Lygia Maria > O riso sempre brota de uma falha Voltar
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Li essa coluna guiado pelas mãos de outro colunista. Eu quis conferir in loco as ideias dessa senhora que se arvora inovar no pensamento. Mas ela, de fato, pensa?
Prezado Lucas Macedo, TODO discurso pode veicular, promover ou difundir o ódio, o preconceito e a intolerância. Porquê o humor estaria isento disso? Então, condenamos o racismo, a homofobia, o machismo, xenofobia, a intolerância religiosa. Mas, se isso for feito com humor, vale!?
Dra em comunicação e me vem com " aonde uma piada matou uma mulher?" Sério mesmo? Ainda não entendeu que é pelo discurso que se reproduz a discriminação que, no seu limite, incorre em mortes? Então a única forma de violência é a fÃsica, pra essa doutora? O que aconteceu com o VinÃcius Jr não foi agressivo então, já que saiu vivo do episódio? Lamentável...
Nem sabia da existência dessa colunista na fsp. Cheguei aqui por uma estrada torta e já pego o retorno, sem volta.
2 dúvidas: 1- Então a piada e o humor estão acima do discurso normal, em termos de isenção de responsabilidade legal? Pois falar algo r4cista é crime. Qualquer coisa, é só dizer que os torcedores do Valência estavam fazendo uma piada sobre Vini Jr também? 2 - Onde fica a linha? Posso fazer um show só de piadas r4cistas? Posso (aviso de Lei de Godwin) fazer um com piadas que n4zistas fariam - e em algum porão aindas fazem?
O palco transforma as coisas. É um lugar mágico onde alguns limites são temporariamente suspensos. No teatro, somos levados ao riso, ao choro, ao constrangimento, à vergonha, à indignação. É fora do palco que as regras valem, para todos, artistas ou não. Aqui fora, somos todos iguais, respondemos pelo que dizemos e fazemos. A lei vale para todos. Este é o item que muda as coisas: no palco, onde o artista exerce seu ofÃcio, as coisas são diferentes.
Para quem sofre com o racismo, a dor é a mesma, não tem diferença. A não ser que seja uma peça que discuta sobre a situação das vÃtimas de racismo de forma séria, não com piadas do século passado. Fazer rir com a dor, deixar pessoas com mais problemas emocionais, fora o bullying do dia a dia não é aceitável. Só que para muitos leitores brancos muita coisa justifica apunhalar pessoas com as "piadas" dos que não têm respeito, educação e muito menos humanidade.
A Lygia está correta, vejam a proposta de Carteira de Identidade que o governo está propondo, não vai ter mais o sexo da pessoa! Pelo que li pode colocar o nome que quiser!
A branquitude achar que piadas de cunho racista (nazista, ...), não é crime reforça o pensamento que há séculos nos maltrata! Veja recente episódio com Vini Jr. , será que tem graça? Um pouquinho de leitura de Lugar de Fala de Djamila já ajudaria a uma reflexão mais consistente!
Tem razão, mas muitos dos brancos que minimizam tudo o que se refere a racismo aqui, neste jornal, só pensam em si mesmos e em seus interesses. Alguns querem lacrar com mensagens estapafúrdias, sem sentido. Não sabem o que os negros passam, o que os mais gordos sofrem, os que as pessoas deficientes tb têm de superar e se julgam muito expertos. Estes, os lacradores, não têm sentimento, humanidade, nada na cabeça.
Então, é possÃvel achar graça dessa “piada”: “Eu sou a favor do incesto. Se for abusar de uma criança, abuse do seu filho. Ele vai fazer o quê, vai contar pro pai dele?” O humor pode fazer graça de nossas experiências cotidianas, assim como também pode exercer crÃtica social (vide o Pasquim durante a ditadura militar). Mas, o humor também poderia normalizar ou banalizar o que nossas próprias consciências não apenas estranha, mas abomina? RirÃamos de uma piada sobre judeus em uma câmara de gás?
É o humor que banaliza a violência?
Parece que a colunista gosta de piadinhas sexistas. Não entendo por que a sua coluna é sempre tão sem graça.
"piada" do cidadão: negros estão desempregados porque são preguiçosos; na escravidão ao menos estavam empregados. Conheço uma famÃlia de amigos negros composta de professores, engenheiros, estudantes, entre outros. O que dá aquele m... o direito de ofendê-los, maltratá-los, humilhá-los. Isso não é humor, é ultraje.
A censura vem pavimentada das melhores intenções. Por pior que seja o tal humorista, muito pior é juÃzes terem o poder de censurar espetáculos de entretenimento.
Impressionante como essa colunista sempre defende posições reacionárias, preconceituosas e racistas/ sexistas e outros istas em nome de uma suposta liberdade de expressão, que no entender dela se sobrepõe a tudo, não importa que violência defenda e que destruição e até morte provoque.
Excelente artigo, Lygia.
como dizia Didi cuma?
Concordo no essencial, mas acho desnecessárias as concessões que a autora faz. De um lado, o humor não precisa necessariamente agredir alguém ou a um grupo, de outro existe humor natural na desgraça alheia. Faz parte, pode-se achar graça ou não, criticar, convidar ao boicote. Mas proibir não faz qualquer sentido, piadas sem graça pode.
Ser negro é uma falha, um tropeção?
A autora não disse isso, caso contrário bastaria dizer que alguém é negro para fazer uma piada.
e o pior é que temos de continuar rindo dos corru-ptos, geno-cidas e falsos pastores. E a eleição de charla-tões e charla-toas. Até quando? Os ban-didos estão soltos mas os que fazem piada serão presos, isso sim não tem graça nenhuma. Mas, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
"Não podemos lidar com o desconforto intrÃnseco ao humor de forma autoritária". Por que somente em relação ao humor? Libere-se o assédio sexual, moral e tudo o mais que cause "desconforto". Artigo de intelectualouca. Vamos, em nome da possibilidade de dizer sandices, liberar a porra louquice. Não é aceitável.
Acho que é justamente ai que você e muitos se equivocam. Uma piada sobre uma coisa não é a própria coisa. Uma piada sobre um polÃtico corrupto e a corrupção são coisas distintas. Do contrario entramos então na seara que você propõe, em que uma piada sobre assédio e o próprio assédio se confundem. É uma forma acrÃtica de enxergar a sociedade e de enxergar l humor. Além disso, crer que pessoas comentem crimes motivados por piadas é acreditar que as pessoas não possuem capacidade de discernimento.
Isso! Vamos proibir as injeções, as salas de espera, a música brega.
Falha de que,Lygia? Falha de quem? Quem decide não é a sociedade não. Quem decide é quem é alvo do escárnio, da violência verbal, do preconceito travestido de graça. Você pode ou não achar graça numa fala grotesca ironizando uma criança assassinada. Talvez você não consiga ter empatia com a mãe. Mas a mãe sente. Pra ela é uma agressão. Assim para uma pessoa abusada quando criança, assim para um negro que apanha da polÃcia. Não cabe a você nem a mim dizer se é ok ou não. É cruel. É crime.
Não, quem decide é a sociedade, sobre o que é uma agressão passÃvel de punição e o que não é, ainda que cause desconforto. Caso contrário todos seriam capazes de silenciar os demais.
Pois eu acho que esse moço não é comediante, não merece atenção e está pagando pelas escolhas que fez
O cara é um imbecil. Acontece que suas piadas foram sobre emprego e escravidão, para os negros, e sobre reserva de mercado, para minorias. Ambas abjetas e sem graça, mas muito longe de pregar extermÃnio ou violência. Vejam, não esquentei porque tiraram do ar. Alguém recorreu e ganhou. Tiraram dentro das regras. Mas, proibir o cara de fazer novas piadas? Quem a juiza pensa que é? Uma sábia imaculada?
Dentro das regras alguém é punido por dizer piadas racistas, mas ele continua. Cadeia nele. Sra JuÃza , não proÃba, encontre uma forma de prender o cara. Piadista desse tipo causa dor e sequelas nos ofendidos. Crueldade é crime.
Que papo mentiroso. O cara nao foi censurado. Seu discurso de ódio (aqui nao é humor) foi retirado dos meios de comunicação de massa, cujo acesso é aberto a crianças e jovens. Qualquer racista que o apoie pode continuar "saboreando" aquela porcaria ao vivo quando quiser, nas apresentações ao vivo. Parem de desinformar os leitores.
Para concordar temos de minimizar ainda mais o sofrimento dos alvos das piadas ofensivas do suposto comediante. Aos negros, não basta todos os dias, a vida inteira ser seguidos por olhares desconfiados, têm de ouvir as piadas de quem assiste ao péssimo piadista. Então, os negros que se virem, diz a articulista. Os deficientes, deixem de mimimi, os obesos, superem a frescura. Sociedade justa é isso aÃ: um pode ferir milhares e tudo bem.
Alguém disse que o "humorista", que nem piadista é, não sai na rua ofendendo qualquer um. Isso na opinião dele, porque quem grava um programa ofendendo meio mundo pode levar os "fãs" ou idiotas que gostam das ofensas dele, a repetir o que acham legal no trabalho, metrô, ruas, bares etc. Dá na mesma. Ofensas levam a doenças de fundo emocional, racismo mata. Não perceberam ainda. Quanta cegueira.
Dá a entender que um humorista sai ofendendo as pessoas ao bel prazer. Um espetáculo de humor está em um ambiente em que pessoas optam por frequentar. Nos shows do leo lins há deficientes, há nordestinos e há negros também, que se interessam pelo conteúdo produzido.
Querida, hoje você foi desinteligente e desnecessária.
Sob essa perspectiva então devemos aceitar e naturalizar a violência contra aqueles que já são os mais vulneráveis e menos assistidos pelo estado! "Ah tah, senta lá Cláudia"!
A violência e a piada sobre a violência são coisas distintas. Não é a piada sobre moradores de rua que naturalizam essa condição, basta ir na praça da Sé para ver, sem piada, sem humor. A falta de assistência do Estado é culpa do Estado, da corrupção etc, mas não é culpa da piada. É importante saber separar as coisas. O riso do humor vem da quebra da expectativa, assim, rir de algo e concordar são coisas distintas, assim como a piada do comediante, como profissional que faz rir, e sua opinião.
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