Thiago Amparo > Por trás do deepfake da Elis Voltar
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Talvez a Elis preferisse uma relação com a modernidade (inteligência artificial) não associada com gente e/ou empresa que apoiou e financiou tortura, morte e ditadura. A propaganda é bonita e tal, mas o "novo que sempre vem" certamente não é ganhar dinheiro a qualquer custo.
Spartaco gentileza me informar se você foi médico aqui na Prefeitura de Criciúma!
Deepfakes são produções audiovisuais manipuladas por algoritmos de aprendizado de máquina, que combinam têcnicas de processamento de imagem e inteligência artificial . É bom nós prepararmos para o novo.
A técnica é serva da ética e da decência. Acredito que Elis Regina não hesitaria a dizer 'não' à louvação publicitária de uma empresa que usou trabalho escravo em seu paÃs de origem e colaborou aqui com o regime ditatorial.
Devo estar ficando louco. Achei tudo de um tremendo mau gosto, de cabo a rabo.
Ficou quase bom. Se não tivesse se apropriado de dois Ãcones da cultura que muita gente, eu inclusive, conhece razoavelmente bem: Elis e a canção de Belchior. Elis talvez não concordasse com a interpretação canhestra, limitada, desvirtuada, da canção de Belchior. Não vou nem imaginar como reagiria Belchior com relação a isso. Talvez ambos topassem a peça publicitária, que certamente paga bem, mas escolheriam outra canção, ou outro tom. Mas aà estariam vivos e senhores de suas decisões.
Tudo pelo dinheiro! (Abner Nazaré Cândido)
Anúncio de mau gosto, que deturpa os papéis e as obras de Elis Regina e Belchior. Eles jamais concordariam com essa falsificação grosseira, do ponto de vista ético, ainda que tecnicamente bem realizada.
A utilização da IA vai continuar gerando temores, tremores e muitas discussões, seja sob o aspecto ético, filosófico, sociológico, jurÃdico, psicológico, etc. Mas não se trata de uma novidade. A revolução industrial apresentou-se ameaçadora aos trabalhadores. A fotografia foi, inicialmente, um ponto de interrogação entre pintores. Até que houvessem os devidos ajustes, correções e acomodações. A sabedoria popular (ou Marcel Proust) lembra que ¨o tempo é o senhor da razão ¨
Aproveitou a polêmica para capitalizar e problematizar.
BelÃssima a construção poética do texto e seu conteúdo! O Thiago se passou!
Spartaco gentileza confirmar se você foi médico aqui na Prefeitura de Criciúma
A costura da letra da música com o conteúdo do texto é primorosa. Impacto estético e ético.
De acordo, caro Orasil! E um forte abraço em vc!
Estou enganado ou este texto sobrescrito na letra de “como nossos pais” tem algo de IA na sua autoria?
Acho que mais importante é entender como um veÃculo sem parte frontal, ou seja, q não amortece eventual colisão, deixando vulnerável condutor e carona pode circular
O autor propõe uma ótima reflexão. Questão filosófica, e até de direito, que vai fomentar discussões por muito tempo.
Excelente texto. Coisa de black mirror: querem que as pessoas vivam infinitamente sem perguntar se elas querem isso.
Problematizar tudo e todos e simplesmente ignorar a sensibilidade de uma relação de mãe e filha rompida drasticamente ainda na infância é algo digno de psicanálise.
Pobre de quem se nega a aproveitar as poucas coisas boas e emocionantes que ainda nos restam, preferindo fazer um tratado ético, polÃtico, inútil e desnecessário! Não gosta, vira a folha, pula a postagem, muda de canalÂ… sei lá! Não escolha sofrer!
Repiso-me, linda Manifestação, Maria CecÃlia. O povo não sabe que o passado é imutável, inalterável.
Vc não entendeu. Texto (que gostei bastante) não rejeita nem recomenda o deleite, emoção ou indignação sobre o produto de mÃdia a que se refere. Ao contrário, acrescenta elementos pra quem quiser degustar e pensar, convidando a fazer ambas as coisas, com uma pitada de sabor de paródia literária. Mas se pensar te é custoso, vire a página você.
Linda manifestação. Parabéns.
Aprendi em minha Longa vida que nunca julgar o passado no presente, até porque o passado é imutável, não se modifica do presente. Eram outras as circunstâncias. Vivi o perÃodo da Ditadura, lembro do dia primeiro de abril de sessenta e quatro. A ditadura foi um atraso para o Brasil. Acabou com:Segurança Pública, Educação,Ferrovias e deixou de brinde a hiperinflação. Julgar hoje? Não dá para voltar,se desse o presente não seria o atual. O comercial me fez chorar de emoção ao ver a Eterna Ellis.
Fátima: esse comercial me pegou de Surpresa. E me encantou porque vi a Mamãe Elis e sua talentosÃssima filha Maria Rita. Lembro de seu rostinho triste quando Elis se foi, sempre abençoei aquela menininha de longe.. Ver documentários? Mas, neles não tem Maria Rita! Vi Elis nos anos sessenta, Fino da Bossa, na televisão e auditório . Vi Elis em show . Uma das poucas cantoras que saà de casa para ver show.E chorei muito quando Elis se foi.
Dá pra ver a eterna Elis Regina em vários documentários e ou programas dos quais ela participou - esses sim, de verdade - e se emocionar com ela - de verdade....
Anúncio lindo! Parabéns pra quem conseguiu juntar duas cantoras maravilhosas, música perfeita pro contexto (independentemente que o contextodela fosse diferente), imagens emocionantes, tudo com criatividade e uma qualidade impressionante! Quanto às questões apresentas neste artigo, são relevantes, mas não neste contexto onde uma marca (que hoje não é mais representada pelas pessoas de ontem) está comemorando 70 anos de história. Sinto muito, não se tem nada mais interessante pra se denunciar.
Marluce: como a senhora sabe que Ellis não concordaria? Tem o dom de retornar ao passado e inserir na mente de alguém? Penso que Ellis iria ficar feliz, vendo que deixou uma grande herdeira musical, com uma voz tão linda quanto a sua. E seus talentosos filhos.
Com certeza Elis não concordaria com seu comentário!
estará atualizando as tábuas da lei
Em breve Moisés
Ele na verdade está colocando em questão a ética desse tipo de tecnologia, que na verdade acaba sendo a nossa. Afinal, será que a Elis toparia fazer esse comercial, ainda mais com essa música super emblemática? A questão é essa, quanto ao comercial, é bonito mesmo, ele nem entra no mérito da produção em si.
Na minha opinião deve ser feito uma norma ou uma lei que obrigue esses vÃdeos gerados com auxÃlio de IA informar o telespectador que tal video ou parte dele foi feito com essa tecnologia.
O seu Elio Gaspari comentou outro dia em sua coluna que Schultz Wenk, presidente da VW no brasil, que desfilava num fusca ao lado do presidente JK, havia sido um moço entusiasta da juventude Hitlerista. Filiado ao partido nazista dois anos antes de sua chegada ao poder. Ou seja, nunca existiu bobo no futebol.
Grato pela indicação de revista acadêmica! Parabéns pelo texto!
Que texto primoroso, Thiago Amparo!!
Se fosse só a Volkswagen a única colaboradora da ditadura seriam razoáveis os comentários. SQN. Tantas empresas, setores e bancos fizeram o mesmo e não foram criticadas dessa forma por um lançamento de um modelo que faz parte da nossa história.
Também é possÃvel entender que há momentos em que uma Kombi é apenas uma Kombi, e que uma propaganda emocionante é apenas uma propaganda emocionante. Enxergar sempre a cizânia acaba sendo óbvio. É que no fundo de tudo o que nos rodeia há apenas interesse, ódio e egoÃsmo. Algumas distrações e futilidades servem para tornar a vida mais alegre do que triste.
O desejo mais profundo dos humanos desda as cavernas: manter viva a memoria. Das pinturas ruprestres até o deepfake, maravilha! para as questões juridicas, sempre se encontra uma solução
Excelente texto! Mas, penso que em todas as discussões que li, estão focando só na Volkswagen e na famÃlia da Elis Regina. E a empresa de marketing que aceitou o serviço? Também fechou os olhos para a relação da VW com a ditadura? Aceitou por quê? Vil metal é a resposta.
Muito bom. Também fiquei constrangida quando vi o anúncio.
Excelente reflexão.
Acho que de modo geral pessoas famosas não deviam fazer publicidade. Incluindo herdeiros faturando com a fama dos pais. Mas há poucos que seguem essa linha. Um deles que me lembro é o Chico Buarque.
Muito bom. Escrito com sensibilidade filosófica e com arte. A Folha, a despeito das demissões de figuras importantes, ainda mantém biscoitos finos em suas prateleiras. Aleluia!
Depois de ter feito tudo tudo que fizeram, viraram dinheiro no bolso dos herdeiros. Rimou.
Caro Thiago, essa crônica me emocionou demais, tanto pelo conteúdo quanto pelo uso das palavras dessa icônica canção, tão bem empregadas. Teremos pela frente muitos motivos para resistir... Que as benesses edulcoradas da tecnologia da informação não nos deixem anestesiados! Valeu!
É uma questão polêmica. Isto me lembra o maestro judeu, Daniel Barenboim, quando executou as ValquÃrias de Wagner e foi condenado pelo parlamento israelense. Ou o possÃvel viés racista de Platão e escritores como Monteiro Lobato. Será mesmo que devemos banir suas obras ou devemos contextualizá-las?
Não sei se sua comparação é válida, Luiz. Seus exemplos citam indivÃduos. No presente caso, trata-se de uma multinacional e de uma poderosa equipe de marketing e propaganda. Esta última, aliás, esquecida nas discussões que li. Estão focando está só na Volkswagen e na famÃlia da Elis Regina. E a empresa de marketing que aceitou o serviço? Aceitou por quê? Vil metal é a resposta.
Elis era combativa, jamais se rendeu ao vil metal enquanto viva. Sua filha não a conheceu, conviveu com o mito que é a mãe, nós que somos da geração da mãe sabemos mais sobre ela que a filha. Lamento por Elis e por sua filha.
Nely, uma criança pequena não tem capacidade para conhecer, no sentido mais profundo, a personalidade de um adulto. Mesmo que esse adulto seja sua mãe. Acho que foi isso que a Zueleide quis dizer.
A Maria Rita chegou a conhecer a mãe sim. Como apaixonada por Ellis, lembro do rostinho triste de Maria Rita, pequena, assustada, na época. Rezei muito para que Deus confortasse a menininha.
A Wolkswagen apoiou a ditadura militar brasileira e a propaganda faz uma apropriação conformista da música Belchior. Conformistas, certamente, não eram nem Elis e nem Belchior.
e o pior é que não somos como nossos pais, pioramos muito como geração polÃtica, e o comercial expõe isso nitidamente.
Muito bom esse texto!
este comercial da indústria de automóveis é um acinte, e estes herdeiros desonraram a memória da própria mãe, para contar vil metal.
Excelente reflexão. Parabéns!
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