sorte. As duas leituras são deprimentes. Embora indispensáveis. O que as torna ainda mais deprimentes.

  11. Ayer Campos

    Não é preciso decifrar a consigna de que 'a linguagem é a morada do ser', para intuir que o caráter 'bífido' da última flor do Lácio está se acentuando a olhos vistos (e ouvidos atentos). A sociedade de massas deseducadas, do lado de cá, agenciada pela 'mídia' que vende seus próprios interesses, cada vez mais degrada a língua falada e sua expressão digital (grosseiramente 'escrita'). Aliás, um dos mais clamorosos exemplos é a própria palavra 'mídia', a mais perfeita tradução do viralatismo...

    Responda