Estou aqui em um domingo ao lado da minha namorada que é professora. Ela tem dois cargos para a sua renda ser minimamente decente o suficiente para, após duas faculdades, conseguir comprar um apartamento e um carro ano 2012. Ela está aqui fazendo a os de aula, relatórios e outras demandas. Estas horas de trabalho NÃO SÃO PAGAS. Saem literalmente DE GRAÇA. MEU CONSELHO PRA QUEM QIER SER PROFESSOR: FAÇA OUTRA COISA SE VOCE QUISER TER SAUDE MENTAL, TEMPO E RENDA DECENTE.

Fui professora em curso técnico por aproximadamente 10 anos, o valor da hora/aula 1 vez em 10 anos. Estudar, preparar aulas teóricas e práticas, corrigir trabalhos, encarar falta de respeito, falta de educação dos alunos, desvalorização pela coordenação, local inadequado como "sala de professores",ficar com fome, trabalhar doente, sem direitos trabalhistas,imensa responsabilidade por alunos e pacientes em estágios, zero reconhecimento pela escola e sociedade. Não faço mais. Condições desumanas.

o mais triste é que centenas de leitores se indignam com, o acontecido com o jovem milionário na Espanha , mas não se indignam com a sub-vida que centenas de milhares de professores levam no Brasil . Realmente, todos se esquecem que tiveram muitos professores nas suas vidas . Triste !

Ainda mais agora com o Novo Velho Teto de Gastos... Investimento em Educação e Melhorias condicionados à regras escusas. Vai dar muito certo.

Considerando as condições de trabalho nas escolas públicas brasileiras e a média salarial dos professores dos níveis fundamental e médio, até que este índice é baixo.

Ser professor neste país virou quase uma subprofissão. Se você perguntar aos outros 79% o que gostariam de ser vão perceber que a maioria esmagadora gostaria de ser outra coisa. Ainda bem que mesmo não escolhendo ser professor aqueles que vão para a sala de aula são éticos, se dedicam a carreira.

Qual o segredo do ministro Dino, quando governador do Maranhão? Que mágica ele fez para pagar o melhor salário de professor do Brasil? E mesmo assim não chega aos pés do salário de médico, juiz, promotor, embora estes passaram pela mãos e professores e certamente esqueceram ou fingem não vê.

A pesquisa retrata bem a realidade. O estágio em sala de aula em escola pública , sem condições de trabalho e com baixos salários, é um prenúncio do que vou encontrar na carreira docente. Apenas idealismo não é suficiente para escolher e seguir uma carreira no magistério.

O projeto de não educação prevalece. Um médico recebe 15 mil inicial para uma carga horária de 20hs. Um juiz ou promotor, 30 mil. Um professor, 3.000 e a mídia coloca no cérebro dos formandos em educação, que a devoção é tudo? ora, precisamos entender que por esse caminho, a educação no Brasil nunca chegará ao desenvolvimento alcançado por países da Europa. E agora com a proliferação de cursos à distância e formação online de professores, a tendência é reduzir mais. Custo e educação zero.

O salário é irrisório. Um médico inicia sua profissão, ainda como estagiário, com salário de no mínimo 6.000,formou, vai para 15.000, e em jornada de 20 horas semanais. Um professor faz estágio quando remunerado, de 1/2 salário mínimo, forma e passa a receber quando muito 3.000 reais. Um jornada de no mínimo 24 horas, somado a trabalhos que leva para casa,, fato que educação exige isso, enfim o Brasil brinca de educar e a massa finge que aprende. Triste para a massa, sina de ser sempre boi.

O problema é maior ainda já que a taxa de evasão é muito alta nos cursos de licenciatura. Dos poucos que saem 20% não querem trabalhar na área. Evidentemente o salário e as condições de trabalho são fatores importantes para alguém querer abraçar essa profissão. Isso é um problema na educação pública. Como em qualquer outra área, não é uma questão de dom, ele é salutar e desejável mas não determinante. Existem técnicas que compensam boa parte da falta desse atributo sem prejuízo da aprendizagem.

Interessante! Nos concursos públicos para Professor a concorrência é imensa! Não entendi o objetivo da matéria!

Interessante! Nos concursos públicos para Professor a concorrência é imensa! Não entendi o objetivo da matéria!

Olha, há pouco tempo saiu uma reportagem aqui que mostrava que havia formação em demasia de licenciados... Eu trabalhei em escola e sempre ficava a maioria dos interessados sem aula, era muita concorrência... Até a UTFPR, que em tese é uma faculdade de tecnologia forma licenciados. Eu não acho que haja déficit, o que há é falta de vagas e concursos. Quando abre um concurso chove candidato. O que as pessoas não querem é passar o perrengue e ainda não ter garantia de emprego no ano seguinte!

Ok, vamos lá, fui professor de história por três décadas, cheguei a seguinte conclusão: ninguém se forma professor, é uma "mediunidade' você nasce com o dom e desenvolve, presenciei inúmeros "gênios" em suas áreas , mas não conseguiam passar o conteúdo. é a única profissão no mundo que quanto mais você trabalha( ou seja ensina) menos você se cansa, pois se a sala está interessada você se empolga e "manda bala" como se diz no jargão popular, eu tive o privilégio de me "divertir" trabalhando.

É preciso tornar a carreira atrativa, com melhores salários e condições de trabalho. Quanto às licenciaturas, parece-me que, diversamente do que indica a matéria, muitas vezes falta formação teórica consistente que permita aos professores analisar e interferir na realidade.

O déficit já existe, inclusive em cidades médias, como, por exemplo, Ipatinga-MG. Estamos com dificuldades em substituir Professores em algumas áreas, que antes não ocorria, como História e Geografia. Física, Química e Biologia sempre foram deficitárias.

O texto da reportagem oferece um exemplo (involuntário) de como a sociedade brasileira vê o magistério: muitos licenciados preferem trabalhar no setor 'produtivo' - ou seja, lecionar não é uma atividade produtiva. Não basta salário - embora ele seja,obviamente, fundamental. É indispensável, também, a respeitabilidade.

Esses 19%, devem ser os mais bem formados, aqueles poucos que cursam Licenciaturas nas USPs, UNICAMPs (sic), UFMGs, UFOPs, UFRJs etc. da vida. Os demais 81% somos nós, em geral, formados, até os ano 2000, em Faculdades de "final de semana", e atualmente no sistema EaD.

Quem quer trabalhar ganhando menos que uma empregada doméstica ?