Lygia Maria > Ainda somos os mesmos Voltar
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É você que ama o passado e não vê que o novo sempre vem.
Genial!
Belchior discordaria peremptoriamente. Certamente modificaria pelo menos um verso. "Ainda somos os mesmos, e vivemos, como os nossos pais", seria substituÃdo por "Já não somos os mesmos, e sobrevivemos, piores do que os nossos pais".A máxima de Sêneca perdura, estoicamente: "Amanhã será pior"!
Achei que ficaria mais contrariado com o texto do que fiquei. Nada de muito polêmico sobre as razões do nosso 'conservadorismo estrutural' se me permitem chamá-lo assim. Mas, em relação as crÃticas feitas ao comercial, elas não são exatamente direcionadas as memórias de viagens neh? Com razão ou não muitos desaprovam usar a imagem e canção de dois artistas que buscaram um afeto diverso e não aprovariam o uso da obra para promover tal empresa. Não seria um desrespeito aos artistas? Talvez
A colunista se arroga o direito de dizer quando as pessoas reagem certo e quando reagem errado à s suas lembranças. E tudo isso é meio irônico porque a letra de Belchior, usada na propaganda, é justamente uma crÃtica a atitude conformista ou conservadora de continuarmos fazendo as coisas como nossos pais.
Pelo jeito, a autora não entendeu a música. O que ela critica é justamente é a mesmice da sociedade, a mudança pela mudança, e não por uma desejada evolução da sociedade. A propaganda contradiz a mensagem e prega a famosa máxima do leopardo: "as coisas precisam mudar para continuar como estão".
A questão é conservar o quê, com qual propósito? A música do Belchior foi compreendida no exato sentido contrário: por que queremos o mesmo? Porque somos acomodados até o talo e temos MEDO!! Ou ainda para citar outro poeta maravilhoso, o Tom Zé, na música Senhor Cidadão: " Com quantos quilos de medo se faz uma tradição?"
Daniel, irônica me parece ser a propaganda, a música de Belchior é uma crÃtica a atitude conformista.
Exato, o comercial sequestrou o sentido irônico da letra!
A polêmica do comercial (talvez tenhamos repertórios diferentes de leitura) não se deu em torno de questões polÃticas levantadas pela esquerda. Houve um debate pertinente sobre a criação das imagens digitais, sobre quais podem ser os desdobramentos de uma tecnologia que dá "cara e voz" a quem quiser e com o conteúdo que bem entender. Qual o limite ético no uso dessas ferramentas? São perguntas colocadas pelas novas tecnologias que merecem nossa reflexão e debate.
Também. São polêmicas, que a volks está adorando! Hahahahaha
Ninguém quer que ninguém se sinta mal por viajar no fusca, tolinha! ! A crÃtica é a uma empresa alemã e seu apoio ao fascismo brasileiro. E a crÃtica também não apaga o brilho da bela peça publicitária. Dá pra apreciar e criticar. Não existe essa patrulha que teoricamente incomoda as lembranças burguesas. Isso é coisade quem acha que "tudo bem a volks apoiar uma ditadurazinha de nada, não é, minha filha?
Conservar a democracia é algo fundamental. Mas a colunista na época do bolsonarismo vivia com a ideia falsa de q Lula e Bolsonaro eram iguais. Bem, conservador q no momento em q a democracia estava sobre ameaça pela milicada bolsonarista e ficou usando retórica de doisladismos e se colocando acima das "paixões polÃticas" não é conservador q se preze.
O que o verdadeiro conservadorismo prega é que se calem as vozes que perturbem a ilusão de mundo dos poderosos que "tudo é divino maravilhoso" quando a maioria é massacrada para manter essa ilusão de poucos. Basta a Lygia perguntar para os pais dela qual era a opinião deles sobre a vida pessoal da Elis. Isso é o suficiente para destruir esse apelo basbaque a um sentimentalismo falso.
Seu texto foi removido porque infringe as regras de uso do site.
Comercial piegas. Na contramão da irreverência de Belchior e Elis Regina. A letra da canção é uma crÃtica ao reacionarismo que os "brasileiros de bem" e alguns dos articulistas da Folha são porta-vozes.
Toda ditadura é condenável mas não dá para negar que em muitos aspectos o Brasil dos anos 70 era muito melhor do que o Brasil atual. A democracia tem muita coisa boa e é insubstituÃvel, mas ela permite que o estado seja dominado por ineptos, populistas, irresponsáveis, patrimonialistas e até corruptos.
*mas*
ineptos, populistas, irresponsáveis, patrimonialistas e corruptos são também atributos de ditadores, incluindo os de 4 estrelas. Mas nas democracias podemos apontar o dedo sem medo de acabar em um porão do exército.
ok, mais em muitos aspectos o brasil atual é bem melhor do que o brasil dos anos 70. por exemplo, hoje pode dizer quase tudo, enquanto lá não podia dizer quase nada.
Quer dizer que no Estado brasileiro do perÃodo 1964-1985 não havia ineptos, populistas, irresponsáveis, patrimonialistas nem corruptos? Eles brotaram do chão na democracia? Que incrÃvel! Quando inventarem a máquina do tempo eu com certeza vou querer voltar para esse tempo glorioso...
Menos, bem menos! Ditadura nunca mais!
Golpismo é coisa de bandido. Dito isto, O eu lÃrico um dia perceberá que Construir uma vida conservadora, com casa, trabalho e renda, educar filhos, afetos familiares, cuidado com os mais velhos, servir a deus e pagar impostos, envolve esforços, coragem, abnegação; isto também é revolucionário. Obs: perceberá que a convicção de ser guardado por Deus é algo que cura, liberta, consola e alegra a vida.
Que bonita sua fé. Só não tente empurra-la para os outros, porque assim você vira fundamentalista...
Muito bonita a visão da sra Lygia Maria do conservadorismo. Um discurso batido! A sra é de Santa Catarina? Hm. Logo vi! Ela se esqueceu de que os conservadores de hoje são os mais afeitos a golpes e radicalismos. É pura tolice fustigar os “sinalizadores da virtude” (como se isso fosse relevante) e ocultar a crÃtica que parte da esquerda de fato fez da propaganda. O que se discutiu foi inteligência artificial, privacidade e ética. FrancamenteÂ…Ah, mas ela é de Santa Catarina!
Acho que ela é do Pará.
Interessante a sua razão lógica. Mas, observe: por quais colégios eleitorais onde foram eleitos Arthur Lyra, os filhos do bozo, o deputado Nikolas, e outros tantos ?
Quem esses donos da verdade acham que são? O comercial é lindo, lembrou infância querida, meus afetos, minha ternura. Aà querem reduzi-lo, diminui-lo, anular sua grandeza pq era época da ditadura? Pensem o que quiserem, defendam e ataquem o que quiserem, mas sua ideologia lhes impede de ver a beleza. Pobres almas com muito ódio e certezas, mas vazios de tolerância e grandez
Que dificuldade em analisar, Marcelo! Leia um pouco (ou assista) sobre o comportamento de Elis na época da ditadura, a prisão, a visita de Rita, entre outras "curiosidades", e talvez, então, entenderá de que se reclama. Conhecimento liberta e integra.
O passado tem que ser lembrado para não repetirmos barbáries!
Um pouco de Lampedusa por favor.
Adoro ver os tremiliques dos progressinhas modernosos revolucionários...
Acertou, de novo, Lygia! Mais sensatez e menos mi-mi-mi...
Aliás, mimimi é bem bozo!
Arrááã! Conservadores! Conservantes! Hahahah!
Entendi que o eu lÃrico está sentindo dor por ser como o seus pais, não é uma satisfação ou prazer constatar isso, pelo contrário, é uma insatisfação saber que está vivendo em conformidade, percebendo que pessoas à sua volta estão no conforto ou segurança (supostamente guardadas por Deus) e contando dinheiro. Não é o modo de viver Oficina/Zé Celso, de ter um espaço sem cercas, arborizado, destinado à s artes, ao circo, ao teatro, para usufruto no Bexiga; é o modo individualista de viver.
O eu lÃrico um dia perceberá que Construir uma vida conservadora, com casa, trabalho e renda, educar filhos, afetos familiares, cuidado com os mais velhos, servir a deus e pagar impostos, envolve esforços, coragem, abnegação; isto também é revolucionário. Obs: perceberá que a convicção de ser guardado por Deus é algo que cura, liberta, consola e alegra a vida.
Esse é só o modo de viver que você acha certo e bom. Cada um na sua. Não se sonha o sonho alheio.
"Viver é melhor que sonhar" é muito tÃpico da geração da contracultura, viver o aqui e o agora, não deixar pra depois. Hoje, os jovens da classe média sonham com o a casa própria, que necessariamente deve ser murada ou cercada, com itens de segurança, com dirigir bons carros, pagar um plano de saúde e a escola dos filhos, fazer viagens certinhas, com tudo programado, ostentar o seu poder de compra em shoppings etc. Nada muito contestador, pelo contrário, conformista.
Analise serena e inteligente, como sempre lygia.
Onde eu clico para cancelar a assinatura? Uma jornalista escreveu isso? A matéria réplica o esquecimento da campanha publicitária.
Tchau querida
Politização rasteira dos afetos ou mercantilização e deturpação rasteiras dos afetos. Com que olhos queremos olhar a experiência apresentada ao consumidor em uma campanha comercial? Não dá pra simplificar sem banalizar outros olhares.
Achei a crÃtica injusta. Por isonomia, deviam criticar todas grandes empresas da época. Todos os seus dirigentes/ sócios dormiam com um comunista em baixo de suas camas.
Nada é tão simples! Normalmente depende da consciência social, à nos ou protetiva aos prejudicados; e da falta de perspectiva que nos torna até irracionais e revoltosos.
Não sei se é politização dos afetos. Ninguém culpa quem tem saudade de passear de fusca, mas qual é o problema de lembrar que a empresa que o fabricava tinha conduta flexÃvel e se aliou à ditadura na época? Cada um que mantenha seus sentimentos, sem esquecer que a história se repete como farsa. Quase se repetiu aqui em janeiro. E se tivesse, como a empresa e outras reagiriam? Como em 1964? Por que falar no assunto incomoda? Melhor é esquecer e não ensinar aos filhos o que houve? Claro que não.
A questão é que a lista dos grupos/concessionárias que guardavam uma estreita relação com regimes autoritários é muito extensa. Incluem a supracitada Volkswagem, BMW, Porshe, o colaboracionismo francês do Louis Reunault, sem mencionar o Deutsche Bank, a Siemens, a IG Farben (absorvida pela Bayer) daà que essa visão de um passado idÃlico em que todos agiram como Oskar Schindler não se sustenta, é uma visão falseada da realidade histórica.
Perfeito, Leonilda. Uma hora, alguém tem que levantar os tapetes ou a poeira invade a casa toda sem que saibamos sequer de onde vem. Quase aconteceu em janeiro. E veio de um egresso enjeitado de sessenta e quatro...
Se a gente assistir um comercial em que Vovô Herodes nina no colo o menino Jesus, com uma música emotiva, que remeta à memórias familiares e desconhecer a verdadeira história, acharia tudo muito fofo. Sua reflexão é rasa. Não se trata de remoer uma lembrança da ditadura. Foram apontadas incoerências e o apagamento da história. Eu achei o comercial lindo, até saber que a Volks dedurou funcionários pros militares torturarem e que a Elis foi presa pelos mesmos militares.
Melhor comentário. Obrigada pela lucidez, Hermógenes.
Melhor comentário, Hermógenes. Obrigada pela lucidez.
Texto oportunÃssimo ! Em tempos de tanta patrulha, chega a ser trangressivo.
O politicamente correto em tudo já encheu o invólucro
Perfeito! Walt Disney era antissemita e nutria estranhas e inexplicáveis simpatias pelo nazifascismo. O que faremos, boicote em massa e implacável a todas as suas produções?
Pela primeira vez um texto lúcido
Setores de Esquerda pré Hegeliana e Direita NeolÃtica, cruzam há tempos lanças pelo troféu do mais ridÃculo. Nesse episódio do comercial, podemos resumir assim: quando um Fusca não é um Fusca, e uma Kombi não é uma Kombi? Simples, quando por trás houver um plano diabólico prenhe de segundas, terceiras, e até mesmo quartas intenções.
Fale pela senhora, por favor. Brasileiros emigram aos milhares, milhões; para o sudeste, para outros paises, sem se perguntar "quem somos? O que somos?". Por outro lado, conservadorismo politico é algo um pouco para não dizer inteiramente diferente da sua descrição. Bolsonarismo não é conservadorismo e afirmar tal coisa é ignorancia do significado de Conservador em politica.
Até que é fácil Rodrigo.
Flávio... vai catar coquinho no asfalto. Como deve ser difÃcil ser você...
De fato, algumas coisas nunca mudam, infelizmente. Exemplo: análises sempre rasas e lacradoras de alguns articulistas.
Rodrigo... é voce que não sabe nada.
Em compensação, você parece saber tudo e ser a voz da razão. Como tantos por aÃ.
Ufa! Como comentei na coluna da Mariliz do dia 04, que sorte daqueles que se deixam simplesmente emocionar ao invés de tudo problematizar! A empresa pagou indenizações e reconheceu seu erro. Página virada e vida que segue. Não é necessário apagar a história mas sim superar e seguir adiante. Num mundo com tantos problemas pra serem resolvidos, esse apego à arqueologia da culpa é exaustivo.
Manter viva a história para que não se repita! Ditadura e tortura nunca mais! Desculpas e indenizações não apagam barbárie!
Exaustivo é assistir alguem falar que apoio a tortura da Ditadura Militar agora é "página virada". Exaustivo não... patético.
Como é que é? Pagina virada? De jeito nenhum: apoio a ditadura militar brasileira e suas torturas covardes... é imperdoável.
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