Blogs Cozinha Bruta > Por que restaurantes do Peru deixam os brasileiros no chinelo? Voltar
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A gente não quer só comida. ' a gente quer comida, diversão e arte' Bom, perguntemo-nos que significa para o povo de Lima ou Peru ter esses restaurantes premiados. Será que os premiados pratos estão mesa do povo? Sua renda permite saborear sua própria produção premiada. Eu tenho renda que enquadra na faixa dos 20% e não tenho a menor condição de consumir pratos chiques de SP. Dane-se a alta gastronomia, seus clientes e seus prêmios. Gastron. que interessa eh a do meu prato e dessa coluna.
Brasileiro, principalmente paulista, se gaba de comer bem em restaurantes e votar ainda melhor. Na verdade, não faz bem nenhuma das duas coisas. Nossos restaurantes ditos "cosmopolitas" são um embuste.
Olá, Marcão! Gostei muito das hipóteses sobre o reconhecimento da cozinha peruana. Observo apenas que enquanto a imagem na reportagem reconhece ambos PÃa e Virgilio, o texto deixa a JanaÃna da Casa do Porco de fora. Abraço.
A Casa do Porco pode ser muito boa, mas tem um hype e um storytelling que forçam a amizade. E custa caro, especialmente por te fazer esperar horas em uma fila. O serviço de restaurante, penso, também deve oferecer um conforto além da comida. E eu não saio da minha casa para pegar filas dignas de Caixa Econômica no primeiro dia útil do mês.
O casal se separou: ela ficou com o Bar da Dona Onça e ele com a Casa do Porco.
Realmente, nossos nós são mais urgentes. Os números dizem que 33 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar. Isso num paÃs que se diz o maior fornecedor de proteÃna para o mundo e que se exibe também como um dos maiores desperdiçadores de alimentos.
Eu adoro esta coluna e admiro este colunista. A-do-ro. Gracias!
Luis, em nenhum momento desmereci a cozinha brasileira. Muito pelo contrário, tenho muito orgulho da nossa comida. O ponto é: em um lista de 50 restaurantes, temos 1 representante brasileiro, ocupando o 12 lugar. O perú tem 3, dois deles nop top 10. Não temos que aprender?
Eu fui no Ryo e no Central, mas é claro que você que nunca foi em nenhum deles sabe qual é o melhor.
Eu nunca fui ao Ryo, mas lembre-se que além da comida, vários outros critérios tb são avaliados... e em relação ao central, nunca tive a oportunidade de ir, entretanto, pelo que conheço da comida peruana, dúvido não fazer jus ao premio
Não, não temos. Essa lista é puro marketing. A Casa do Porco nem sequer tem estrela Michelin e está lá em cima porque o casal Rueda é marketeiro. Assim como aquele Mocotó também é puro marketing. E o tal Atala é marketeiro. O melhor restaurante do Brasil, o Ryo, é melhor do que o Central e não aparece nessa lista. Mas aà é só pra quem entende.
Ao que parece, a maioria dos comentários aqui demonstram conhecimento limitado a Lima. Sugestão: Andem pelo interior do Peru e saiam das matérias pasteurizadas dos meios de comunicação - sejam elas quais forem. Intelectualzinhos que repetem frases feitas acrescentam pouco ou nada ao debate. Tendeu? Não! Vc tendeu nadica de nada! Que dureza!
Acho que quem não entende nada do assunto é você. Os principais e mais estrelados restaurantes do Peru trabalham com frutos do mar, e não com Cuà e choclo.
Qualquer assunto colocado no plano ideológico gera uma enxurrada de comentários. Os jornalistas do futebol observaram isso é agora falam de tudo, menos futebol. Voltando ao tema, os restaurantes normais e não estrelados do Peru também são muito bons e em geral melhores que os brasileiros. A realidade é que a gastronomia por lá virou uma técnica, um saber respeitado, e atrai talentos. Por aqui também acontece bem menos, e anda comercializado demais.
Achava que o JB cover tinha sido demitido depois daquela fatÃdica matéria em que ensinava os leitores a fazer um queijo quente, o supro sumo da falta de assunto.
Transparece um comentário tupiniquim com mágoas. Toda alta cozinha ao redor do mundo é feita pela classe dominante. Diferencia, dentro dos paÃses, a melhor ou pior distribuição de renda que não vem ao caso. Os preços destes restaurantes não são acessÃveis nem para a classe média. O comentário social sobre Lima, se tem dois ou três bairros, é dispensável e, em SP, quantos bairros caracterÃsticos tem? Que diferença faz? Comente sobre as qualidades e os motivos que qualificaram os restaurantes.
Você está mal informado. Na Tailândia e no Vietnam, apenas para ficar em dois exemplos, a melhor gastronomia está nas ruas. Tanto é assim que na Tailândia há uma senhora que cozinha omelete de siri na rua que tem uma estrela Michelin, coisa que a tal Casa do Porco não tem.
Os preços destes restaurantes não são acessÃveis nem para a classe média - Um jantar para duas pessoas no restaurante Central passa facilmente dos três mil reais. Os mesmos três mil reais na Casa do Porco são suficientes para alimentar bem mais que um casal.
Texto e análise excelentes, Marcão!
Isso, o Peru é muito bom de mktg do paÃs, souberam se posicionar e se vender, eles criaram uma MARCA PERU (branding do paÃs) com site, logo etc que está em todo lugar (adesivos, camisetas), coisa que o Brasil não fez e nao tem (aqui o muda a todo governo, é ligado ao governo). E como turista acho que tem uma melhor estrutura para estrangeiros do que o brasil (minha impressão e tbem o que ouço qdo converso com gringos). Eles fizeram o que o brasil não fez ou faz.
Temos coisa boa no Brasil sim. O problema que a maioria é caipira e bairrista. Fica no desgastado eixo Rio / São Paulo. Natal, João Pessoa, tem um restaurante de frutos do Mar, que deixa qualquer um no chinelo. Sem falar, na belezas das casas! Brasilia, também tem excelentes restaurantes! Curitiba, o Madalosso ainda é um dos melhores. Em todos esses, já fui, e não me decepcionei.
Em setembro vou tirar essa história a limpo!
Pescados. Este é o segredo. No Brasil a cultura dos frutos do mar é escassa.
Além dos pescados, os alimentos produzidos ao longo da costa, especificamente, entre a cordilheira e o mar, como na região de Lima, mais os alimentos produzidos nas altitudes mais elevadas da cordilheira, mais os alimentos obtidos na Amazônia peruana propiciam uma variedade de itens rarÃssima. Apenas como referência o cardápio deste restaurante informa a altitude onde foram cultivados alguns dos alimentos servidos.
Lima foi sede do “virreinato” (Vice-reinado) espanhol e durante muito tempo abrigou a elite da monarquia, dos altos funcionários públicos, etc. Essa gente trouxe modos muito peculiares para Lima, se isolou dos aborÃgenes e ao longo dos anos procurou diferenciar-se o máximo possÃvel, até os dias atuais. Ou seja, a referida tradição alimentar da elite vem de longuÃssimo tempo. Apenas como referência um jantar para 2 pessoas no restaurante Central passa facilmente dos três mil reais.
Gostei da abordagem!!
Independente de questões polÃticas, sociais e econômicas. A culinária peruana se destaca é pelo SABOR brindado por ervas e ingredientes de conhecimentos ancestrais. Obs: Bauru-SP, tem um restaurante peruano, localizado em um bairro não elitizado e próximo de uma comunidade. Sempre cheio e frequentado por pessoas com solvência econômica.
Pessoas com "solvência econômica" seriam mais ou menos inflamáveis?
"pessoas com solvência econômica"! Adoro os eufemismos da classe média brasileira. Uma pessoa.muito pobre pode ter "solvência econômica" se paga suas dÃvidas e há gente muito rica próxima da insolvência. O que serão estas pessoas com "solvência econômica"?
Assunto mais fútil. Temos outros bem mais importantes do que cuidar de temperos. Para começar há falta de onde usá-los.
A análise sociológica de sabor marxista atrapalhou analisar a comida de lá. Não tentou dizer sequer o que se come lá. Pena.
Talvez o Brasil, na intenção de macaquear americanos e europeus, Rio e SP são mestres nisso, tenha perdido um pouco a mão e a identidade. E digo isso não só em culinária, infelizmente.
Ótima coluna, e provocou comentários muito interessantes. Food for thought.
Quem sabe, também não é a brancura desses chefes que estimula os premiadores? Ao contrário da maioria nas nossas casas gastronômicas.
Essa tal de Benassi tá completamente desinformado, Helena Rizzo é considerada a melhor chef do Brasil e é mulher. Bel Coelho idem. E Morena Leite. E Mara Salles. E Roberta Sudbrack. E Gabriela Barreto. E Carla Pernambuco. E Aldaci dos Santos....Paola Carossela é uma argentina marqueteira, nem sequer conta como chef brasileira.
Será, Aderval? Parece-me que a maioria dos chefes "finos" são brancos e homens. A JanaÃna Rueda acho que é exceção à regra, bem como a Paola Carosella - embora brancas, são mulheres; ambas são exceção também quanto à gentileza, me parece, fogem da habitual brutalidade de chefão na cozinha.
Excelente reflexão!
Errado o pensamento de que a culinária peruana não imita a europeia . A cultura peruana simplesmente não é tão complexa com estrangeirismos porque não teve maciça imigração europeia do centro sul brasileiro onde milhões de italianos , portugueses , espanhóis , alemães , poloneses , libaneses , japoneses e por aà vai constituÃram a base da culinária do centro sul . O norte e nordeste não teve essa influência então por que não estão no mesmo nÃvel que no Peru ? Seu texto desconhece a complexidade
Bem, Caio, o Peru não teve nossa diversidade de imigração, foi predominantemente espanhola, né? A despeito disso, do conquistador europeu, a presença indÃgena, ao que me conste, é *muito* maior do que na nossa sociedade.
Ao vencedor, as batatas, hein, Marcão? Morro de vontade de provar aquela enorme variedade de tubérculos do Peru, meu caro. Meu cunhado é peruano, e o que cê falou é bem interessante: ele havia dito uma vez que, em Lima, bobeou, come-se o mesmo prato no Mercado Municipal e no finérrimo. Eu não tinha entendido o que havia por detrás, agora caiu a ficha. Todavia, como eu tô mais pra bugre do que alecrim, não creio que irei nem n'algum fino peruano, nem na Casa do Porco. Basta-me o mercadão de Lima.
De fato a comida peruana é muito boa e diferente, agora comum aqui, o ceviche, além de carne de lhama e de cuy (porquinho da Ãndia), e outras comidas, mas o Brasil tem inúmeras comidas tÃpicas regionais. São diferentes até para nós mesmos, dependendo da região que mora, para ganhar esses ranking ou constar seria pegar essas comidas regionais, gourmetizar e cobrar caro num ambiente legal, fazer uma boa divulgação e propaganda, pronto está no ranking.
Não me lembro onde li, Roberto, um "chefão" falando que desapegou do Michelin de tanto trabalho periférico que dava. Periférico à comida propriamente dita, né? Resolveu ser mais simprão, dar relevo somente à comida e viver melhor - e acho que aliviou os funcionários também.
O principal não falou: um paÃs de ingredientes incrÃveis, variados, abundantes e com frescor de terra e mar inigualáveis.
Está falando do Brasil, né? Kkkk Mais variedade de ingredientes, frescor de terra e mar (e rio) que o Brasil não tem!!!
Errado. A culinária do Peru é superior porque à corrente de Humboldt, que atravessa todo o litoral peruano trazendo as águas geladas do ártico, fornece frutos do mar e qualidade muito superior ao Brasil. Pelo mesmo motivo, a culinária chilena também supera o Brasil, mesmo sendo um paÃs minúsculo em comparação.
Ih, ficou irritadinho? Sim, frutos do mar, qualquer pessoa que entende o mÃnimo de gastronomia sabe que restaurantes estrelados se fazem com frutos do mar. Tanto que a tal casa do Porco não tem nenhuma estrla michelin, e também tem frutos do mar no cardapio, mesmo sendo uma cozinha do interior.
"frutos do mar e qualidade muito superior ao Brasil". A comida peruana vai muito além dos "Frutos do Mar" citados. Acorde e ande pelo paÃs e não fique somente em Lima. Tendeu? Não! Provavelmente vc tendeu nada. Nadica de nada!
aliás, arroz chaufa é maravilhoso.
marcão, sempre sensato.
Obrigada pelo artigo. Só acrescentaria o saber milenar dos Incas na agriculta, com produção de diferentes tÃpos de milhos com técnicas impressionantes. Pude entender isso visotando os sÃtios arqueológicos da região do Vale Sagrado.
Realmente me deixou com saudades dessas viagens, entretanto em questão de variedade arqueológica e de natureza, o Peru vai além dos incas, foi lógico o primeiro lugar a visitar, mas as culturas pré incas são fascinantes como no deserto do norte, tumbas do Señor de Sipán em Chiclayo, palácio de adobe de Chan Chan em Trujillo, ao sul a linhas de Nazca e a reserva natural de Paracas em Ica, vale a pena explorar mais o paÃs.
Ah, os milhos! Além das batatas, outra coisa que mindá água na boca são os milhos, pretos, vermelhos, variados. Boa lembrança, Sabrina. "Ótima": agora vou comer um medÃocre pedaço de pão, porque a boca ficou assanhada... Hahah!
O sabor dos alimentos peruanos é fora de série, a desigualdade social é sim um problema, mas não pense que a boa comida é para um grupo seleto. As misturas de milhos, pimentas e batatas de muitas espécies, por se tratar da América Latina faz parte do realismo mágico. O Perú não é apenas um conjunto inesgotável de golpes de estado, e por falar em comida, já experimentaram a Carapulcra Chinchana?
Eita, Edgard, nunca, nas gostei do nome: carapulcra chinchana. Num güentei e fui lá na pitonisa, né? Carapulcra tem uma cara boa! Apetitosa.
Concordo com o fato de que poucas pessoas tem acesso aos mais famosos restaurantes peruano. Entretanto, ao que tange a gastronomia, o Brasil tem muito a aprender com o Perú. Tive a oportunidade de morar no paÃs por três meses e conhecer alguns estados. Fiquei impressionado com a qualidade e a capacidade criativa dos peruanos com suas comidas. A complexidade dos molhos, a variedade de ajÃs, a utilização por completa dos alimentos e tudo isso pagando poucos soles.
Luis, em nenhum momento desmereci a cozinha brasileira. Muito pelo contrário, tenho muito orgulho da nossa comida. O ponto é: em um lista de 50 restaurantes, temos 1 representante brasileiro, ocupando o 12 lugar. O perú tem 3, dois deles no top 10. Não temos o que aprender?
Três meses não é morar, três meses é férias prolongadas.
Passe 3 meses em Recife ou Belém
Me surpreende você conhecer a qualidade e criatividade dos peruanos e desmerecer as maravilhas das cozinhas mineiras, baianas, paraenses, goianas e tantas outras. Precisa viajar por aqui também é se surpreenderá!!!
Parei "no que tange". Triste! Muito triste.
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