Ruy Castro > Os livros que você nunca leu Voltar
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Mas quem foi devorado pela famÃlia em "Vidas Secas" foi o papagaio. A cachorrinha Baleia morreu de fome, e a descrição de sua morte é uma das narrativas mais tristes de nossa literatura.
Como de hábito, brilhante crônica de Ruy Castro! Me fez lembrar ainda dos casos de Dante Alighieri, que se diz ter escrito originalmente "Comédia", por fim rebatizada e consagrada como "Divina Comédia" - por Boccaccio. De VirgÃnia Woolf, que se diz que ter escrito originalmente "As horas", por fim rebatizada e consagrada como "Mrs. Dalloway". E Clarice Lispector, que se diz ter escrito originalmente "Quanto ao futuro" e outros tÃtulos, por fim rebatizada e consagrada como "A hora da estrela".
Ruy equivocou-se ao falar do destino da cachorra Baleia em "Vidas Secas". Ela não serviu de refeição para ninguém.
Hahahahah, que ótema crônica para um domingo, meu caro. Na minha inguinorãça radical, só posso contribuir com a lembrança de que o "eram os deuses Astronautas", do Erick von Däniken, chamava-se na edição em inglês, "chariots of gods" e no original em alemão, se não me engano muito, algo como "memórias do futuro". Tudo alterado por editor esperto! Funcionou, aliás.
Tem também um caso curioso de um livro que não teve seu nome corrigido, mas circulou com dois tÃtulos diferentes. Trata-se do excelente livro “A Vida Eterna do Major Taborda”, de Josué Montello, que também circulou com o tÃtulo “Largo do Desterro”. Penso que Saramago teve influência desse livro para escrever “As Intermitências da Morte”.
Ruy Castro tem o dom de ir buscar assuntos interessantÃssimos que a gente nem sonha existir. Parabéns.
É inacreditável… Como o Ruy sabe de tudo isso? Impressionante. Bravo!
Em Vidas Secas eles comem a preá e o papagaio; a cachorra Baleia morre baleada, após contrair hidrofobia.
"........é só uma imagem para designar algo difÃcil de pegar, de apreender." Uma imagem misteriosa e bela. A maçã no escuro. Fernando Sabino, outro gênio das letras, deu o pitaco certo. Os bastidores do processo criativo. Texto prazeroso. O nome da rosa, o nome dos livros, suas identidades, a arte de escolher o nome de uma obra. Histórias delicadas contadas com maestria.
"Incidente em West Egg" seria um bom tÃtulo, tanto quanto o consagrado.
Uma de filme, Giant = Assim Caminha a Humanidade.
E que filme!!!
Essa do tÃtulo do Nelson Rodrigues eu já tinha ouvido de um saudoso amigo carioca. Nunca levei a sério porque o amigo era um brincalhão incorrigÃvel, mas agora Ruy Castro confirma. Então foi mesmo verdade.
Novamente o Ruy Castro fez o meu dia! Ao ler a coluna e ver o nome Baleia logo pensei: um momento, o nome desse livro é Vidas Secas! No passado eu achava muito engraçadas as traduções de filmes norte-americanos para o Portugues, ex. "Strangers on a Train "= Pacto Sinistro = "Sinister Pact "; "To Kill a Mocking Bird" = O Sol é Para Todos = The Sun is For All . Se esse filme fosse traduzidos ao pé da letra, seria " Como Matar um Sabiá".
Hahahahah, cara Marina, ao menos a metade dos tÃtulos brazucas de filme de Roliúdi é muito ruim! Tem cada uma...
Leia-se Português.
Por isso que te amo, Ruy! HeloÃsa me perdoe, mas, seu marido é meu amado.
Kkkkkk
O Frankestein é uma verdadeira obra prima sobre a condição do ser humano à procura de sua identidade. Com o tempo, passou a figurar, na imaginação popular como uma história de terror, o que não corresponde com a intenção da autora Marry Shelley.
Geraldo Da Silva,obrigada por me lembrar que este livro está na minha lista. Alguém já escreveu " Tantos livros, tão pouco tempo"
Recomendo muito a leitura desse livro
Mais uma maravilha da pesquisa do Ruy. Ao que parece os tÃtulos sugeridos ou mudados de livros ficaram melhor que o original. Mas no caso de filmes norte-americanos, adquiriam tÃtulos muito ruins ou totalmente alienados ao original. Por exemplo, The paper chase(1973) virou no Brasil "O homem que escolhi". Sugiro o Ruy continuar esta lista. Abraço.
Ruy, vc sabe cada coisa, sêo. IncrÃvel. (O correror ia me fazer escrever incomÃvelÂ…até o meu corretor é anti Bozo). Só para não decepcioná-lo, vou educá-lo para inelegÃvel.
Ah, ainda bem, Maria, minha cara: esse homem é comibilÃssimo, e nem dá azia. Hahahahah!
Raymundo, acabei de comentar o mesmo sobre os tÃtulos de filmes norte-americanos.
Sou beeeeem preguiçosa pra ler, mas vou ler alguns citados na matéria, inclusive o 1984 que não sabia sobre o que que era. Estou lendo crime e castigo, apesar de ser a passos de tartaruga, por indicação de leitor da folha. Gosto de dicas para leitura, mesmo sendo preguiçosa, gosto de ler
Leio Ruy Castro desde "O Pasquim" e sua erudição só faz crescer.Parabéns!Vou tentar ler "A maçã no escuro".
Muito interessante!
Seja como o mundo coberto de penas ou como vidas secas, representada pela icônica imagem da famÃlia e seu cachorro, a tragédia descrita não muda, e o pior, tantos anos depois, pouca coisa mudou, se é que mudou. Num paÃs que é um dos grandes produtores de alimento é inaceitável que quase 1/3 da população sofra e passa fome.
Eu li "O caso dos dez negrinhos", de Agatha Christie. Hoje é intitulado "E não sobrou nenhum".
E há, ainda, aquele "western" clássico, com James Stewart, que recebeu no Brasil o tÃtulo de "Um certo Capitão York", cujo grande segredo, revelado no finalzinho do filme, é que York era... um capitão do Exército Americano!
"E não sobrou nenhum" não é um tÃtulo, é um "spoiler". Lembra aquele filme do Hitchcock, "Sabotage", que, no Brasil, recebeu o "sugestivo" tÃtulo de "O marido era o culpado". Sim, o culpado pelas sabotagens, grande mistério do filme, era... o marido da heroÃna!
Adriano Ferreira, eu li o livro "E não sobrou nenhum" mas nãao sabia que o titulo original era esse. Obrigada.
Esta praga do politicamente correto.
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