Vera Iaconelli > No churrasco da firma a carne servida é a sua Voltar
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Mais uma vez sua lucidez corajosa econômica e que visa o essencial. Obrigada!
Excelente, Vera!
E se a empresa contratar minorias para gerar diversidade na famÃlia, pagando até um pouco menos, não está tudo resolvido? Achei que a mágica progressista fosse essa, embora não esteja me referindo à articulista, cujo artigo é mais uma vez preciso e oportuno.
Vera precisa como um bisturi, quando disseca a manobra pegajosa e rasteira do mundo corporativo em subverter significados, visando alienar cada vez mais as pessoas. Fazendo as não levar em consideração que estão apenas colaborando com uma gigantesca máquina de moer mentes
Corajoso artigo nestes tempos de unânimidade liberal, empreendedora e bla bla bla Parabéns
Termos como "famÃlia" e "colaborador" devem sempre deixar o trabalhador muito atento. A negação da luta de classes, ainda que esta expressão faça muitos torcerem o nariz, é uma estratégia patronal que não se sustenta no longo prazo. Parabéns, Vera, pelo tema abordado.
Quando a empresa é familiar isso é mais nÃtido. Mesmo os que chegam aos mais altos cargos devem se lembrar que não são da famÃlia controladora. Vai chegar o dia em que o Jr. será colocado como diretor e a ilusão de poder de alguns se desfaz como num verso do Paulinho da Viola.
O não reconhecimento da experiência, bem mencionado no excelente texto, me parece ser a faceta mais patogênica da rede ideológica composta por significantes a la “ famÃlia”, “colaborador” e outras armadilhas dessa neoliberal happycracia (pegando de empréstimo o tÃtulo de um excelente livro que conta com prefácio da autora) que atualmente triunfa nas relações de trabalho.
Eita, carÃssima Vera, só ficou pra traz a constatação de que a galerinha mais nova, ainda que se defrontando com a perspectiva de não ter mundo adiante, comporta-se de modo menos predatório que a velharia. Evidente, não é um treco absoluto, tá cheio de moleque predador, mas é uma coletividade menos selvagem. Não é pouco mérito, não.
Eu percebo isto também. Menos predatórios e também com uma visão mais realista do mundo e mercado de trabalho (normalmente mais pessimista). Mas eu acho que a geração mais velha ainda tem muito arraigado aquela perÃodo de hiperinflacao, emprego difÃcil, crise. Lembro bem de comentários tipo: agarre o emprego e não largue mais!
Excelente , Vera! descreveu exatamente a perversão e a frustração do ambiente corporativo, causador, sim, de doenças mentais. Por mais de 30 anos neste mercado corporativo sou testemunha viva de tudo isso. Os jovens, geração Z, que erradamente interpretei como preguiçosos, os vejo agora com outros olhos. Para que tanta ambição se a a maioria apenas vai se frustrar, se endividar, adoecer e terminar como os pais...
- Nada mais atual e fidedigno, no cada vez mais selvagem ou seria precário? ou os dois? mundo do trabalho.
A cobrança para que se vista a camisa da empresa, tenha mentalidade de dono, "somos uma famÃlia", dizem. Tudo está se tornando um enredo de filme de terror de baixo orçamento. Bem baixo, como os salários não compatÃveis com o cargo, a promoção que não vem junto com os elogios. E, no final do mês, você precisa sorrir como se estivessem te fazendo um favor por te pagar.
- Verdade, parte das empresas nunca mentiram tanto.
Uau, psicanalista Vera. Texto-ensaio dirigido principalmente aos liberais, neoliberais, e ingênuos que reproduzem ser "colaborador" (nunca é empregado, muito menos trabalhador/a), também aqueles que aceitam a ideologia do dominate de "vestir a camisa" da empresa. Que bonito! Claro, "somos uma famÃlia", que lindo é o discurso capitalista quando con-vence! Texto salvo pra divulgar.
exatamente!
Excelente análise! Sempre desconfiei desse engodo de "famÃlia" nas empresas onde trabalhei. E há quem acredite nisso... Chega a ser um golpe baixo contra os funcionários.
yoga x Churrasco x Intestino Coletivo de Carl Gustav Jung
E o seu intestino será direcionado aos interessados, povos de raça, policiais, auditores
Sim, a corrupção é a base do relacionamento do brasileiro
Essa corrupção tem nome, alienação. Esse comportamento que aprisiona os verdadeiros produtores da riqueza e o destroem. Viva o capitalismo, o verdadeiro vilão dessa triste história.
As empresas também estão em um mundo competitivo , disputando clientes com os concorrentes e ninguém tem certeza se seu negócio vai dar certo, agora se elas não oferecerem boas condições não vão ficar com as pessoas boas de serviço.
Colaboradores, famÃlia . . .
Empresas não são famÃlia, né? Tá falando de quais empresas, as minis, micros, ou individuais? Não é a essas que a autora se refere. Fala daquelas cujos negócios já deram certo ou pelo menos sempre dão para os acionistas e executivos que te massacram para que isso aconteça. Sabe aquelas metas inatingÃveis ? Pois bem, as próximas serão maiores ainda e ai dos trabalhadores se as atingirem, serão premiados com um incremento ainda maior. Afinal os retornos tem que ser sempre crescentes.
A verdade é que o homem não é bom,nunca foi e nunca será, para sermos um pouco felizes nesse mundo,temos que entender isso e jogarmos fora nossas ilusões e sonhos românticos. As pessoas,desde cedo,deveriam aprender a não acreditar em mitos e falácias criadas pelo homem,seria mais fácil encarar a vida.
Texto muito bom. Outra palavra pra engambelar os tolos é a tal "colaborador". Sua origem está no perÃodo nazi-fascista, em que se procurava negar o conflito capital-trabalho, mobilizando os trabalhadores pra fins totalitários do regime de plantão. Hoje, os "colaboradores" entregam a alma ao dono do negócio, até serem despedidos de mãos abanando. E o STF mandou a Convenção 158 da OIT para o coisa ruim. É ela que veda a despedida imotivada, que o Congresso não regula em 35 anos de Constituição.
Colaboradores, famÃlia, plano de demissão voluntária.
"Colaborador", bem lembrado. Há empregado, trabalhador, que assimila ser 'colaborador' sem pensar criticamente o quanto está sendo enganado pela 'ideologia do dominante" -patrão, chefe, dono, etc Ainda é atula o a 'servidão voluntária" conceito de E.La Boètie, ou ser 'alienado' como dizÃamos nos anos '970. Infelizmente.
Não tem nenhuma mentira em nenhum dos parágrafos da autora. A mecânica do mundo capitalista é em sua maioria, exatamente desse jeito. Existem muito poucas opções para se fugir desse modelo. Cabe a nós enxergar a natureza da difÃcil realidade humana e buscar meios de minimizar esse sofrimento. A vida adulta para a grande maioria das pessoas nesse planeta é dura e muitas vezes durÃssima. Ao mesmo tempo sinto no texto um tom infantil e melancólico de uma não aceitação da realidade a nossa volta
...uma espécie de nilismo, completamente desprovido de estÃmulos para continuar, pois a ideia do texto indus a crer numa completa falta de sentido para o modelo que vivemos, que de certo modo é real, mas também completamente desprovido de senso prático para geração de ações que possam fazer a diferença na nossa dura realidade. Esse texto tem tom 'choroso', de que qualquer ação seja inócua. Eu prefiro crer que nossas ações, mesmo que lentamente, podem ainda fazer diferença
Obviamente que esse papinho de que empresa é famÃlia é coisa do marketing das empresas que só inocente acredita ! Mas daà a chegar a esse titulo sensacionalista são outros quinhentos! Se até em famÃlia temos disputas e sérios problemas de relacionamentos porque não terÃamos nas empresas??
Eu posso vestir a camisa da empresa, mas tem que estar carregadinha de dinheiro. Como nenhuma das que trabalhei quis fazer isto, montei meu próprio negócio. A propósito: a articulista está certa, pois é basicamente impossÃvel comprar, por exemplo, um apartamento em São Paulo trabalhando como empregado, a não ser que você entenda que pagar trinta e cinco anos de prestação signifique ser dono.
Trabalhar como empregado é como ser dono de um negócio que só tem um cliente. Quando ele resolve que não precisa mais de você, é como ir à falência. Dar o sangue por qualquer empresa é a coisa mais burra que alguém pode fazer. Monte seu próprio negócio, mas não se apaixone por ele. Trate-o como um carro. Use, desfrute e venda. Monte outro em seguida, depois de tirar um tempo sabático antes do novo empreendimento. Assim será possÃvel aproveitar um pouco da vida e dos negócios.
A maioria das pequenas empresas só duram trinta meses, que é o perÃodo de contrato do aluguel do imóvel. Depois é a falência.
O melhor do capitalismo é ser capitalista? Como não pensei nisso antes?
E o que o senhor faz com o empregado que trabalha na sua empresa?
No serviço público também existe o assédio moral, eleitoral, sexual.
Nota-se que a Doutora nunca trabalhou como funcionária , ou muito pouco, ou deu azar...ou está militando, esta atividade que se tornou obrigatória. Muitas empresas diferem completamente ao relatado. Frequentemente empresas, especialmente as pequenas, "complementam " as famÃlias em acolhimento , apoio e orientação. Não são poucos os funcionários que encontram nas empresas a famÃlia que nunca tiveram. Depoimento pessoal.
Alienação processada com sucesso!
É a exceção da exceção.
Conhece alguém que foi demitido da sua famÃlia após atingir uma certa idade ou que não é mais aceita porque engravidou?
Tem empresa que é uma famÃlia mesmo. O cara contratou a mulher, o padrinho de casamento, a mulher do padrinho, os amigos e todos trabalhavam pouco e ganhavam mais dos que se matavam de trabalhar. Quem não era "da famÃlia", se ferrava. Depoimento pessoal.
A sua experiência de fato ocorre com outras pessoas mas não é a regra, especialmente em médias e grande empresas. Concordo com a autora em vários aspectos, principalmente quanto aos mais experientes e com muitos anos de casa, que passam a ser "mais caros" com o passar do tempo. Chamar de famÃlia é, em grande parte das realidades por aÃ, uma saÃda alegórica estratégica para se entingir os fins desejados. Se ainda tiver dúvidas, converse com funcionários médios até mesmo de grandes empresas de TI.
Milton, vc é exceção. Conhece aquelas histórias das pessoas que trabalharam 10, 20, 30 anos na empresa e foram demitidas em uma conversa de 5 minutos? então...
Coluna corajosa em tempos em que a moda é vangloriar as virtudes do liberalismo extremo e os deuses do mercado. Palavras sábias, realidade cruel.
Minha saborosa carne no pratinho dos outros!?
Esse, definitivamente, é o melhor texto que li na Folha em anos. E quão profundo! Quase insolúvel! Está aà o velho Marx, como não? Eu, particularmente, ganhei um honroso diagnóstico. Churrasco de carne humana. Churrasco de carne humana!
Enquanto a natureza do capitalismo for a mesma a definição do velho Marx será correta .
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