"odiar um deus em que não se acredita, o que acaba por se tornar a atitude típica dos ditos machões ateus." Não me parece que o ódio está direcionado ao deus das religiões, mas ao que humanos fazem em nome deste(s) deus(es). Se a bancada da bíblia (ou qualquer outra religião) tem padrões morais que quer seguir, ótimo. Nem perco meu tempo pensando nisto. Mas o ódio a este deus e religiosos proselitistas não é injustificável.

A crença em Deus é semelhante à crença no Estado. Gostamos de acreditar que algo nos protege e ampara. E que é muito mais poderoso que qualquer instância particular. Aliás esse é o núcleo da filosofia de Hegel. Tem muita força entre nós.

Ao falar dos que acreditam em Deus mesmo preferindo que ele não exista Coutinho me evocou a lembrança do Quinca das Mulas, personagem de João Ubaldo Ribeiro no conto “O Santo que Não Acreditava em Deus”.

Coutinho, bem sei do que dizes: num aeroporto, uma senhora trêmula, na cadeira ao meu lado. Puxou prosa, perguntou a hora; creio que queria se distrair do terror de voar. Eu, achando que lhe fazia um bem, falei que "não há o que temer, é seguríssimo; ademais, a morte é rápida: plaft, caiu no chão, 'cabou, nao se fica estropiado no hospital, sofrendo. Pois minha vizinha fez uma cara péssima, foi ao banheiro e não voltou pro meu lado. Se eu acreditasse em inferno, ia pra lá bem-intencionado...

Eu cheguei ao ponto de não acreditar na existência de Deus, mas até rezar para que ele exista! Só não quero é pagar dizimo nas igrejas...

Assunto rico mas inopinadamente encerrado deixando órfãos quase todos os improváveis leitores...! Fui ..!

Sem comentários...!

Tema profundo, mesmo em se tratando de um quê humorístico...! Poderia ter sido bem mais desenvolvido pois acredito não limitar espaço um jornalão das dimensões (físicas/virtuais/digitais) que tem a FSP...! Digo isso porquê quando o cronista parecia ter encontrado a verve, o conteúdo e até a dramaticidade cósmica do objetivo a que havia se proposto (será...?), encerra inopinadamente o texto deixando literalmente "órfãos" seus (já im)prováveis leitores...!

Muito bom!

Costumo dizer que cada um preenche o próprio vazio existencial da maneira que melhor lhe convier

Acreditar no deus bíblico ou no Saci-Pererê tanto faz: são somente lendas....