Sérgio Rodrigues > Literalmente latente, mas talvez não Voltar
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Literalmente um desabafo.
Sobre a força semântica do uso na linguagem, Wittgenstein foi literalmente latente....rs
Hahahahah, eu, quero estar morto e sendo levado de liteira à minha cremação! Cara, eu tenho uma implicância da qual não consigo me lembrar no momento: deve ser porque em português, e o "lemão" me pegou! Ah, sim: "relevar". Uai, aquilo que "tem relevo" não é o digno de nota? Então por que sujeito diz "ah, releva tal coisa" quando, justamente, pretende-se o sentido de "não dar importância"? Será "sentido patente", Serjão? Diz aÃ, mas em Libras: capaz da lÃngua de sinais ser menas contraditória!
Lembrei-me de três casos brasileiros: "absolutamente", que no sentido enfático de "não!", não se afasta tanto do "literalmente" no uso surrealista dado à palavra no presente; "pois sim" e "pois não", que trocam de sentido ao atravessar o oceano; e o mais emblemático: "puxar" que deriva de "empujar" — e que leva turistas no estrangeiro a tentar abrir portas para o lado errado!
Benassi, os espanhóis supõe que "empujar" venha dum tardo latim "impulsre". Já o inglês "push" vem do francês "pousser", do latim pulsre, que seria o frequentativo de "pellere". Significando empurrar, sempre... Que puxar derive de empurrar joga um pouco de névoa na tese defendida pelo Sergio... Quanto aos celacantos: somos nós dois fósseis da mesma era.
Uai, MaurÃcio, sabe que a confusão do "puxar" eu atribuÃa ao "push", em inglês? Agora, em relação a essa palavra, pra mim, nada mais misterioso na infância do que aquelas inscrições num botão vermelho do elevador: "Premer pára Puxar parte". Meu, era muito obscuro, muito arcano. Depois, na adolescência, veio uma frase prima dessa, só que pixada: "Celacanto causa maremoto". Hahahah!
Sempre achei interessante o caso do substantivo "crÃtica", que quer dizer tanto opinião, quanto opinião negativa.
Que nem "discussão", que pode ocorrer tanto de modo pacÃfico quanto na forma de bate-boca mortal - aliás, bater as bocas deveria ser só ato de amor, né não? Hahahahah!
Tenho visto, de queixo caÃdo (figuradamente), certo comentarista esportivo dizer: "Fulana, você é ridÃcula! Absurda!", quando quer elogiar a jogadora... Pode???
Muito divertido você Marcos. Adorei. Abraços
O "absurdo", como forma contraÃda de expressar "absurdamente boa", vai que vai. Mas o "ridÃculo" é norte-americano, não é não, Vera? E os Tugas, que quando algo é sensacional, dizem, convictos, "Bestial!" Não sei se pega aqui no Brasil... Em BrasÃlia, depois do retorno do peçoau lá do convescote português do Gilmar Mendes, até pode ser.
Gostei do texto, é triste e divertido, mas fiquei com a impressão que ao invés de "A rigor" seria " Em rigor".
Puxa,eh você o 'sabichao prepositional' que engendrou o novo artigo rs. Puxa, lamento mas se sentir mal lembre que a consequência foi um bem a todos que aprenderam um pouco sobre o 'sabichonismo preposiolcional'.
Mais uma caro Sérgio: penso que o mal uso de uma palavra ou expressão forte como "literalmente" pode provocar a sua extinção, apagamento, cancelamento ou lacração... para ser mais "atual". Ou seja, assim como muitas riquezas da natureza, a palavra pode e deve ser usada, mas deve ser preservada.
Caro Sérgio q isso de você "estar literalmente (no Céu)... até lá", demore muito, e q literalmente esteja vivo sem perder o sentido e força. Curto o q escreve! Este texto parece ter sido "roubado" por meio do google/smartphone deste falador distraÃdo. Esqueço q tudo q a gente fala este ladrão da IA delata pra todo mundo via 5G. Aà vem o Sérgio e escreve sobre aquilo q vem me incomodando já há algum tempo. Pô... brincadeirinha. Você está sempre atento/ligado meu caro... em outras conexões. (Sigo)
"Literalmente" está sendo abusada, drogada e prostituÃda pela mesma modinha que fez padecer "narrativa", "reflexão" e a personagem "Christiane F." Você disse: "No inglês, o emprego de "literalmente" quando se trata de sentido figurado, como simples marca de ênfase, já ganhou a chancela de certos dicionários. O uso é poderoso mesmo." Porque vicia e influencia, pior do que influencer e crack... É uma droga.
Hahahah, "pior do que influencer e crack" é Soda! E cigarro, não esquece do mardito! Hahah!
Entender não é sinônimo de desculpar, mas eu fico com a impressão de que quem usa "latente" com o sentido de "evidente" o faz porque é acometido daquilo que Luiz Fernando VerÃssimo já tratou com maestria numa crônica, a sensação de que aquela palavra deveria significar outra coisa. Afinal, "latente" (ainda mais aplicado a dor, como no exemplo) não parece algo que lateja, algo "latejante"? E estar morto de cansaço não soa menos exaustivo que estar literalmente morto de cansaço?
Ôôô, Humberto, mas aà cê faz Guerra com os implicantes! Hahah, não resisti, desculpaê. Meu caro, mas aà reside uma confiança "latejar", né não? Nenhum psicanalista diria pro cliente que ele tinha um "desejo latejante" pela mãe - a menos que já a tivesse atacado de Fal em riste.
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