A grande maioria dos brasileiros não vivia em 1985 quando a ditadura acabou, para eles a ditadura, o estado novo, são coisa longínquas. A Kombi não, os fuscas não. Politizar essa publicidade só serve para quem tem 75 anos, como eu, e viveu a repressão e a falta de liberdade. A grande maioria dos brasileiros nem entenderia a politização dessa bela peça publicitária.

Eu não esqueci os males da ditadura nem da contribuição nefasta da Volks, mas eu adorei rever a Elis mesmo com recurso da AI. Meu primeiro carro foi um Fusca e andei muito de Kombi, que era vista de forma depreciativa por muitos daquela época. Ah e eu gosto muito dos três filhos da Elis. Talentosos e gente boa como a mãe!

Penso que se trata de uso indevido de imagem, poderia ser até uma homenagem, se não fosse mais uma propaganda. (Abner Nazaré Cândido)

Pior é a Folha que apoiou a ditadura e agora virou garota propaganda do carioca governador de São Paulo, um dos expoentes da extrema direita fascista e golpista.

Respondendo para quem Julga a empresa hoje! Vivi o período da Ditadura ,aprendi em minha longa ,divertida, e cansativa ,vida:não se julga o passado direto do presente. Até porque o passado é estanque, inalterável do presente. Se pudesse modificar, o presente não seria o mesmo. O atual boiadeiro criticou, dias atrás, a Revolução Industrial: e seus seguidores, por não pensarem, endossaram. Uma heresia intelectual, hoje,aqui e agora, olhar para o passado e criticar. O Passado se Estuda no Presente.

Marilúcida, querida, me parece que não carece de tanto ziriguidum. Propaganda é, por padrão, uma mentira - há exceções, mas a regra é apelar pros afetos, sejam esses bacaninhas, sejam aqueles de macho irresistível usando o desodorante tal. Ou aquela inefável boa vida familiar com margarina(?), de tudo protegida pelo seguro Auto(??) y outras cositas más. É tudo um grande blefe, uai. Truco: a Volks é o que é e foi, a Maria Rita ganha a vida, e o peçoau do marquetingue nos enrolando como sempre.

Mariliz, vamos falar sobre os carros que o seu empregador emprestou para a ditadura sequestrar e praticar assassinatos? Tem depoimento de funcionário do DOI-CODI comprovando que a Folha colaborou ativamente com a perseguição ideológica e o assassinato de quem era contra a ditadura. Quem trabalha no jornal não pode fingir que nada aconteceu.

Natural que a empresa alemã tenha apoiado a revolução de 64. A Alemanha era o coração da guerra fria, com metade do país invadido pelos russos.

" regime violento instaurado no país em 1964". Vamos dar o nome certo: ditadura.

Me emocionei com o comercial. Podem me apedrejar. Passei a infancia, entre fuscas e brasilias. Era crianca, não tinha consciencia da ditadura lá fora. Na adolescencia, namorava num passat com outro adolescente, que viria a ser meu marido. Videos embaçavam, como no comercial. Anos 90, cara pintada, andava de carona numa parati, sonhando ganhar dinheiro para me libertar dos onibus lotados. Querem que eu me desfaça das minhas memorias ? Que problematize tudo?

O comercial é sobre os 70 anos da VW Brasil e o tema é a presença dos seus produtos ao longo de gerações de brasileiros, conseguindo ser mesmo emocionante. As críticas anteriores alegam que a VW apoiou a ditadura, o que é verdade, mas eu gostaria de saber se estes críticos - os que puderam - nunca tiveram um carro da VW por motivos ideológicos. Também criticam o uso da imagem da saudosíssima Elis. Bem, isto ficou na conta da Maria Rita. Os críticos fazem uma avaliação ideológica de cada produto?

Se ele estivesse viva permitiria seu uso em um avatar?Caberia a familiares essa decisão? essa deve ser a pergunta, pois ela está participando de um comercial associando sua opinião e imagem a uma determinada marca mesmo morta e sem chance de defesa.Confesso que eu jamais autorizaria pós vida qualquer uso, eu acredito que esse deva ser o debate sobre a IA e seus avatares pós morte ,a colunista tenta embaralhar a opinião pública...

Como muitos brasileiros tive um Fusca 68 e na sequencia 4 Brasíliasu e quanto à época embarquei também naquela de pensar que apoiava grevistas e até minha casa armazenava alimentos para montar cestas básicas e distribuir ao pessoal em greve. Parei de entrar nessa de criticar um passado que nos legou tipos que hoje mandam no país e para governar exige aviões de luxo, enquanto o mesmo pessoal que passava fome e o aplaudia, depois de quase 14 anos mandando no país esses coitados continuam com fome.

Eles venceram e continuamos a contar o vil metal sob a vigília de Deus…

Belchior se estivesse vivo, possivelmente, se juntaria a Ze Ramalho Fagner e Geraldo Vandré com parte do cérebro paralisado e com broche do Bolsonaro. Maria Rita está viva e é responsável pelo uso da imagem da mae, que fletou com a ditatura. Todos eram talentosos. Mas nao somos como nossos ídolos, ainda bem.

O comercial é lindo! Uma obra-prima! Parabéns a VW e a agência. Um mergulho no passado para minha geração

Sem reparação, não há relaxamento.

Meu!!! O mundo tá muito chato, podemos deixar ele só como um comercial e q tá maravilhoso? Muito legal ver Elis e Maria Rita juntas, como nossos pais, trazendo de volta uma fase da propaganda em que tínhamos esses “filmões” contando histórias de um jeito mais poético. Odiamos a ditadura e não sabemos como é a VW hoje mas podemos olhar só pro novo contexto e ter uma folga de tanto cancelamento? Quem tínhamos mesmo que cancelar já cancelamos, no 5x2.

"Algum brasileiro das gerações passadas não teve pelo menos um? (Fusca)" É sério isso?

Excelente texto. Se contrapõe à estupidez dos radicais, incapazes de ter memória afetiva, almas envenenadas e infelizes que vêm tudo pelas lentes da luta ideológica.

Algum brasileiro das gerações passadas não teve um? Que país seria este se a resposta fosse não, que beleza. A pergunta é para amigos, parentes, conhecidos, claro, não para a esmagadora maioria que anda e andava em trens e ônibus lotadaços e nunca tiveram nem Fusca nem carro nenhum. Tampouco boas lembranças de nenhum meio de transporte. Assim como a ditadura, a realidade não fácil, e a miséria se sobrepõe e se sobrepunha a tudo.

Falou falou e não chegou a conclusão nenhuma... A peça publicitária é um lixo sob todos os aspectos, técnicos, éticos, históricos, musicais Indefensável

É da natureza de todo liberal não entender ou escorregar na relativização histórica da luta contra a ditadura. Liberais estavam em peso ao lado dos militares, salvo honrosas exceções. As brasilias e fuscas parecem tão simpáticos que Mariliz não entende o “ranço” da esquerda. “Ditadura que nada, meu pai tinha uma kombi estilosa……..”

Belo texto. Pontos que nos fazem respirar e viver as lembranças sem grilos.

Ai, que saudade que tenho da época em que os brasileiros eram técnicos de futebol e "carnavalescos".Hoje,todos são médicos,analistas políticos,infectologistas,historiadores,comentaristas de todos os assuntos possíveis,sociólogos,cientistas de todas as áreas.A propaganda(como toda a publicidade)é o coração do Capitalismo.Há lembranças de "fé ingênua";só isso.Quantos não se sentiram órfãos quando Elis morreu?Triste é uma sociedade que precisa de heróis(não lembro quem disse isso).

excelente ponto de vista. isso pq ainda nem está entrando no debate da IA, sendo usada sem freio....

Somos quem somos hoje por termos conteúdo que nos permitem compreender melhor a História do Brasil. Foi uma ideia infeliz que não suporta uma análise um pouco mais profunda. A Maria Rita é sempre transparente. Não quero julgar a Maria Rita. Enfim.

Sou músico profissional, faço arte e, observando pelo lado estético, achei um horror. Considero saudável o debate.

IA nunca saberá quem foi Elis. Nem sentirá o que era Elis. Além do mais, muito mal elaborada. Coitada dela e de Belchior! Aff

O dindin fala mais alto.

Poderiam deixar os mortos descansarem em paz.

Eu me lembro bem da Elis cidadã, tão genial e irreverente como a Elis cantora, e da tristeza profunda que senti pela sua morte prematura; lembro de Maria Rita menina, de óculos, vizinhos de bairro que fomos; e agora com o timbre maravilhoso da mãe; o comercial ficou lindo, emocionante, mas acho que ela jamais toparia fazê-lo! Ia enfiar uns palavrões em quem o propusesse! Elis, Maria Rita e o gigante Cesar Mariano, gênios brasileiros...

A Folha apoiou mais do que a Wolks, o golpe de 64, pior também apoiou o golpe de 16 e apoia o absurdos juros que enchem o bolso do bilionário proprietário, com os impostos dos menos favorecidos.

O pessoal de agora ama julgar o Passado. Se pudesse modificar o passado, certamente, o hoje não seria o mesmo. Gente que não pensa, falta de maturidade intelectual, apedreja o passado, como se o passado pudesse ser julgado. A esquerda é incoerente: tirou o nome do Costa e Silva do Elevado e mantém o nome da avenida Marechal Tito que homenageia o ditador da Iugoslávia. A ditadura foi militar, civil não entrava, tanto que o Vice Pedro Aleixo não assumiu quando Costa e Silva morreu.

Elis é uma memória linda, emocionante. O resto é um comentário inútil e chato.

O comercial é lindo e emocionante. Sorte daqueles que conseguem apreciar algo pelo que é, sem precisar problematizar tudo.

O comercial é muito bem feito! Entretanto, pra quem conhece a trajetória da Elis e do Belchior consegue inferir que eles não concordariam com esta abordagem e produção. Ainda mais pra esta letra em específico!