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Uma sensibilidade mórbida, que busca a todo custo apagar o passado, nossa origem. O puritanismo do século XXI quer se ver novamente como o centro do universo, a obra prima da criação. Está desconfortável dentro do próprio corpo, feito de carne, sangue e ossos. Triste e ridÃculo.
Guardem com cuidado seus livros. Em breve livros de edições antigas valerão várias vezes mais do que de edições novas. Somente gente muito rica poderá fazer compras em sebos, os outros terão que se contentar com as livrarias comuns.
Pequenas adequações não destroem uma obra, podem melhorá-la. Claro, devem ser feitas com critérios, por um corpo de profundos conhecedores do autor. Também não apaga a edição original, que segue resguardada. Gostaria de fazer um paralelo. Vamos imaginar um edifÃcio tombado, o Theatro Municipal, por exemplo. Nele foram criados sistemas de condicionamento de ar e adaptações para PCD. Isto compromete o edifÃcio ou torna ele mais acessÃvel e inclusivo?
Avaliações por "profundos conhecedores" para efeito de vedar textos inadequados foram feitas pela Igreja Católica para criar e fazer manutenção do "Index Librorum Prohibitorum". Naquelas épocas também havia gente considerada bem-pensante que defendia com entusiasmo a iniciativa. O próprio Machado de Assis, durante um tempo, foi censor de peças de teatro; e não remunerado. Rumo a "1984".
Sem sentido um revisionismo deste. Retratar de maneira crÃticas tais manifestações racistas seria o ideal. A literatura serve também para retratar uma época. E o que vão fazer com os trechos e pensamentos racistas de muitos filósofos.
Estamos caminhando para F. 451
Os preconceitos se tratam de covardia ou ignorância, e estamos sempre buscando evoluir, precisando até mesmo de leis criminalizando esses preconceitos, uma vez que não é seu direito externar esses preconceitos, sendo que o direito da outra pessoa a não ser ofendida é defendido pelo direito! Entendendo então que esses escritores escreviam com esse direito assegurado de poder ofender, suas obras devem ser revistas pra se enquadrar na legislação atual, já que sua obra continua a ser vista!
O revisionismo é o caminho para Farenheit 451.
Absurdo querer apagar o texto. Foram escritos na época, agora os racialistas e supremacistas negros querem mudar a obra. Caso clássico como racismo reverso!
Se o próprio autor atualiza é compreensÃvel, mas modificar a obra sem consentimento do autor é o mesmo que modificar a História, como fazem regimes totalitários.
A extrema direita queima livros (vide Harry Potter e outros no Canadá e EUA) e a esquerda identitária censura os reescrevendo. Precisamos reagir a estes extremismos (autoritários e ignorantes).
Só na cabecinha alucinada dessas patrulhas cirandeiras o mundo vai melhorar com censuras a clássicos literários. A propósito, alguém faça o favor de avisar esses idi otas que a esmagadora maioria da população brasileira (para ficar "só" aqui) não lê absolutamente nada. E a grande maioria dos leitores mais assÃduos abomina esse revisionismo idi ota.
Concordo plenamente com todos os comentários aqui publicados. Sinal de que ainda existe vida inteligente (não posso falar sobre eventuais comentários posteriores ao meu). Só gostaria de deixar claro a essas editoras que jamais comprarei essas obras adulteradas, isto é, destruÃdas pelas idi otices tirânicas do politicamente correto. Aff...
Ler uma obra (antiga) com conteúdo racista não cria racistas automaticamente. Principalmente se for permitido ao leitor exercitar seu espÃrito crÃtico.
Vc é racista, cara. Quando as obras respeitarem as pessoas, só vai te sobrar ler os racistas do passado.
Bom, já que é para ser politicamente correto, temos que corrigir a bÃblia que ofende várias raças e tribos, além de ser machista e cheia de crueldades. E, então revisaremos e alteraremos os LusÃadas, Don Quixote, a Divina Comedia, A IlÃada, A Odisséia, os dois PriÃncipes, o antigo de Maquiavel e o moderno de Saint-Exipéri, além dos gregos machistas e pedófilos como Sócrates e Platão. Deixemid a nossa História e a nossa Literatura em paz e vamos corrigir os verdadeiros problemas do Brasil
Jamais leria um livro censurado e modificado pelos seguidores de polÃticas identitárias. Tais polÃticas são sectárias, insensatas e têm o péssimo hábito de enxergar o passado através da ótica da atualidade.
Petezada em ação! Letras de funk, então, nem pensar: liberdade total. Kkkk
Então inicia-se o processo com alterações de obras-primas da literatura. Prossegue o revisio nismo de pinturas que possam ser consideradas ofen sivas. Continua a marcha com letras de músicas que apresentem indÃcios de eventual ¨agres são¨. Parte-se, em sequência, para o branquea mento das ¨incor reções¨ da história. Implanta-se, ao final, a plena auto cracia. Não vimos este cenário antes?
Educação pública de qualidade já, para formar leitores literários capazes de contextualizar as obras. Conhecer o passado é uma ferramenta para entender o presente e projetar um futuro de respeito e igualdade.
Se gastássemos nosso tempo educando a população, dano-lhes subsÃdios para poderem amadurecer intelectualmente para saberem a diferença entre o verdadeiramente certo e o irremediavelmente errado, não perderÃamos nosso tempo em pontos de vista hipócritas que guiam o politicamente correto. E não censurariamos os coitados dos livros. Eles foram escritos em tempo diverso do nosso. Seria reacender a chama na zis ta da queima de livros.
Será que passarão a limpo o trecho do capÃtulo 30 de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em que Brás Cubas lamenta que Eugênia seja coxa, apesar de bonita? Ou, por se tratar de Machado de Assis, o assunto passará em branco? Talvez esses leitores sensÃveis não leiam literatura brasileira clássica.
Pondé avisou que isso iria acontecer.. como diria a Banda Eva "é o fim da odisseia terrestre".
Teriam que retirar da letra da música de Chico Buarque: " Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta"...
Se a obra inteira de Chico Buarque for revista aos olhos dos atuais revisores, ele terá mais músicas proibidas hoje do que teve nas décadas de 60 e 70. O paradoxo é que a proibição atual será feita por aqueles que protestavam contra a censura no passado.
O apagamento da história é primeiro passo para o esquecimento. Aulas de história contando as coisas ruins para que, vamos contar só a riqueza e a pujancia. Mostrar os horrores do Nazismo pra que?
Sou contra essa pasteurização do passado. A obra de um autor reflete o caráter e o quadro de referências do mesmo. A posteridade vai avaliar a obra como foi feita e não a obra “corrigida”
Como foi bom ler os livros do jeito que eram antes dessa idiotice...
Estupidez revisionista.
Querem ser os novos Ruy Barbosa, aquele gênio que mandou incinerar todos os registros existentes sobre a escravatura no PaÃs.
Daqui a pouco proporão a eliminação de referências aos feitos/conquistas de Napoleão, Júlio César, Gengis Khan (notório estuprador) etc etc. Quanta besteira…
Isso é Absurdo! Ninguém apaga a História ! Deve-se ensinar justamente História e interpretação de textos no Brasil e com urgência !
Buscar consenso nesse tema é sonhar demais. Contudo, modificar os clássicos seria apagar fontes históricas de como era, agia e pensava a sociedade retratada em seus valores e vivida pelo autor. Revisarão a BÃblia, principalmente o Antigo Testamento, que está eivada de passagens racistas, de incesto, de violência (guerras, mortes, vinganças), de traições, de machismos, de etnocentrismos, etc ? A lista é longa.
A próxima meta dos revisionistas será a de alterar obras artÃsticas, pinturas e esculturas antropocêntricas ? O tempora! o mores!
Um crime! Tão absurdo quanto querer retocar as sobrancelhas da Mona Lisa.
O século 21 criou essa nova classe de inteligentinhos: os crÃticod de defuntos.
Será que ainda leremos "Guerra nas Estrelas" sem Darth Vader? Ou sem a Princesa Leia? Afinal, seu primeiro texto diz que "sentiu o cheiro fétido de Vader no momento em que chegou". Com certeza, deve ofender alguém.
Imagina alterar obras de Dostoievski , de Tostoi, de Dante, de Goethe ,de Freud, de Moliere , de Machado e de tantos outros?
A última frase do artigo, de autoria da Thalita, me agrada muito. Eu concordo com ela.
Revisar obras do passado implica em apagar as marcas da história. Vamos reescrever então os livros de história também. Ficaremos com um passado limpinho. Bandeirantes serão papais noéis brasileirÃssimos levando presentes de sei lá o quê (Natal é colonialista) aos indÃgenas. Essa atitude só leva água ao moinho da defesa fake da liberdade de expressão pela extrema-direita.
As mudanças que queremos que sejam para um mundo cada vez melhor e mais aberto a abraçar todas as diferenças e semelhanças, somente existirá se reconhecermos e aceitarmos o que fomos no passado. Apagando o passado, apagando a História, não haverá nenhuma percepção das mudanças.
Sim. É preciso que o passado sirva como referência para mudanças e permanências.
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