(continuação) Toda criança deve ouvir um não. Do contrário, ela concluirá que não há limites no mundo. Isso tem que ser aprendido em casa, na família. A primeira noção de autoridade advém dos pais. Taí o exemplo dos "filhinhos de papai", que não conhecem limites: não respeitam nenhuma autoridade. Em um mundo sem regras campeia a anomia. Dito de outro modo, anarquia. Freud pontificou: "Civilização é renúncia." A falta dela é barbárie.

Esse deus, pelas frases do texto, é uma abstração do pai. Ele aparece para a criança antes de tudo como uma instância negadora. Mas isso é importante para seu desenvolvimento, como ressaltava o Lacan.

Muitos têm uma visão romântica de Deus e um mundo onde todos são bonzinhos, como o bom selvagem de Rousseau. A Escritura já vaticinara: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria." Como o próprio articulista menciona, a história é o testemunho do que funciona. Nenhuma civilização ao longo da história existiu ou existe sem ter tido normas restritivas. Toda norma sem sanção, isto é, sem punição, é inócua, nula. Não é obedecida. (continua)

(continuação) Toda criança deve ouvir um não. Do contrário, ela concluirá que não há limites no mundo. Isso tem que ser aprendido em casa, na família. A primeira noção de autoridade advém dos pais. Em um mundo sem regras campeia a anomia. Dito de outro modo, anarquia. Freud pontificou: "Civilização é renúncia." A falta dela é barbárie.

Perfeito. É o desde sempre presente uso oportunista do "temor". E vem piorando.

Não sei se eu entendi. E estou falando com sinceridade. Eu olho e vejo várias maneiras de como a humanidade se relacionou e se relaciona com o sagrado. De fato o medo é a pior escolha. Não dá pra crer em um Deus que usa seu poder (na verdade imaginário) para criar medo. Mas não é a único conhecimento ancestral sobre o sagrado que podemos conhecer.