O comercial é sobre automóveis. Aí os valentões da internet começam a falar de ditadura. Pessoal, a triste verdade é que provavelmente os pais, mães e avós de vocês apoiaram os milicos. Poucos eram contra. Pouquíssimos tentaram enfrentar.

Belchior já vem sendo deturpado há pelo menos vinte anos, quando comecei a ouvir "Como Nossos Pais" em missa de formatura. Se a VW contribuiu com a ditadura ou não, tem que ser apurado noutro local. No mais, o comercial ficou excelente. É bom que a geração pluma se acostume com os deepfakes. Eles vieram para ficar.

A música não é bem sobre a relação pais-filhos, é o pessimismo de uma nova geração. E a VW tem sua parcela de culpa no cartório pela ditadura, de forma que a lacrada não colou.

Nossa, quanta gente ressentida com tudo e nada ao mesmo tempo e que não compreenderam o contexto da publicidade...

É só reparar que os críticos são jovenzinhos que sequer eram nascidos mas pensam saber a "vibe" da época e como nós sentíamos e interpretavamos a letra de Belchior. Limitem-se a curtir Anittas, Pabblos e Gusttavos, os ícones destes tempos culturalmente ocos.

Se o comercial serviu para jogar luz sobre horrores da ditadura, então valeu mesmo. Os jovens não viveram sob o governo militar e precisam ser alertados para que não fiquem babando para Bolsonaro e seus pares. Abram os olhos para que isso não volte a acontecer.