Ruy Castro > Astrud nunca foi perdoada Voltar
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A canção não 'pegou' por aqui. De Vinicios e Tom, há muitas outras mais bem mais aceitas.
Como “não pegou”. Foi sucesso de ponta a ponta do paÃs!
A cantora era sensacional. Mas...não caberia perguntar por que "o Brasil" nunca assimilou...? Talvez setores de classe média, não sei. Eram tempos difÃceis o pós-64. Imagine-se o pós-68...?! Conta-se que Baby irritou muito G. Vandré... De minha parte prefiro Pássara e Embarcação a Garota de Ipanema. E, claro, A bela e a fera, La belle d'jour, Xôte das meninas...etc.
Assim como Flora Purim, Astrud Gilberto também se exilou nos Estados Unidos. Foi uma escolha dela, e respeito. Mas reclamar reconhecimento no Brasil, lamento, não pode. Outra cantora esquecida é a Tânia Maria, que também está fora do Brasil há 4 décadas. Cada um fica ontem se sente melhor e acolhido. Astrud fez a sua escolha, mas viveu a vida toda de "um único sucesso". Mas isso não tira o seu mérito. Que descanse em paz.
Único sucesso não. Gente Rain foi outro enorme sucesso, e anos após Garota de Ipanema, e ela já era lendária antes dos 30 anos, influenciando bastante várias cantoras que viriam depois.
A Astrud eu só conhecia de nome. Mas o Tom Jobim sempre foi muito reconhecido no Brasil. Não vejo sentido em sua frase. Claro que procurando com uma lupa sempre se encontra quem não goste.
Gertz/Gilberto é uma obra-prima. Irretocável e magnÃfico.
Astrud se tornou, com sua interpretação, a própria garota de Ipanema.
Astrud era a intérprete perfeita para a bossa nova, com sua voz pequena, afinada, delicada. Seu sucesso nos Estados Unidos foi importante para promover o novo gênero musical.
A Inveja Mata!
Ela e Sergio Mendes fizeram sucesso nos Estados Unidos pela alta qualidade de suas músicas e interpretações. Carmem Miranda fez sucesso pela caricatura. Bananas e abacaxi na cabeça e muita chanchada. Tudo que o público americano pensava do Brasil. Yes, we have bananas.
Carmem era uma alegoria ambulante.
Neli. Concordo, mas fazia uma caricatura das brasileiras. E muita chanchada.
Não fale de Cármen. Ela foi,é, uma das mulheres que mais amei na vida. Nos anos quarenta, era uma das artistas mais bem pagas de Hollywood. Tinha um talento inato, destes que surge em décadas.
* Carmen
Ruy e a eterna alma de vira-latas.
Bossa-nova é uma fusion samba-jazz. Serviu para dar percussão ao jazz, já que a música negra americana não tinha percussão. É o samba que os americanos sabem tocar. Como produto, é como o café e a cachaça tipo exportação, só é consumida por brasileiros que têm dinheiro para viajar para fora do paÃs.
Sucesso mesmo, no Brasil e nos EEUU, é a Anitta; o resto é nossa nova.
A mulher fez sucesso nos EEUU, não no Brasil. Guardadas as devidas proporções, é como reclamar que o cantor Ritchie não é conhecido na Inglaterra. Astrud não foi uma cantora brasileira, foi uma cantora nascida no Brasil.
Morava em Cornélio Procópio meu prazer era ouvir rádio. Gostava de bossa nova. Astrud Gilberto uma voz tão doce,suave. Adorava Astrud e João . Também gostava de Sérgio Mendes. Em67 mudamos para São Paulo;a famÃlia comprou televisão e minha vida ao redor do rádio se findou e retornando muito tempo depois! Se foi invejada ,por fazer sucesso no exterior, não sabia. Embalou ,com o balanço de sua voz , os sonhos de uma menina paupérrima no interior do Paraná .Viva Bossa Nova! Astrud vive!
. Dorivaldo não sou procopense, passei minha infância . Não era gosto sofisticado. Eram as músicas , que agradavam meus ouvidos. Gostava das primeiras músicas de Roberto Carlos. Ray Conniff não era da minha época.
Neli, também nasci em Cornélio Procópio. Na adolescência/juventude não tinha esse gosto musical sofisticado. Mais tarde descobri que aquelas músicas que tocavam nos bailes de garagem eram standards americanos, adaptados pelo Ray Conniff.
Vanderlei: nas minhas casas sempre teve luz e de noite ia amarelando até apagar. O rádio foi a melhor invenção. sempre nos fez sonhar. Gosto muito do Paraná,.
Neli: tem raiz paranaense do lado materno. Cego, cresci ao som do rádio em Presidente Wenceslau. Quando mudamos prá Presidente Bernardes passei a morar em casa com luz elétrica e pudemos ter televisão.
Até tu, Ruy Castro, fala e escreve "soltar" no estilo do Gordo e suas americanices ("release"), pior é que pegou, ah, esse complexo vira-lata, "resiliência", "é complicado" (João Ubaldo Ribeiro uma vez escreveu crônica engraçadÃssima sobre o novo uso de "complicado", quando na maioria das vezes o mais adequado,o sentido é de "DifÃcil").
Até tu, Ruy Castro, fala e escreve "soltar" no estilo Jô Soaes e suas americanices ("release"), pior é que pegou, ah, esse coplexo vira-lata, "resiliência", "é complicado" (João Ubaldo Ribeiro uma vez escreveu crônica engraçadÃssima sobre o novo uso de "complicado", quando na maioria das vezes o mais adequado,o sentido é de "DifÃcil"). Só falta outra imitação, pronunciar The Pleittes ou meio The Pletters, quando é The PlAtters (som de nosso A, diante de 2 consoanes, há vÃdeo apesentando aquele)
Quando a gente desconhece o assunto melhor é se calar. Tem uma pá de gente perdendo tempo para dizer que não conhecia ou nunca ouviu falar de Astrud., Ela não precisa de perdão dessa gente na mesme medida que essa gente não merece conhecer ou ouvir falar de uma artista como ela !!!
Talentosa e linda.
O Brasil não reconhece o Brasil. O Brasil é vira lata, tupiniquim, preconceituoso com o Brasil. Do! Deu vontade de fazer xixi, deu vontade de fazer cocô.
Mas por que ela foi vaiada em 1966 ? Cantora de voz doce e melodiosa transcende a qualquer estilo musical. Será q ela foi vitima dos mesmos q acabaram com a carreira injustamente de Wilson Simonal.
Wilson Simonal foi injustamente perseguido pelas ""patrulhas ideológicas"" que sob pretexto de uma pretensa consciência politica cancelavam aqueles artistas q eles julgavam simpáticos ao regime politico vigente na época, foi assim com a grande Elis Regina e penso q foi assim também com Astrud.
Simonal! Era brilhante, excepcional, maravilhoso.E depois, sumiu, desapareceu, como se jamais tivesse existido. Uma pena. Foi cancelado , apagado em ,e da,vida. Nunca mais se ouviu falar. Só perto de sua morte fÃsica uma reportagem num jornal. Uma injustiça histórica . Astrud, pelo que me lembro, anos sessenta e setenta, nunca se apresentou na televisão. Não foi vÃtima não. Tocava nas rádios. E era sucesso nos Estados Unidos. Simonal a carreira era só aqui.
Wilson Simonal acabou com sua carreira - maravilhosa - sozinho; Astrud, assim como Carmen Miranda, foi vaiada por pessoas que nem a conheciam ou conseguiam apreciar o que ela cantava.
Mas por que foi vaiada em 1966 ? Ouvi no youtube Corcovado cantada por ela , uma voz doce e bela , será q foi vitima da mesma "gente" q acabaram com a carreira do Grande Simonal ?
Uma grande cantora brasileira, quem não consegue reconhecer saiba que a cultura, a arte, está aà disponÃvel. É só adquirir, não comprando, sim através da leitura e estudo.
Acho bossa nova bem chatinho, hora ou outra bonitinho. Sempre achei, mesmo antes de saber de seu pedigree e de seu selo de qualidade da ABNT. Questão de gosto e de "influencers"
Fabio, a Bossa Nova fez sucesso mundial muito antes da invenção da Internet e dos "influencers". Superficialmente, trata de uma época e de um lugar especÃfico, mas com alguma sensibilidade percebe-se o que ela tem de universal e perene. O Brasil piorou tanto que já não consegue sentir mais nada de bom e nobre.
Amigo, não é que eu nunca assimilei, eu nem sabia. Ô mania de generalizar. Você, articulista, sabia que a banda brasileira de metal Sepultura é referência no mundo inteiro? Ah me desculpe, o Brasil nunca assimilou isso e nunca os perdoou...
Sepultura sepultou Astrud?
Luxo pra uns, li xo pra outros, meus caros. Talvez a presunção de alguns artistas, articulistas e até comentaristas sejam precisamente os fatores que afastam nós, meros mortais, do gosto musical elevado que vocês julgam ter. Como cantava uma bela cantora que optou por ficar no Brasil mesmo: não quero luxo nem li xo, quero saúde pra go zar no final.
Os comentários abaixo apenas corroboram minha última frase...luxo pra uns, lixo pra outros. Não é questão de assimilar ou ter ranço de quem faz sucesso fora.
Estamos falando de música. Astrud é isto, Sepultura sabe deus...
Banda Sepultura? Ruy Castro está falando de músicas brasileiras e de músicas de uma beleza indescritÃvel. Sepultura é o lixo dos lixos!
Cresci na adolescência com a Bossa Nova. Tenho o LP Getz/Gilberto e ouvi até furar, como se dizia. Ela também me cativou e senti a perda. Essa era de ouro da música brasileira no Rio de Janeiro, será comparada a era Villa-Lobos. Tom Jobim era o condutor da máquina com João Gilberto na primeira classe.
...os quais sempre tiveram público e lançaram discos que eventualmente nunca foram lançados no Brasil. Eu incluiria nesse grupo inclusive artistas como Milton Nascimento, por exemplo. No âmbito da música erudita, não dá para esquecer o enorme sucesso nos EUA da pianista Guiomar Novaes e da soprano Bidu Sayão.
Caro Ruy, acredito que esse fenômeno tão bem descrito pelo maestro Jobim estava relacionado à influência da militância da UNE e dos Centros Populares de Cultura, que achavam que a cultura brasileira tinha de estar relacionada às reformas de base e à revolução socialista. Os temas da Bossa Nova eram vistos, por essa gente bizarra, como alienados e favoráveis aos imperialistas malvadões... Mas eu lembraria o bom número de músicos brasileiros que lançaram discos nos EUA, a maioria instrumentistas..
Rubens, você não deve ter vivido essa época. A bossa-nova era reverenciada pela juventude esclarecida.
Cara me desculpe o desconhecimento, mas além de não ter nascido na época da Bossa Nova embora conheça alguns astros como Tom, Vinicius, João Gilberto, os irmãos Valle etc.. que se destacaram com este movimento, não a conhecia , mas para não dizer que nem sabia existência de Astrud Gilberto, estranho saber que fez sucesso com o gênero nos EUA eh ao mesmo tempo foi "escondida" dos brasileiros por aqui....
Tinha dupla nacionalidade, portanto pode ser chamada de artista brasileira.
Carmen Miranda era portuguesa.
Carmen Miranda foi criada no Brasil desde criança.
Nasceu em Portugal e escolheu ser brasileira . Simples assim.
Astrud Gilberto era uma sereia. Se não soubemos apreciá-la como merecia, pior para nós.
A Bossa Nova nasceu em Ipanema e morou em Ipanema enquanto durou. Pelo Brasil afora só era conhecida e apreciada por uns poucos classe A. Tiro isso por mim: sou de uma cidade do sertão, onde só se ouvia Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Orlando Dias e outros desse gênero. Só tomei conhecimento da BN quando vim estudar na Capital. A BN tem um ritmo muito bom (jazz), um balanço agradável. A tal Garota tem uma melodia linda, mas a letrinha do VinÃcius é de doer.
Seu Eládio, que prwconceito tolo! Sou branco, classe média, brasileiro, e louco por música. Ouco de Jobim a Cartola, de Edu Lobo a Candeia, de Chico a Macalé e Caetano, de Bach a Debussy, sem esquecer Ella Fitzgerald e Nina Simone. Preconceito com música? Jamais!
Assim como quem acha elegante alguns versos tolos, só porque escritos por bon vivants ricos da decada de 60, jamais alcançará a pureza dos versos de um Cartola. Pudera, são versos de quem nunca teve tempo livre para observar loiras em beirada de praia da zona sul carioca
Quem acha Sepultura o máximo terá mesmo muita dificuldade em assimilar a beleza elegante de "Garota de Ipanema". Nada mais natural.
A letra e a melodia são uma droga, isso sim. Uma das coisas mais chatas já produzidas por artistas brasileiros. Não digo o mesmo da bossa nova, que é um ritmo bem agradável, mas essa tal Garota de Ipanema é um porre.
Letrinha do Vinicius? Como assim? A letra é perfeita. A poesia descreve com simplicidade a cena cotidiana, do ponto de vista do expectador que se prosta no entorno da praia, e é surpreendido pela aproximação de uma banhista, cujo charme lhe é irresistÃvel, e ele declara isso ao mundo, e compara aquela visão externa à aridez do seu coração praiano, cujo sentimento é uma onda que nunca acontece, mas se vê materializada naquela visão... tome uma gelada e sonhe, de preferência à beira mar, amigo..
E que voz aveludada! Interpretação sutil, presença solar, belo rosto e um jeito tÃmido, como os americanos poderiam resistir? Pena que o Stan a passou pra trás. Os últimos meses têm sido difÃceis : Gal, Rita, Tina, e agora a Astrud.
Excelente análise!
Sepultura do Brasil!
e por falar em estilo, q tal um viva para a Gisele Bundchen?
Take it easy, Paul. Para algumas almas elevadas, cultura é apenas aquilo de que gostam. Quanta pretensão...
bem se vc não entende que moda seja cultura. paciencia. ps. este frase usei para completar meu comentário anterior, devido a falta de espaco. quis lembrar que nem tudo q faz sucesso no exterior é execrado aqui.
Paul, a Gisele é um charme, mas estamos falando de cultura...
concordo que há uma verdade qdo diz q quem faz sucesso nos EUA não é bem visto aqui, algumas vezes me pergunto vendo a obra de um Antonio Adolfo, por exemplo. Mas há um outro lado quem não pode deixar de ser observado, o que dizer de uma banda como o Sepultura, que tem fãs lá nos EUA e aqui tbm, isto até aumenta o prestigio da banda, assim o mesmo ocorre, um tanto diferente, mas ocorre, com a Anitta. Musicalmente são diferentes de tudo o q vc citou ai, mas é musica tbm, seja lá o estilo,
Como berram Max e Derrick: Sepultura do Brasil!
No mÃnimo, estranho. Creio que seja o contrário. A artista é que não se identificava com o Brasil. Já nasceu alemã, estadunidense etc. Há inúmeros artistas brasileiros consagrados no exterior e que permanecem fazendo sucesso no Brasil, pois esses verdadeiramente se identificam com os brasileiros e os costumes do PaÃs de origem.
Mantenho o disse. Azar o seu.
Marie Santos, o que você escreve é a sÃntese da arrogância, a personificação da mente elitista. Se a artista cantou em inglês, francês ou hebraico, nada disso altera a imagem dela perante o público brasileiro, assim como o marido dela.
Meu Deus: quanto preconceito!
Quanta bobagem por centÃmetro quadrado. Astrud se fez ouvir em português nos EUA numa época em que isso era impensável. Tb gravou em inglês, mas julgar q ela não se identificava com o Brasil só por causa do nome... Sem comentários.
"Para nós, aqui, tanto faz: se um brasileiro estoura nos EUA, não pode ser perdoado." Caro Ruy Castro, acredito que o sentimento ou ressentimento que se relaciona a esta sua frase está mais calcado no recalque germe de uma indiferença ou ignorância pragmática. Mas pode ter certeza, nem precisa fazer sucesso ou vender milhões nos EUA para ser "ignorado" e pouco considerado. Basta querer realizar um sonho pouco comum, aqui mesmo na sua terra, como álbum de música profissional, por exemplo. (Sigo)
Não espere reconhecimento ou muito menos... audiência. Mas pode esperar muitas "frechadas". E saiba... as de pertinho, aquelas ali do vizinho, do "amigo", dos "parentes", dos chegados, são as que doem mais, porque são mais venenosas com a "estricnina", sabem onde dói mesmo, e não erram o alvo na "táubua" do "Tiro ao Ãlvaro", que o Adoniran elucidou e que a Elis eternizou. A Bossa Nova é F... viu! Por isso que a Astrud ficou na Filadélfia.
BelÃssima homenagem, Ruy. Aliás, estava mesmo esperando um texto seu sobre a magnÃfica Astrud.
Agradar aos americanos é critério que contrange a sensibilidade brasileira? Não ter feito sucesso aqui depõe contra alguém? Eu, hein?
Na mosca! Quer homenagear a amiga falecida, não nos meta nisso. Mania besta, sô.
Tom Jobim foi profético quando disse que o Brasil não gostava dele. Muitos que lerão as linhas de Ruy Castro hoje devem se perguntar: Astrud quem? Sergio quem? E possivelmente se fariam as mesmas perguntas sobre Egberto Gismonti, Smetak, Uakti e muitos outros artistas brasileiros brilhantes e "desconhecidos".
Duas falas antológicas do Tom: Sucesso no Brasil é uma ofensa pessoal; e (comparando Brasil e EUA): Lá é bom, mas é uma m*erda; aqui é uma m*erda, mas é tão bom...
Acho que Jobim exagerou na dose. Em minha opinião ele é unanimidade fora e aqui. Sinatra o considerava o maior compositor de sua época. Tenho um dileto amigo francês que certa vez me disse que não conhecia nenhuma música dele que não fosse maravilhosa. Tenho centenas de conhecidos brasileiros que são fans de carteirinha de Tom Jobim. Penso que junto com Cole Porter e George Gershwin ele forma uma trÃade imbatÃvel.
A verdadeira Garota de Ipanema ser vaiada no Rio. Pois é.
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