O país está tratando bem da situação. Longe da perfeição, nosso maior problema não é com os negros, e sim com os pobres. Vide taxa de juro de 14 porcento. Como 45 porcento ou mais da população é parda, como eu, é bem claro que o brasileiro em sua grande maioria não é racista, tanto que nos misturamos. Nossa energia tem que ser gasta em unir o país com harmonia, ao invés de ficar enfatizando os problemas de uma minoria, que com certeza está na elite, como exemplificado neste artigo.

As elites financeira, agrícola, comercial, burocrática, jurídica, militar e religiosa brasileiras constituíram seus patrimônios com a chaga escravocrata. E a sociedade, majoritariamente, tem nessas elites seus mirantes. Urge começar pelas escolas o ensinamento sobre essa chaga racista, para termos novas gerações civilizadas.

Como disse o presidente de Gana se a África fosse rica e desenvolvida muitos queriam ter pele mais melanizada. Vc não vê preto ou negro no AGRO, donos de Bancos, donos de rede lojistas, resta estudar e muito para sair da linha da pobreza.

Lamentável a situação da pobre senhora, lamentável usá-la para narrativas, reduzindo o foco no papel da vulnerabilidade social nessa questão. Pobres são considerados da mesma forma por nossos oligarcas, ferramentas úteis de todas as cores, facilmente descartáveis. Enquanto as majestades eleitas e ineleitas, inalcançáveis pelas leis dos mortais, usufruem da escravidão direta ou indireta dos atendidos nas UPAs, desviamos a discussão, deixando escapar o classismo perverso da nossa sociedade.

Desembargador do TJ de Santa Catarina, ah tá...