Hélio Schwartsman > A onda do secularismo Voltar
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Talvez a religiosidade maior dos EUA seja devido à sua tradição de pluralidade de igrejas desde a independência. Nos paÃses europeus, sempre houve predomÃnio forte ou do catolicismo ou de alguma igreja reformada mais ou menos ligada ao Estado. Nesse ambiente, a religião tende mais facilmente a se tornar uma formalidade, que perde força com o tempo.
Cada um é livre para acreditar no que quiser. Até os cientistas se digladiam com ideias as mais estapafúrdias possÃveis sobre o universo como sendo uma simulação, em sonho dentro de um sonho, a realidade não é essa que imaginamos, etc.. Portanto, se a crença em algo, seja o que for, é útil para uma pessoa lutar contra uma doença, depressão, dependência quÃmica, evitar tragédias, etc, que seja estimulada e não combatida
Com o avanço da ciência e da popularização do conhecimento, os mitos são jogados para dentro do baú do esquecimento, incluindo nesse grupo os folclores religiosos.
Percebo que no Brasil parcela significativa da esquerda vem se declarando ateia para se opor à extrema direita do Deus acima de todos. Não creio, porém, que sequer 10% desse contingente de fato seja cético. Em 89, com meus 16 anos e simpatizante das candidaturas de Lula e Roberto Freire (PCB) dizia ser ateu, mas aquilo era um comportamento rebelde compatÃvel com minha tenra idade. De lá pra cá passei a admitir que acreditava, questionar, duvidar, até, infelizmente, desacreditar do sobrenatural.
Eu acredito que quase ninguém acredita no que dizem os religiosos, mas por medo de serem refutado com a ira dos que vivem da fé, se nega a assumir que não crê. No Brasil, se fizer uma pesquisa de quantas pessoas frequenta igrejas, verá que muitos fingem serem religiosos, mas nunca vão a igreja. Mesmo porque há quem não acredita em nada, mas enxerga na religião alguma importância. Eu sou filho de um pai que nuca foi a uma igreja, mas me ensinou as duas orações que uso até hoje.
Para organizar um pouco essas orientações todas, divida-as em dualistas e monistas. As religiões são dualistas. Elas dividem matéria e espÃrito, razão e fé, apesar de terem uma teologia, uma fé explicada e calculada nas relações de causa e efeito, lógica, etc. Pra mim, isso é só um tipo de narcisismo, de um endeusamento de si mesmo, uma projeção para o universo do intelecto de um microorganismo, que vive em um cisco de rocha e metal viajando pelo espaço infinito.
se Deus é brasileiro, como ele permite que só elejam de-mônios aqui na área? Inclusive, pas-tores, pas-toras, reli-giosos etc.
O que vejo crescer exponencialmente é o número de pessoas sem religião definida, que já não aceitam a morte como fim da existência, o que equivale a se separar Espiritualidade e Religião. O mesmo já não ocorre entre os ateus- não os agnósticos- que permanecem irredutÃveis ao associar a descrença em Deus ao fim da vida. Isso sim mereceria um estudo multidisciplinar e nunca foi feito, tanto mais considerando a profusão de pesquisas que demonstram o acerto daqueles e o equÃvoco destes. Namastê!
Espero que seu texto confuso tenha chegado à conclusão que os certos são os que possuem a crença no fim da vida como única certeza. Os deuses a gente guarda pros que precisam de consolo
A religião é um fator de desequilÃbrio na sociedade moderna. Antes, a anima era um componente da estruturante. Agora, só uma faceta idiossincrática. Podem rezar. Mas não muda nada.
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