Ruy Castro > Hollywood nas garras da IA Voltar
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Hollywood!? E quem assisti a isso? Não fossem pelos trabalhadores, podiam fechar. (Abner Nazaré Cândido)
Ruy do céu, justamente ontem assisti a um curta na Netflix, da série Black Mirror, chamado "A Joan é péssima", em que a personagem central é recriada digitalmente em uma série, contra sua vontade. É excelente, entre divertido e angustiante, e aborda exatamente essa prosa que você nos traz. É um bagúio horrÃvel, na verdade: não vi o Indiana, nem julgo o uso do "deepfake" autorizado, mas é um treco cabeludo, meu caro. Vale a pena assistir.
Boa sugestão, Marcos. Netflix? Vou procurar ver hoje ainda.
Enquanto alguns atores estão preocupados com a IA, outros parecem aceitá-la. Harrison Ford, que agora está com oitenta anos, pediu para usar IA. No filme "Indiana Jones and the Dial of Destiny" , os produtores usaram imagens de Raiders of the lost Ark, ao invés de usar um dublé. A voz de Darth Vader, de Star Wars, de James Earl Jones, noventa e dois anos , pode ser usada mesmo depois de sua morte. A IA divide os atores.
Caro Marcos, a capacidade desses Graphics chips da IA é impressionante; utilizam processamento paralelo, um chip de IA da Nvidia tem oitenta bilhões de transistores e custa cerca de trinta mil dólares. Eles usam esses chips para irem treinando os sistemas de IA para simular a vida humana. Eles podem sincronizar o som e o movimento dos lábios e colocar a voz do Darth Vader na imagem do Harrison Ford. Estaremos fritos ou "chipados" no futuro.
É Vito, por enquanto, divide atores e intelectuais. A depender de como avance, dividirá ainda mais o mundo inteiro: é preocupante a capacidade destes sistemas interferirem na vida social - que já anda bagunçada pacaramba, convenhamos. É um treco de causar um arrepio, mesmo àqueles que não se rendem as teorias mais distópicas...
Um detalhe: não se faz mais astros como antigamente.
Considerando os roteiros de ultimamente, bem vinda IA! Tomara seja realmente inteligente (e não somente um sofisticado algoritmo de correlação) e faça melhor, ao invés de meramente ressoar a ruÃna atual.
Essas suas pÃlulas sobre a história do Cinema são sempre muito interessantes. Mas a vida muda, e os grandes astros fazem bem em evitar a superexposição. Pudera, no último Top Gun somente, Tom Cruise deve ter feito mais dinheiro do que James Stewart a carreira inteira. Se bem que com a pulverização dos streamings, talvez essa era também esteja vivendo o seu epÃlogo.
A felicidade não se compra passa de vez em quando no telecine. É um documento histórico daquela época de idealismo da era Roosevelt nos EUA. A prova de que é um cult foi sua citação num episódio do seriado Big Band Theory
O que aconteceu foi que os filmes vendem muito menos ingressos hoje do que décadas atrás. Se você olhar o número de ingressos vendidos ou a bilheteria real, ajustada pela inflação (que mede efetivamente o sucesso do filme, não a bilheteria nominal, pois o poder de compra do dólar de 40, 50 anos atrás é muito superior ao de hoje), verá que a arrecadação de Top Gun não chega nem perto de E o Vento Levou, do primeiro Star Wars e da Noviça Rebelde, por exemplo.
Xiiiiiii, meu caro, se a sociedade tivesse juÃzo, desligava ao menos o volume no intervalo comercial. E *nunca* clicava em link de propaganda. Nem dava joinha no feice, pra que o sistema não tivesse informação sobre si. Mas... Vamo que vamo, sendo vendidos como produto.
O que mudou é que os filmes hoje vendem muito menos ingressos que antigamente. Se vc pegar a lista de filmes que deram maior bilheteria (a bilheteria mesmo, ajustada pela inflação e não bilheteria sem sentido, com valores nominais (o poder de compra do dólar décadas atrás era infinitamente superior ao atual)), o que Top Gun vendeu de ingressos é muito pouco comparado a fenômenos como E o Vento Levou (1939), Star Wars (1977) ou Noviça Rebelde (1965).
E falando no Stewart, esqueci de comentar : se a sociedade tivesse um mÃnimo juÃzo, o filme A Felicidade Não Se Compra deveria ser exibido todo ano em horário nobre. Nada contra Esqueceram de Mim, que é bem divertido. Mas há clássicos e clássicos, e aquele é uma ode à vida.
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