Cida Bento > Há muito a dialogar sobre programas de inclusão dos negros na economia Voltar
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Cara Cida seu texto é muito eloquente e realista, mas como alguém em outro comentário mencionou somente com uma revolução na educação pública nas periferias poderemos resgatar essa população prioritamente de afro-descendetes das garras da pobreza e falta de oportunidades.
Penso que o racismo começa ao se identificar a cor do indivÃduo em seu registro civil. Isso devia ser eliminado. Pode não parecer importante em razão da tragédia dos atos racistas. Mas seria uma atitude concreta do Estado para amparar a igualdade e emancipação das pessoas vulneráveis.
O maior processo de inclusão dos negros seria universalizar a educação pública de qualidade. Se a maioria dos pobres são negros e eles em sua maior maioria ainda estudam em escolas públicas, defende-se que o melhor caminho para inclusão seria a escola pública realmente fazer a diferença na vida dos seus estudantes. Infelizmente, não é o que se constata pelo paÃs afora, principalmente nos guetos e periferias das grandes cidades no qual a criminalidade é fator desestabilizador das comunidades!
Os negros sempre estiveram incluÃdos na economia. Afinal são historicamente a classe trabalhadora do paÃs. O que precisa aumentar é sua participação na propriedade dos meios de produção. Em vez do português no caixa e o negro trocando pneu na borracharia, haver mais negros também no caixa.
A situação é complicada, primeiro porque nem todo negro é pobre e nem todo pobre é negro. Negros são a maioria no paÃs e também são desproporcionalmente mais pobres. Se os programas de cotas fossem direcionados por renda, e os cotistas compulsoriamente trabalhassem para o estado por um perÃodo mÃnimo igual ao perÃodo da educação, com salários compatÃveis com a função. PoderÃamos ter mais negros no serviço público e menos tensão racial. É somente a minha opinião.
Há muito o que falar sobre inclusão de pobres na economia? Com certeza. Distinguir entre vulneráveis com base na cor da pele é desumano.
Pois é Flavio, da mesma forma, dois errados não fazem um certo. O proselitismo vigente usa os carentes para a auto-afirmação das camadas superiores da sociedade. Que enxerguemos pobres a partir de suas necessidades, não a partir de narrativas, pois desumanizá-los com base na cor da pela é monstruoso.
Lilian, não existe racismo do bem, mesmo quando serve de ferramenta para narrativas. A pobreza une todas as etnias (raça é coisa de eugenista) e não reconhecer isso é vil e essencialmente racista. Tirar o pão da boa de um pobre hoje, baseado no passado, é endossar o nazismo, o fascismo, o maoÃsmo e outros ismos. Os vulneráveis não tem culpa da história e esquecer isso é desumanizar os carentes para satisfazer o proselitismo burguês.
Lilian, desconsiderar o racismo é criminoso, mas existem maneiras de fazer o programa funcionar sem exacerbar tensão racial. O salário mÃnimo americano foi criado como ferramenta racista, pois se o empregador ter que pagar o mesmo salário para o pobre branco, negro ou latino, porque contratar negros e latinos. Portanto é necessário muito cuidado no desenho de polÃticas públicas para que o fins sejam alcançados. O ótimo é inimigo do muito bom.
Esse tipo de comentário me lembra os pedintes dos anos 1970 que punham uma criança loira no colo pra pedir dinheiro, porque sabiam como a mentalidade brasileira funciona. Desumano é desconsiderar o racismo em nossa sociedade.
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