Juca Kfouri > É hora de falar de eutanásia Voltar
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Minha solidariedade ao autor.
Texto brilhante, corajoso, humano...Juca demonstra definitivamente ser um dos grandes cronistas deste paÃs, tão infestado de medÃocres na imprensa.
o texto de Juca Kfouri tem a dimensão de um manifesto, um dos mais importantes da Folha nos últimos dez anos, o tema da morte digna, atrelado ao princÃpio constitucional da dignidade da pessoa humana, precisa ser discutido no paÃs.
e, Juca, meus sinceros pêsames pela perda da sua irmã.
Grande texto! É preciso acabar com a hipocrisia. Esses conceitos vagos, baseados num deus vago. E quem não acredita? Por que ser obrigado a acatar os conceitos?
Muito importante.
A mulher do Aldous Huxley injetou a pedido dele uma boa dose, se não me engano de mescalina, e o escritor doente morreu no mesmo dia. Eu acho que a famÃlia deveria ter a opção da eutanásia, mas jogar a responsabilidade para cima dos médicos num hospitalÂ… tenho dúvidas.
Como cristão, eu não acho que a despenalização da eutanásia significará algum fim do mundo. Na verdade, ainda que seja despenalizada, o juÃzo ético e moral de nós, cristãos, continuará existindo, de modo que as duas coisas podem correr juntas: de um lado, o entendimento cristão de que há uma proibição moral de espoliar o moribundo do ato de viver e, de outro lado, a opção legal de quem queira encerrar a própria vida. Quem não for cristão, poderá optar ou não pela eutanásia.
Apoiado. Esse debate, assim como o aborto no Brasil, há de ser tocado; pelo bem e saúde das mulheres, dos idosos e dos doentes. Meus pêsames pela sua perda.
É hora de falar de eutanásia, sim, mas acontece que o conservadorismo e obscurantismo tomou conta dos parlamentares, e de parte da população ignora tal assunto. Ignorância voluntária e religião tomada como fanatismo não contribui para o avanço civilizatório. Esta gente determina se devemos ou não continuar sofrendo, sem esperança, sem direito a escolher. E quem paga a conta de médicos, enfermeiras, hospitais, de um doente terminal?
Em pleno século XXI , a religião continua o entrave . Dona da vida!
Eita, São Juca, que surpresa encontrá-lo a essa distância da bola ou da polÃtica! Olha, todÃssimo apoio: vida longa, morte rápida; vida boa, morte idem; autonomia, na vida e na morte. Há quem queira morrer devagar, se despedir com calma - que vá devagarinho, com todo o conforto que se puder dar. Quem quer morrer rápido, uai, não poderá escolher? Quem tem uma dor que só se mitiga com a inconsciência, que deseja que aquilo termine, pô, haja respeito por aquele ser humano. Falta de consideração.
A sedação no processo ativo de morte deve ser feita até o nÃvel de mitigar o sofrimento do paciente. Não há limite considerado seguro, ou ético, pois a morte virá, independente do nÃvel de consciência. Também não pode ser atribuÃdo abreviamento, uma vez que dor intensa e sofrimento aceleram todos os tipos de liberação hormonais, que concorrem sim para agravamento das disfunções fisiológicas. Não sabemos exatamente o que aconteceu, mas é necessária a manifestação da sociedade dos CP.
Juca, sinto muitÃssimo pela sua perda.
Juca, a oferta de cuidados paliativos é procedimento consagrado, e visa exatamente mitigar o sofrimento, de pacientes e familiares envolvidos. Estranho que, segundo você, ela não tenha recebido a devida sedação
Eu não quero receber cuidados paliativos.l e prolongar o sofrimento daqueles que me cercam. Não quero também investir dinheiro nisso! Vida longa e sofrimento curto para todos!
Excelente, Juca. Conheço muita gente que teme ter a vida prolongada à custa desses sofrimentos extremos.
De pleno acordo. O Brasil só vai se tornar paÃs de 'primeiro nÃvel' no que tange a direitos humanos quando tivermos direito a eutanásia e descriminalização do aborto e das drogas. Caso contrário, ficamos reféns da mentalidade obscura travestida de 'cristianismo'.
Excelente
"Mana" vive caro Juca. Está se recuperando e aliviada de não ter tomado decisão tão extremada. Pena q vc não acredite. O sofrimento de "Mana" elevou seu espÃrito.
Porque a Folha não tem mais jornalistas corajosos e geniais como Kfouri???
Juca, estou lendo o livro "Heresia" da Betty Milan e é um livro que contribui bastante para o tema.
Veja que curioso: você só passou a defender a eutanasia, nesta altura do campeonato, só depois que viu alguém proximo sofrer assim. Como pode querer que a população defenda a ideia, sem ter tido a mesma experiência?
Para isto que serve um bom colunista, fazer as pessoas pensarem.
Acho graça quando defendem o prolongamento dos momentos finais dizendo que Deus é quem escolhe a hora da morte. Ora, que Deus é esse que quer ver o ser humano sofrer tanto? Além disso, na maioria dos casos acho que Deus já queria ter levado a pessoa antes, mas ficam fazendo de tudo para prolongar o sofrimento, indo contra a vontade Dele.
Juca, maravilhosa sÃntese de tão importante questão! Você disse tudo o que eu penso e defendo sobre a eutanásia! Um abraço de solidariedade, daqui de Floripa!
Juca, te mando um abraço acolhedor. Mas nossa humanidade não está preparada para ser humana. Ainda não.
Grande Juca! Acredito que a não aceitação da finitude e a necessidade de proteção contra o sofrimento sejam as principais razões psÃquicas para a criação das religiões. Tanto é assim que todas elas, s.m.j, têm como dogma outras vidas após a morte. Pessoalmente, creio que ela seja uma só e que estejamos aqui por uma absoluta contingência do destino. Que o seu fim seja o mais sereno possÃvel e que ninguém tenha o direito, por crença ou fanatismo, de impedir que assim seja.
Concordo plenamente.
Exatamente esse é minha posição quanto a esse sofrimento inútil que é imposto as pessoas que querem tem um final de vida sem dor para si e angústia para a famÃlia. Percebo sim dificuldades com a famÃlia não querer ser responsável por terminar uma vida , de alguém que não querem perder e, os médicos que não podem arriscar serem responsabilizados e sofreremos consequências legais desse ato. Devemos sim resolver essa questão para o bem de todos.
" o homem é um cadáver adiado ". Ao médico resta ajudar sobretudo na condução boa morte, afinal que ela venha nos buscar com a tua melhor roupa.
Sou muito fraca pra dor, temo um fim de vida sofrido, não gostaria de ficar dependente, dar trabalho, tirar a vida saudável de terceiros para meus cuidados, não sei se teria coragem da eutanásia, mas sou simpatizante, apesar de achar que é um suicÃdio assistido.
A vida de cada um pertence a si próprio. O Estado e os religiosos fanatizados não têm o direito de dizer como devo morrer. Não tenho nenhuma pressa. Mas, se algum dia tiver, não autorizo ninguém a decidir por mim.
Concordo totalmente com o Juca. Viver é poder andar , rir , falar , reclamar , amar e tudo mais , menos ficar num leito refém de dor e cuidados que nada resolvem. Só quem ja viveu esta realidade , sabe o sofrimento e a sensação de impotência que passa. Precisamos muito falar deste assunto.
Gol de placa, Juca. Viver é uma coisa, existir é outra.
Uma pessoa realmente religiosa deveria estar preocupada como a vida do espÃrito, e não com o prolongamento artificial da vida de um corpo. Nenhum velho tem medo de morrer. Essa é carga mais bem distribuÃda de toda a vida. Um velho tem medo de ficar uivando de dor por meses a fio ou imobilizado numa cama porque interessa à indústria farmacêutica que seu corpo se transforme numa fonte de lucros. A religião não deveria servir de respaldo ideológico para a ganância. Deus não tem nada a ver com isso.
A vida é minha. Eu deveria ter o direito de finalizá-la quando eu quisesse.
Impecável o seu texto, Juca. Mesmo quem não é religioso e não acredita em Deus pode aceitar os benefÃcios para as pessoas adeptas da fé, seja ela qual for. Mas invertendo os polos, os religiosos e as instituições não deveriam impor regras de como viver e como morrer em um Estado laico. É necessário e urgente separar religião de Estado. Que cada um possa decidir como deseja morrer se isso nada provocar de mal a outros que nem sequer o conhecem. Chega de irracionalidades impostas. Roberto Gervitz
A hipocrisia religiosa impede a Legalização do aborto e da eutanásia, esses vendedores da "palavra" de deus são os mais espertos, não querem perder o dinheiro fácil.
Enquanto as pessoas não compreenderem que a morte é tão natural como a vida, não avançaremos nesse tema, afinal, o que prevalece, é a esperança de um milagre, alimentado por falsos cristãos. Triste realidade!
Na verdade existe também o adoecimento de quem cuida, que é grave e pouco falado no paÃs. Adoece junto.
JK, primeiro, meus sentimentos a você e à toda sua famÃlia, pela perda e pelo sofrimento na dolorosa despedida. Concordo plenamente com tudo em seu texto; não é aceitável que dogmas determinem como devemos viver e, principalmente, morrer.
Assim como o aborto, a eutanásia deve ser um direito do cidadão. Não importa se temos ou não religião, se acreditamos ou não em vida após a morte etc.: a pessoa que está em estado terminal deve ter o direito de escolher se quer ou não continuar vivendo. Discuta-se o assunto e aprove-se lei sobre isso. Quem não quer não deve ser obrigado a fazer.
As rarÃssimas vezes que concordo em gênero, número e grau com o Juca. Curintianu é complicado.
A Colombia já deu esse passo importante de respeito ao ser humano.
Estamos mal. Veja a dificuldade para tratar quem precisa de derivados da cannabis.
Os hospitais precisam ter uma ala dos que recebem tratamento paliativos, senão vira um depósito de gente para morrer ao lados dos que ainda teriam esperanças, principalmente numa enfermaria ou nos corredores do pronto atendimento. Várias macas de onde a morte fica murmurando. Muitas vezes o parente deixa o paciente lá e vai embora esperando a comunicação de sua ida no conforto de sua casa, enquanto os demais vão ao desespero.
Olá Juca! É a primeira vez que eu leio sua coluna. Parabéns pelo texto, o tema e suas lúcidas ponderações! Concordo em gênero, número e grau com tudo que você escreveu e cada vez que esse assunto é citado na folha eu me manifesto favorável porque precisamos definir essa questão com a máxima urgência no Brasil!
o tratamento paliativo tem seu alcance, mas chega um momento no hospital publico vira um deposito de velhos para que não morram em casa. Geralmente o pronto socorro os recebe e fica cheio ate nos corredores, sob argumento de que espera um lugar na enfermaria. Mas a próxima movimentação provável é para necrotério. Se consegue a enfermaria, leva o paciente com possibilidade de recuperação ao desespero com aquela morte ali do lado murmurando para os demais. Complicado.
Pela sensibilidade, esse tal de Armando deve ser me
Véi, de onde vem tanta bobagem? Bebeu?
Perfeito, Juca, perfeito. O debate se circunscreve em até que ponto as opiniões de uns podem e/ou devem submeter a vontade individual de cada um em relação a questões que são de seu exclusivo interesse. Estabelecido o direito ao casamento gay, ninguém que não seja gay (nem mesmo eles) está obrigado a se casar com alguém do mesmo sexo. Estabelecido o direito ao aborto, ninguém estará obrigado a abortar. Permitida a eutanásia, ninguém estará obrigado a optar por ela.
Filme you don't know Jack, com All Pacino.
É um debate muito pertinente. Por questões religiosas, provavelmente eu não faria , mas respeito o direito de quem pensa diferente. Como bem salientou Juca, o Estado é laico. Portanto, deve se ter liberdade para escolher a opção que melhor convier ao paciente e famÃlia. Assim como se deve respeitar o direito de se ter uma religião ou não. Meus sentimentos a toda a sua famÃlia, Juca Kfouri! abs
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